quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Lançamento


Os pouquíssimos mas fieis seguidores do Louco estão convidados para o lançamento do minimalismos: aforismos, microcontos e haicais.
Próximo sábado, 17 h, CasaPark, restaurante Tete a tete.
O autor sentir-se-á honrado com a presença dos amigos.


Grande defesa, ótima foto

A foto do dia


Fernando Prass defende pênalti e garante o Palmeiras na final! A Fotografia é espetacular, momento em que o goleiro espalma a bola!

Foto: Daniel Teixeira / Estadão


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Coisas que já não existem mais

                                                 


             O ótimo blog do Instituto Moreira Salles acaba de publicar, na seção Correio IMS, interessantíssimo bilhete de Carlos Drummond de Andrade, dirigido a Décio de Almeida Prado, na época diretor do “Suplemento Literário” de O Estado de S. Paulo.
            Eis o bilhete:

Rio [de Janeiro], 3 de fevereiro de 1957

Prezado Decio de Almeida Prado,

Um abraço

Aí vai, para o suplemento do Estado, qualquer coisa parecida com um poema, longo e monótono de caso pensado. Se achar que o verbo copular, no sétimo terceto, fere o leitor comum, pode substituí-lo por enlaçar. Em livro a gente restabelece a palavra, como já tenho feito.

Cordialmente, todo o apreço afetuoso do seu

Carlos Drummond de Andrade

Rua Joaquim Nabuco, 81

            Já não existe mais tamanha delicadeza contida no gesto do poeta, que para não constranger o editor amigo, faculta-lhe alterar o poema, para não ferir “o leitor comum”.
            Já não existe mais tamanho cuidado com as palavras e com as possíveis consequências sobre o leitor.
            Já não existe mais tamanho cuidado com o leitor.
            Já não existe mais tamanho cuidado com um amigo.
            Um Carlos Drummond de Andrade vem a este mundo apenas uma vez.




            Para os que desejarem ouvir o poema Especulações em torno da palavra homem, que contém o pomo da discórdia:



Mais refugiados

A foto do dia


Refugiados esperam para atravessar fronteira entre Eslovênia e Áustria.

Foto: Srdjan Zivulovic / Reuters.




Metáfora tomada ao pé-da-letra



A notícia é engraçada, mas dá o que pensar.
O museu italiano Museion Bozen-Bolzano (Museu de Arte Contemporânea) exibia a instalação "Dove andiamo a ballare questa sera?" [Onde iremos bailar esta noite?], das artistas Goldschmied & Chiari.
A obra, mostrada na fotografia acima, era constituída por pontas de cigarro, garrafas de champanhe vazias, confete, serpentinas e outros artigos de festa.
Descrevendo melhor, o aspecto era de fim de festa!
            Segundo informações da diretora do museu, Letizia Ragaglia, a obra representa a "era da abundância" da Itália dos anos 1980, “período de consumismo, especulação financeira, o advento da TV comercial e muitas festas”.
            Nas palavras das próprias artistas: "Nós éramos crianças durante a década de 1980, um período de consumismo, hedonismo, especulação financeira, mídia de massa, políticas socialistas e festas".
            Bem, mas vamos ao que parece ser uma piada. No último sábado (24/10), ao chegar para o trabalho noturno habitual, um faxineiro do museu pensou que se tratava de restos de uma comemoração da noite anterior, limpou tudo muito bem limpo (até separou os componentes por material), e jogou tudo no lixo!.
            A segunda parte da “piada”: os responsáveis pelas obras de arte do museu foram ao lixo, cataram todo o material, e restauraram a obra de arte!
Ou seja, a metáfora do fim de festa foi levada ao pé-da-letra pelos funcionários de limpeza. E o significado de uma obra de arte nunca pode ser tomado ao pé-da-letra, dirão os “entendidos” em arte.
Provavelmente a instalação ganhará fama internacional a partir de agora, passando a constar até mesmo em livros de arte.




segunda-feira, 26 de outubro de 2015