quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Avós e netos, uma relação especial



 Minha avó Cici

 

Pesquisa inédita analisou a ligação entre avós e netos por meio de exames cerebrais - A relação tem mais empatia e é mais emocional do que com os filhos, comprova estudo: texto de João Pedro Fragoso (30 nov 2021) para O Globo. 

“Não existe amor igual ao das avós”. O dito popular pode ter sido comprovado pelo estudo de James Rilling, antropólogo da Universidade de Emory, em Atlanta, Estados Unidos, que avaliou a “reação das avós ao observar fotos de seus netos em diversas situações, e de seus próprios filhos.” 

“Foram recrutadas 50 mulheres com pelo menos um neto biológico na faixa etária dos 3 e 12. Os pesquisadores utilizaram exames de ressonância magnética funcional, que mede as mudanças no fluxo sanguíneo que acontecem com a atividade cerebral, ao mesmo tempo em que mostravam imagens do neto, de outra criança que não conheciam, de pessoas que não conheciam e do pai do neto.”

O estudo revelou “aumento nas atividades na área do cérebro associada à empatia emocional, relacionado, por exemplo, ao instinto de segurar, se aproximar e interagir com a criança.” “A pesquisa sugere que as avós são levadas a sentir o que seus netos estão sentindo quanto interagem com eles. Se o neto está sorrindo, elas sentem a alegria dele. Se está chorando, sentem a dor e a angústia da criança.” 

“Antes do experimento com as avós, Rilling realizou um exercício semelhante com pais que olhavam para as fotos de seus filhos. As atividades cerebrais processadas foram na mesma área das avós, da empatia emocional, mas em nível bastante inferior — embora alguns pais tenham atingido picos de ativação semelhantes.

 Por outro lado, quando essas avós olhavam para as imagens de seus filhos, as áreas cerebrais ativadas foram diferentes. Em vez de serem associadas ao lado emocional, as exercitadas foram as relacionadas à empatia cognitiva. Ou seja, segundo o estudo, essas avós estavam tentando compreender cognitivamente o seu filho adulto em vez de experimentar uma conexão emocional mais direta.”

“— Empatia emocional é quando você é capaz de sentir o que outra pessoa está sentindo,  empatia cognitiva é quando você entende o que outra pessoa está sentindo e por quê — falou, em entrevista ao The Guardian, Rilling. 

“Estudo coordenado pela Berlin Aging Study mostrou que avós que cuidam de netos têm 37% menos risco de morte do que pessoas na mesma faixa etária que não cuidam das crianças. A proximidade emocional entre netos e avós é protetora da depressão e de outros transtornos mentais, além de favorecer habilidades socioemocionais. Já para a criança, sentir-se aceito e amado pelas avós contribui para a autoestima. Ela acredita ser alguém com qualidades para ser amada.”

 

 Reproduzo aqui tais achados pensando em minha querida avó Cici, por quem tinha enorme afinidade, sentimento recíproco, sem dúvida. Penso também na minha queridíssima neta Gabriela, que espero rever em breve, após prolongado isolamento causado pela pandemia. Uma experiência grandiosa essa de ter sido neto e ser avô. Sou grato à Vida por isso.

 

https://oglobo.globo.com/saude/pesquisa-inedita-analisou-ligacao-entre-avos-netos-por-meio-de-exames-cerebrais-25287102

 

Pegou!

Segunda charge do dia 


Nando Motta

Uso controlado de drogas em NY



 Sala em Nova York para uso controlado de drogas

The New York Times

 

 

Nova York / Reuters (1º dez 2021): 


“Nova York inaugurou nesta terça-feira (30) as primeiras salas dos Estados Unidos para que dependentes químicos usem drogas de forma supervisionada, medida que integra os esforços para tentar conter a epidemia de mortes por overdose no país.

Defensores de políticas de drogas voltadas à promoção da saúde argumentam que é melhor oferecer locais limpos e seguros para dependentes químicos como uma medida de redução de danos. Estudo do departamento de saúde da prefeitura estima que esses centros poderiam evitar 130 mortes por ano por overdose na cidade.”

Há os que são críticos desse tipo de serviço; alegam que “tais espaços representam uma ameaça às comunidades onde estão localizados, porque facilitariam o uso de drogas”.

Locais como esse já existem na Alemanha, Austrália, Canadá, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Luxemburgo, Noruega e Suíça. “Além de permitir que os usuários injetem drogas sob supervisão, os centros devem fornecer aos usuários seringas e outros suprimentos, bem como medicamentos para reverter overdoses e opções de tratamento.”

“No ano passado, as mortes por overdose na cidade de Nova York saltaram para mais de 2.000, o maior número desde o início do rastreamento em 2000. Quase 600 pessoas morreram no primeiro trimestre de 2021, de acordo com dados preliminares da cidade, a maior parte em um único trimestre. ...A maior parte dessas mortes (85%) envolveu opioides.” 

“O aumento foi potencializado por opioides sintéticos, sobretudo pelo fentanil fabricado ilegalmente —a droga, cem vezes mais poderosa que a morfina, é muitas vezes usada com outras substâncias que intensificam seus efeitos. Segundo a Prefeitura de Nova York, em 77% das overdoses registradas na cidade em 2020 havia fentanil envolvido, em geral misturado com heroína, cocaína, álcool, analgésicos à base de opioides e anfetaminas.”

 

            Assim caminha a humanidade.

 

Cuidado!

 Charge do dia


Mas cuidado com o que vai escrever, você pode ser preso!

Ilustração de Leandro Assis e Triscila Oliveira sobre detenção de mulher na Dutra por ordem de Bolsonaro.