quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Genesis

A foto do dia.


Ainda sob o impacto da exposição de Sebastião Salgado, em São Paulo: Genesis. Indescritível! Inesquecível! Imperdível!

Foto: Mercêdes Fabiana, SESC Belenzinho, SP, nov. 2013.

eu pensava como Bandeira


eu pensava
quando a “indesejada das gentes”
chegar, encontrará cada coisa
em seu lugar

que nada!
vou arrumando a vida
e ao mesmo tempo
desarrumando tudo

no lugar, nada fica
pois não sou eu
quem decide o lugar
das coisas nessa vida

O Enem e a Educação no Brasil


Há poucos dias registrei nesse blog, sob o título O Enem deve ditar as diretrizes do ensino?, minhas restrições ao atual uso do Enem, a despeito dos aprimoramentos recentes na elaboração e aplicação da prova. (http://loucoporcachorros.blogspot.com.br/2013/10/o-enem-deve-ditar-as-diretrizes-do.html )
            Ontem, na Folha, Hélio Schwartsman volta ao assunto, com a crônica Enem, 1001 utilidades. Destaca o grande articulista: “Temo, porém, que o MEC tenha ido com muita sede ao pote e tenha empurrado para o Enem mais funções do que o exame é capaz de suportar. A prova vem sendo usada para certificar a conclusão do ensino médio (a antiga madureza), para alocar bolsas do ProUni, para avaliar escolas públicas e privadas e até para decidir quem vai passar uma temporada no exterior no Ciência sem Fronteiras. É difícil pôr no mesmo teste aquilo que é necessário para desempatar dois candidatos ultrapreparados que disputam uma vaga no curso de medicina, por exemplo, e os conhecimentos básicos que se exigem do sujeito que só quer o diploma do ensino médio. O resultado são provas ultralongas que prejudicam os estudantes pelo cansaço a que os submetem. Pior ainda quando o mesmo exame é usado também para avaliar instituições. Aí as incompatibilidades não são apenas de nível como de filosofia. Uma coisa é medir as competências do aluno e outra muito diferente aferir a qualidade da escola, objetivo que fica ainda mais difícil quando se considera que só fazem o teste os alunos que o desejam.” (1)
Hélio termina o texto com o humor inteligente de sempre: “Ao contrário da palha de aço, devemos desconfiar de uma prova que proclame ter 1001 utilidades.”
Porém, é provável que o atual ministro da Educação entre para a História como aquele que moralizou o Enem, feito que já parecia impossível, tantos e tamanhos os escândalos envolvendo a prova em anos anteriores.
Mas isso é muito pouco. O MEC precisa cuidar dos destinos da Educação do país, traçar programas de médio e longo alcance, cuidar de alunos e professores em todos os níveis de ensino, e isso o Enem não pode fazer. Não se discute a importância da avaliação no processo de ensino-aprendizagem, ela é fundamental, especialmente quando utilizada a longo prazo. As mudanças em Educação são lentíssimas, os efeitos percebidos ao longo de gerações.
É muito mais fácil, e dá muito mais ibope, realizar o Enem do que estabelecer princípios sérios que norteiem a Educação, o que só pode ser executado por comissão de educadores de notório saber. Os políticos, que façam política.
Uma boa analogia faz-se com as eleições no Brasil. Num país do tamanho do nosso, os resultados das eleições, quaisquer que sejam elas, são proclamados em minutos! A eficiência das tais urnas eletrônicas é de causar inveja em todo o mundo! Em compensação, os nossos candidatos...