terça-feira, 3 de junho de 2014

Volendam

A foto do dia.


Volendam é uma antiga vila de pescadores, a meia hora de Amsterdam.

Foto: A.Vianna, maio de 2014.

Jardim das Esculturas


             Depois que o viajante termina a visita ao interior do Kröller-Müller Museum, próximo à pequena cidade de Otterlo, ao nordeste da Holanda, e se delicia com a inacreditável quantidade (e qualidade) de quadros de Vincent van Gogh, entre outros artistas de renome, ele penetra num enorme espaço ao ar livre, o Jardim das Esculturas. 


            Impossível não se surpreender com a “escultura” de Marta Pan (Budapest, 1923 – Paris, 2008), intitulada Anphithéâtre, construída entre 2005 e 2007.


             Da mesma artista, a Escultura Flutuante (1960-1961).



            O viajante leva um susto ao se deparar com o nome de Ana Maria Tavares, uma brasileira de Belo Horizonte (1958), cujo trabalho leva o título de Segredo das Águas, ao lado de artistas como Rodin, Aristide Maillol, Bourdelle, Isamu Noguchi, entre outros.



            Uma experiência única a visita ao Kröller-Müller Museum, incluindo o Jardim das Esculturas.


Foi tudo mentira...


Com título sugestivo e ao mesmo tempo poético – “Foi tudo mentira, você não me amou” – Eliana Cardoso compôs a belíssima crônica publicada no Eu & Fim de semana, do Valor Econômico.
            Iniciou citando Borges e Rabelais (Gargântua e Pantagruel), passou por Umberto Eco e o contemporâneo Robert Trivers, fez rápida e interessantíssima referência a Sun Tzu (“A habilidade suprema do guerreiro é vencer sem combater”), para deter-se em Um copo de cólera, de Raduan Nassar.
            O tema central da crônica é a mentira e o autoengano:

“Talvez não tanto quanto Baudolino, o homem comum também mente. Mente mais para si mesmo do que para os outros. A razão, explica Robert Trivers em Deceit and Self-Deception (Penguin, 2014, ainda sem tradução em português) reside no fato de que mentir para si mesmo é a melhor maneira de conseguir enganar os outros. O mentiroso mais convincente acredita nos próprios embustes.
Na perspectiva convencional, o autoengano funciona como mecanismo de defesa. Para sobreviver num mundo perigoso onde nos sentimos vulneráveis, as mentiras nos reconfortam como os narcóticos (conceituais ou químicos) e nos ajudam a evitar verdades desagradáveis.” (1)

            Eliana destaca três movimentos em Um copo de cólera, e disseca a relação de amor e ódio – mais ódio que amor – entre duas pessoas “supostamente enamoradas”. E conclui com uma frase genial (aqui, ela bem que poderia ter citado Freud...), útil para todos nós, especialmente em se tratando de relacionamento humano: “Quem não aprende, repete”.
            A crônica integral está disponível também no site da autora. É só clicar e deliciar-se: