terça-feira, 7 de maio de 2013

A prática ecológica



Sempre que a menina de dois anos e meio de idade chega à casa dos avós a primeira coisa que faz é pedir para botar comida para os passarinhos.

Em primeiro lugar, enche a garrafa pet com a ração comprada pelo avô, com a ajuda de um pequeno funil, com cuidado para que não haja desperdício. Em seguida despeja o conteúdo da garrafa no comedouro que fica dependurado na varanda.
          
         Olha os passarinhos chegando!, exclama ela cheia de entusiasmo, poucos minutos depois.
         
         Experiências como esta permanecem definitivamente marcadas – assim esperam os avós –, a valer mais que todos os sermões ecológicos proferidos na escola daqui em diante.

Foto: A.Vianna, Brasília, 2013.

Mil e trezentos cães enjaulados



“Mil e trezentos cães enjaulados em péssimas condições e possivelmente destinados ao contrabando de carne para pratos exóticos foram resgatados em menos de uma semana na fronteira nordeste da Tailândia.”(1)
            
           A notícia, por si mesma, é de provocar espanto, revolta, indignação. Acompanhada da fotografia, é de revirar o estômago.
           
Que merda é esta de pratos exóticos?
Já não bastam percevejos, gafanhotos, tarântulas, escorpiões, larvas de toda espécie, formigas gigantes, todos os tipos de frutos do mar, e tantas outras coisas impensáveis mas comíveis?
É preciso comer cachorro?
E antes de comê-los, é preciso que sejam tratados com tamanha desumanidade?

Uma jovem mãe perguntou-me o que eu achava dela comprar um cachorro, diante dos insistentes pedidos dos três filhos pequenos. Respondi apenas O cão humaniza a família.
Ela riu, adquiriu um cãozinho, e dois meses depois me contou Outro dia meu filho do meio me disse, Mãe, você viu que depois que o Fred chegou nós não brigamos mais? Foi minha vez de sorrir...

Fico pensando, quando e de que forma os comedores-de-cachorro da Tailândia serão humanizados?

           
Foto: AFP