quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Realidade e ficção


            Pedro, personagem principal do romance, joga xadrez com Paulo todas as manhãs, na pequena praça do bairro. O bom da ficção é que nenhum dos dois precisa saber jogar xadrez de verdade!

Cerveja estragada


Avó pediu ao neto, 10 anos, fosse ao bar trocar cerveja choca.
Balconista, no gargalo, bebeu garrafa toda e exclamou:
– Estava ótima!
Neto voltou desapontado, apreensivo. Avó não pronunciou uma palavra sequer. Nada a fazer.




Em tempo: história contada em livro (47 cenas de um romance familiar), agora reproduzida num duplo microconto. Difícil contá-la em apenas 140 toques.

Triste amistoso


Foto: Dylan Martines / Reuters


            Para quem estava esperando um bom jogo entre rivais históricos, Brasil versus Inglaterra, ontem em Londres, o fiasco foi total. E dessa vez, não foi por culpa da seleção brasileira, que buscou o jogo. Mas os ingleses fecharam-se (covardemente) na defesa, onze na defesa, só faltaram colocar o técnico, o preparador físico e os gandulas na defesa, com medo de tomar gol. Isso não é treino, isso não é futebol, ainda mais em se tratando de amistoso.
            Se pretendem jogar assim na Copa da Rússia, os ingleses não passam das oitavas de final. Só terão empates.
            Não que o Brasil não tenha cometido erros: o pior deles, o mais óbvio,  aprendi isso desde que era criança e assistia aos jogos (em companhia de meu pai e meu irmão) da Desportiva de Guaratinguetá, cuja impenetrável defesa era formada por Costa, Bolar e Jorge, o erro mais grosseiro do Brasil foi atacar pelo miolo da área, sempre ocupado por 5 grandalhões, verdadeiros armários medindo 2 metros de largura por 3 de altura, em cujas canelas a bola batia como naquele jogo de binball ou fliper, em que a bolinha fica quicando pelo tablado e marcando pontos para o jogador, só não pode cair no buraco, o gol, no caso do nosso amistoso.
Em tais circunstâncias, é preciso atacar pelas pontas. Wiliam deveria ter entrado com 10 minutos de jogo para ocupar a ponta direita, no lugar de Renato Augusto que não tinha o que fazer em campo, com Gabriel Jesus revezando-se com Neymar na ponta esquerda. (Mesmo assim, admito que o gol seria missão impossível, com os 45 ingleses na defesa...)
            Nosso melhor jogador, Neymar  Jr, permaneceu estático na mesma posição (desculpem o pleonasmo) durante todo o jogo, marcadíssimo por 3 gigantes pernas –de-pau. E por que o idolatrado Tite não ordenou que ele se deslocasse, que viesse para a lateral esquerda se fosse o caso? Mas não, permaneceu pregado na impecável grama de Wembley. Não jogou nada.
            Por que chamo os ingleses de covardes? Porque praticaram o antijogo diante de mais de incríveis 80.000 expectadores! (Isso representa o dobro da lotação da arena do Palmeiras!) Isso é falta de respeito, os inventores do futebol já deveriam saber disso.
            Os comentaristas oficiais disseram que foi um bom teste para a seleção brasileira. Discordo: os ingleses não atacaram, e assim a nossa defesa não foi testada.
            Houve, com certeza, um ponto positivo nesse encontro: a CBF levou um dinheirão com o amistoso. O destino da grana, isso ninguém sabe.