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domingo, 10 de outubro de 2021

Amazônia: nova exposição de Sebastião Salgado



Anavilhanas 

Foto: Sebastião SALGADO / Divulgação

 


Floresta Amazônica 

Foto: Sebastião SALGADO / Divulgação

 


Monte Roraima 

Foto: Sebastião SALGADO / Divulgação

 


Floresta Amazônica 

Foto: Sebastião SALGADO / Divulgação

 


Exposição "Amazônia", de Sebastião Salgado 

Foto: © Sebastião SALGADO / Agência O Globo

 


Exposição Amazônia, de Sebastião Salgado 

Foto: Sebastião SALGADO / Divulgação

 

 

‘Amazônia’: nova exposição de Sebastião Salgado mostra uma floresta ainda intocada e seus guardiões. O trabalho está exposto no mês de outubro simultaneamente em Paris, Roma e Londres. Reportagem de Ruth de Aquino para O Globo (10 out 2021).

“É como entrar na floresta, pela terra e pelo céu. Se você pensa que esta é mais uma exposição do fotógrafo Sebastião Salgado, engana-se. “Amazônia” — exposta agora em outubro simultaneamente em Paris, Roma e Londres — é um tributo a nossa maior riqueza ambiental. Intocada. É também uma descoberta, jamais vista antes, de montanhas e “rios voadores” amazônicos, duplicados por reflexos. Vi na Filarmônica de Paris e aguardo rever no Brasil, em 2022.

Na penumbra, 200 fotos, em todas as nuances de preto e branco, nos transportam para uma terra feita de vegetação e água, de nuvens e umidade. Muitas fotos parecem flutuar no espaço, penduradas no teto por fios transparentes. Os sons amazônicos das aves, dos animais, das folhas e dos temporais foram obtidos no Museu de Etnografia de Genebra para inspirar e enriquecer a sinfonia original composta por Jean-Michel Jarre. A trilha da floresta ajuda a transformar “Amazônia” numa experiência quase mística e religiosa.”

 

 

https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/amazonia-nova-exposicao-de-sebastiao-salgado-mostra-uma-floresta-ainda-intocada-seus-guardioes-1-25230706

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Mata Atlântica de Sebastião Salgado


 

Fazenda Bulcão no ano 2000, antes do início 

do projeto de restauração

Foto: Sebastião Salgado

 



Fazenda Bulcão, em Aimorés, foto de 2013,

mais de uma década depois de ter início

processo de restauração do ecossistema. 

Foto: Sebastião Salgado

 

 

Entrevista de Sebastião Salgado para Giovana Girardi, para O Estado de S.Paulo (21 fev 2021), revela que ele e sua mulher Lélia Wanick herdaram a fazenda que tinha sido do pai do fotógrafo no fim da década de 1990. “A propriedade, que em seu auge chegara a abrigar 2 mil cabeças de gado, não tinha mais condições para dar suporte nem para 200. A água tinha praticamente desaparecido como resultado da retirada de toda a vegetação nativa de Mata Atlântica.”

“A maior parte da fazenda Bulcão, em Aimorés (na divisa de Minas Gerais com Espírito Santo), foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com o objetivo de restaurar aquele ecossistema, e o casal criou o Instituto Terra, hoje uma das principais iniciativas de restauração da Mata Atlântica no País.” 

O Instituto criou viveiro, plantou mudas e expandiu o plano para a degradada vizinhança no Vale do Rio Doce. “Em mais de 20 anos, 6 milhões de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica foram produzidas. Os projetos de recuperação em andamento atingem 2,1 mil hectares e 2 mil nascentes.” 

“Com isso tudo em mente, o Instituto Terra lança nesta segunda, 21, a campanha Refloresta, com música inédita do Gilberto Gil de mesmo nome, com o objetivo de incentivar esse projetos. A campanha aproveita também como mote o fato de que em 2021 começa a chamada Década da Restauração, nomeada pela ONU para promover atividades de restauração de ecossistemas e reflorestamento.”

 

Empolgado com o projeto, Salgado conclui: “Hoje, até onça, que tinha desaparecido da região nos anos 1930, voltou. Os macacos também voltaram. Quando já tínhamos água, pensamos em reintroduzir jacarés. Mas tínhamos uma bióloga grávida que teve um pesadelo de que o jacaré ia comer o bebezinho dela. Falamos para ela ficar tranquila, abandonamos a ideia. Mas passados alguns meses, um dia veio um funcionário correndo mostrar uma foto no celular. Era um jacaré chegando sozinho, todo empoeirado. Veio pela estrada, pelo mato. Algum passarinho, algum inseto contou para ele que ali tinha uma área protegida para ele viver e ele voltou.”

Grande Sebastião Salgado!

 

https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,sebastiao-salgado-lanca-campanha-com-musica-de-gil-por-restauracao-florestal,70003623220

 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Monumento Natural Mantiqueira


 


Piquete, Picos dos Marins

Imagem, https://www.cidadeecultura.com

 

 

O governo do Estado de São Paulo acaba de criar o Monumento Natural Mantiqueira, protegendo o que resta da Mata Atlântica no estado.

A área protegida tem pouco mais de 10 mil hectares. Ela fica na Serra da Mantiqueira entre os municípios de Cruzeiro e Piquete, e será gerida pela Fundação Florestal. 

Hoje, diz o site da SOS Mata Atlântica, “restam apenas 12,4% da floresta que existia originalmente. É preciso monitorar e recuperar a floresta, além de fortalecer a legislação que a protege.” 

São vários os tesouros do Monumento Natural Mantiqueira como o Túnel da Mantiqueira, palco de uma das principais batalhas da Revolução Constitucionalista de 1932. Outros dois destaques dentro da área protegida são os Picos do Marins e do Itaguaré. Dois  pontos mais altos de São Paulo, o Pico do Marins tem 2.427m, e o de Itaguaré 2.308m.

 



O pico do Itaguaré

Imagem, http://www.araucariaecoturismo.com.br/

 

João Lara Mesquita, autor desta reportagem (12 jan 2021), informa que a Serra da Mantiqueira foi o local escolhido para o primeiro parque nacional do País, o Parque Nacional do Itatiaia criado em 1937 abrangendo os municípios de Itatiaia e Resende no Estado do Rio de Janeiro, e Bocaina de Minas e Itamonte no Estado de Minas Gerais. 

Na região está inserida a bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul, curso de água que banha os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O rio atravessa a região do Vale do Paraíba e é formado pela confluência dos rios Paraitinga e Paraibuna’.




Cachoeira Curiaco, Piquete 

Imagem, https://www.mercadinhopiratininga.com.br/

  

“Ao todo foram catalogadas durante os estudos para a criação da nova UC mais de 400 espécies. Só de aves são 294. Mas ainda há 56 tipos de anfíbios, 40 de mamíferos e 15 espécies de peixes, entre outros.”

Parabéns ao governo do Estado de São Paulo.

Estou a falar da região onde cresci e que amo até hoje.

 

 

https://marsemfim.com.br/monumento-natural-mantiqueira-nova-uc-de-sao-paulo/

 

domingo, 6 de janeiro de 2019

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Oásis na Savana


     
  
Oásis de vegetação na África
Foto: Monica Nobrega/Estadão


O biólogo Fernando Reinach, em artigo para O Estado de S.Paulo (6 out 2018), Oásis na Savana, destaca que há milhares de anos, no período neolítico, o homem conseguiu melhorar o ambiente em que vivia, deixando marcas que podem ser observadas até hoje. 
Afirma Reinach: “As Savanas africanas, onde pastam os grandes herbívoros e vivem os grandes carnívoros, têm um solo extremamente pobre, que sustenta uma vegetação rala. Florestas e campos luxuriantes são raros. Mas se você observar a região com um satélite vai descobrir milhares de círculos de aproximadamente 100 metros de raio onde a vegetação é luxuriante, e pequenas florestas podem ser vistas.”  
Muitos desses círculos têm pequenos vilarejos habitados por criadores de gado e outros herbívoros, contendo um curral onde o gado é recolhido durante a noite. Naturalmente, as fezes do gado tornam o solo mais fértil. Porém, há um número muito maior desses círculos que o esperado pela quantidade de habitantes que existe na área. 
Agora surge o fato mais interessante: os cientistas decidiram escavar exatamente onde estavam esses círculos férteis não ocupados. O resultado foi surpreendente, afirma Reinach: “Em quase todos esses locais, foram descobertas ruínas de povos pastorais da época neolítica (1,5 mil a 3,7 mil anos atrás), o que indicava que talvez esses locais fossem os currais das culturas neolíticas da África. Mais interessante é o fato de que nesses locais não se acharam indícios de ocupação recente, o que indica que essa ilha de fertilidade teria sido criada por seres humanos milhares de anos atrás.” 
A presença de seres humanos do neolítico fertilizou essas ilhas de terra, resultando em aumento da biodiversidade, atraindo mais herbívoros, árvores e pássaros. 
Conclui Reinach: “É boa notícia, que reforça a ideia de que as intervenções humanas não são obrigatoriamente destrutivas. Quem poderia imaginar 2 mil anos atrás que um curral cheio de fezes iria se transformar em um luxuriante oásis?”
            O que chamou a atenção deste blogueiro foi a fantástica ideia dos cientistas de escavar exatamente nos oásis inabitados, em busca de algo que ignoravam completamente. Encontraram vestígios de povos pastorais.
            Lembrei-me de minha experiência no hospital King’s College, em Londres, nos anos 80. Quanto os pesquisadores, médicos e cientistas, sentavam-se para o chá – acompanhado de insípidos biscoitos –, pela manhã e à tarde, a conversa entre eles era quase sempre sobre pesquisa. Surgiam ideias brilhantes, às vezes mirabolantes; eles não estavam preocupados com a viabilidade dos projetos, apenas exerciam a arte de pensar sobre Pesquisa. Muitas ideias eram aproveitadas e desenvolvidas pelos 50 componentes da Unidade de Fígado do hospital, quase todos estrangeiros. A conversa era sempre enriquecedora. Penso que isso faz a diferença.
            



terça-feira, 17 de julho de 2018

High Line: jardim suspenso em Nova Iorque

A High Line é um ótimo exemplo de revitalização de espaço urbano abandonado e feio. A participação de moradores próximos ao jardim é fundamental para sua manutenção. Um exemplo a ser seguido.  









Fotos: AVianna, jun 2018

domingo, 8 de abril de 2018

Novo golfinho na Amazônia


A nova espécie da bacia do Araguaia
Foto: news.mongabay.com


A notícia é velha mas merece destaque: Nova espécie de golfinho na Amazônia, é o título da reportagem de João Lara Mesquita (25 fev 2017). 
Cientistas liderados por Tomas Hrbek, da Universidade Federal do Amazonas do Brasil, descrevem o ‘Inia Araguaiaensis’, uma nova espécie de golfinho, habitante da bacia do Rio Araguaia. É o primeiro boto de água doce descoberto desde 1918. 
Afirma Mesquita: “A descoberta aconteceu depois que Hrbek e seus colegas notaram que um grupo de golfinhos do rio Araguaia foi isolado de outros por uma série de corredeiras. Análises genéticas demonstraram que o boto (Inia Araguaiaensis) é muito diferente de outros da Amazônia. O suficiente para ser classificado como uma nova espécie.  
As diferenças entre o boto do Araguaia e seus parentes próximos, o golfinho do rio boliviano Inia, vão além da genética. A nova espécie é menor, tem um número diferente de dentes; o crânio é mais amplo.”
“Mas não se iluda, a nova espécie já está ameaçada. Eles enfrentam riscos de projetos hidrelétricos, poluição das áreas urbanas, e as de  agricultura, tráfego de barcos e pesca acidental.  Além disso sua população é bastante baixa. Aparentemente, o número é estimado em cerca de 1.000 indivíduos.” 
            Há muito o que se descobrir na Amazônia, em matéria de flora e fauna. Seria bom preservar, antes de desaparecer.

https://marsemfim.com.br/nova-especie-de-golfinho-na-amazonia/

terça-feira, 20 de março de 2018

Amazônia e Saara: uma rica influência




Nuvens de poeira e de vapor d'água sobre o deserto do Saara
(Foto: Nasa)


Como o deserto do Saara participa do regime de chuvas da Amazônia, a 5 mil km de distância: este o título de matéria interessantíssima publicada por Evanildo da Silveira, para a BBC (19/03/2018).  
Embora muito distantes (5,3 mil km e o Atlântico separam as cidades de Manaus e Nouakchott, capital da Mauritânia), o deserto do norte da África e a floresta amazônica têm uma relação muito estreita, pois o deserto beneficia a mata (e não o contrário, por estranho que pareça):  ele é responsável pela maior parte das chuvas torrenciais que caem sobre a região, mantendo sua exuberância e biodiversidade, além de enviar toneladas de nutrientes para sua vegetação, como o fósforo.
Informa Silveira: “Os "núcleos de condensação" – a parte da nuvem em que o vapor de água se condensa – são formados, entre outros elementos, por partículas em suspensão no ar,  poeira, por exemplo. No caso da floresta amazônica, uma parcela desses aerossóis é proveniente do Saara.”
O fenômeno começa com as tempestades no Saara, que levantam toneladas de poeira e areia, transportados por cima do Oceano Atlântico, até a floresta amazônica, numa distância de 5 mil km. "Isso ocorre de fevereiro a maio, pois, nesta época, a chamada Zona de Convergência Intertropical, ao sul de Manaus, favorecendo o transporte de massas de ar do hemisfério Norte para a Amazônia Central", explica Paulo Artaxo, físico do Instituto de Física da Universidade de São Paulo.
Artaxo diz que, “para que haja chuva, são necessários três ingredientes básicos: vapor de água, condições termodinâmicas ideais e as partículas que servirão de meio para que o vapor possa se condensar. Os grãos de poeira do Saara, que também podem ser chamados de aerossóis, operam como uma destas partículas em que o vapor de água se condensa. Atuam como núcleos de condensação de gelo, fazendo com que gotas líquidas, ao atingirem altas altitudes e temperaturas menores que -10 ºC, congelem e formem gotas de gelo, que são eficientes no processo de formação de chuva na Amazônia."


Foto de satélite mostra a onda de poeira se deslocando
a partir da costa do norte da África (Foto: Nasa)


Em 2015, a Nasa, a agência espacial americana, divulgou estudo segundo o qual todos os anos o deserto envia, junto com o pó, 22 mil toneladas de fósforo, nutriente encontrado em fertilizantes comerciais e essencial para o crescimento da floresta. É quase a mesma quantidade que a mata produz, com a decomposição das árvores caídas e, em seguida, perde com as chuvas e inundações.    
Segundo Artaxo, pesquisadores agora estão empenhados em descobrir se o aquecimento global pode interferir no fenômeno do transporte de poeira do Saara para a Amazônia e, consequentemente, na formação e no volume de chuva na região da floresta brasileira.




sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Laika outra vez


A cadela Laika
antes de ser enviada ao espaço no satélite soviético Sputnik II

TASS/AFP/Arquivos

         A reportagem é de Isto É, na Internet. O assunto já veio ao blog. Não resisto em republicá-lo, pois a emoção se repete toda vez que me deparo com o ocorrido e penso sobre ele, sobre o final de vida de Laika.

“Pedi a ela que nos perdoasse e chorei ao acariciá-la pela última vez”, recorda a bióloga Adilia Kotovskaya. No dia seguinte, a cadela Laika decolava em uma viagem sem volta e se convertia no primeiro ser vivo enviado ao espaço. Há 60 anos, em 3 de novembro de 1957, apenas um mês depois da colocação em órbita do primeiro Sputnik soviético, o segundo satélite artificial da História decolou com destino ao espaço com o animal a bordo, uma cadela resgatada das ruas de Moscou. Ela sobreviveu apenas algumas horas. “Suas nove voltas ao redor da Terra transformaram Laika no primeiro cosmonauta do planeta, sacrificado em nome do sucesso das futuras missões espaciais”, destaca Adilia Kotovskaya, que atualmente tem 90 anos e continua orgulhosa de ter ajudado a treinar os animais para as missões espaciais.”

            Há quem pense que a humanidade está regredindo moralmente, em especial quando se se depara com atos terroristas e dezenas de inocentes mortos, com guerras intermináveis e milhares de mortos, com desmatamento impiedosos de florestas, com a ação perversa dos lobos solitários, com a corrupção desenfreada que assola certos países.
Penso que não. A humanidade avança, lentamente mas avança. Uma das indicações dessa caminhada é a maneira como são tratados os animais nos dias de hoje. Talvez hoje Laika não tivesse sido arremessada ao espaço para a morte solitária. É um avanço, pequeno, mas é um avanço.