sexta-feira, 27 de maio de 2022

2 pesos, 2 medidas

 Política sem palavras



Genivaldo, portador de transtorno mental, asfixiado em camburão da PRF, foi abordado por policiais porque não usava capacete! 


Foto de autor desconhecido.

Polvo e moreia

A foto do dia

 



Paula Vianna
Armação dos Búzios, RJ
maio 2022

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Câmara de gás

Terceira charge do dia

 


Nando Motta

Política de segurança eleitoral

Segunda charge do dia

 


Aroeira


Homenagem a Nise da Silveira




Nise Magalhães da Silveira (Maceió, 1905 — Rio de Janeiro, 1999) foi uma médica psiquiatra brasileira. Reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil. Foi aluna de Carl Jung.

          Dedicou sua vida ao trabalho com doentes mentais, manifestando-se radicalmente contra as formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.

          Nise ainda foi pioneira ao enxergar o valor terapêutico da interação de pacientes com animais.” 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nise_da_Silveira

 


          O não reconhecimento da importância de Nise da Silveira pelo presidente da república por si mesmo já é uma grande homenagem a esta mulher. Ao longo da vida, ela esbanjou empatia. Não poderia mesmo ser homenageada por que não sabe o que tal sentimento significa.

Um Rio de chacinas

 Charge do dia


Benett para a Folha hoje

Em Veneza

Imagem & Microconto

 


Planejado ao longo de muitos anos, aquele era para ter sido o passeio mais romântico de suas vidas.



Foto de autor desconhecido.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Quem chegar primeiro...

Imagem & Microconto

 


Disse o mais velho:

– Quem chegar primeiro na pracinha leva a baguete! E disparou.




Foto: Robert Doisneau, 1950.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

A arte de Aurora Cursino

Pintura sem título e sem data de Aurora Cursino

Coleção: Museu de Arte Osório Cesar. Cortesia: 

Complexo Hospitalar do Juquery 

e Prefeitura de Franco da Rocha.

Foto: Gisele Ottoboni/ Prefeitura de Franco da Rocha.

 

 

Publicação a ser lançada na próxima quarta-feira, Dia da Luta Antimanicomial: biografia "Aurora: Memórias e Delírios de Uma Mulher da Vida", de autoria da historiadora Silvana Jeha e do psicanalista Joel Birman. 

“A dupla reconstrói a vida dessa anti-heroína com base em documentos de diversos arquivos, notícias de jornal e nos próprios escritos da artista, intercalando o texto com pinturas dela e sugerindo conexões dos quadros com fatos da vida de Cursino.” 

"Puta, louca e finalmente artista, ela condensa em sua obra algo que diz respeito a todas as mulheres", escrevem os autores na introdução do livro. "Sobretudo, o que ela pinta é o patriarcado. Os quadros dela são basicamente um ataque do patriarcado à mulher. Se alguém desenhou para mim o que é o patriarcado, foi a Aurora", afirma Jeha, em entrevista. A autora acrescenta que muitos temas tratados nos quadros da artista viriam a aparecer décadas mais tarde na arte feminista, engajada.”

“Cursino aprendeu a pintar na Escola Livre de Artes Plásticas do Juquery, onde a pintora Maria Leontina deu aulas durante alguns anos. Suas telas a óleo misturavam personagens das ruas do Rio de Janeiro, autoridades do governo e representações de si mesma e dos filhos que teria tido com escritos que davam dicas sobre as situações retratadas. Suas frases não eram muito claras e ela tratava a palavra como imagem, afirma Raphael Fonseca, um dos organizadores da exposição "Raio que o Parta", em cartaz agora em São Paulo, no Sesc 24 de Maio.”

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/05/quem-foi-aurora-cursino-artista-lobotomizada-que-pintou-a-submissao-feminina.shtml

 

Avaliação do desempenho de cotistas e demais alunos da USP


 

'Colegas viajavam para fora nas férias, e eu trabalhava', 

diz cotista recém-formado na USP

Karime Xavier/Folhapress

 

 

 

“Diferença entre nota de cotistas e demais alunos na USP cai ao longo do curso.”

Reportagem de Laura Mattos, para a Folha de S. Paulo hoje (15).

 

Desde o lançamento do programa de cotas assumi posição francamente favorável, ainda atuando na vida universitária, mesmo no tempo em que o assunto era ainda mais polêmico do que nos dias atuais. Portanto, é com imensa alegria que tomo conhecimento da presente pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo. Vejamos os destaques da pesquisa.

“Na formatura da primeira turma da Universidade de São Paulo, desde a implementação da política de cotas para estudantes de escolas públicas e para pretos, pardos e indígenas, uma pesquisa inédita obtida com exclusividade pela Folha revela que o desempenho dos cotistas foi pouco inferior ao dos demais alunos e melhorou progressivamente ao longo do curso, tornando a distância entre as notas cada vez menor.”

“O estudo acompanhou por quatro anos as notas dos cerca de 11 mil ingressantes da capital paulista de 2018, quando começou o programa de cotas. Parte desses estudantes, aqueles das faculdades de quatro anos de duração, graduaram-se no início de 2022, em razão do atraso da pandemia, e estão recebendo agora o diploma.”

“De acordo com a pesquisa sobre o desempenho desses alunos, mesmo nas faculdades mais concorridas, a distância máxima entre os oriundos de escolas públicas e os de particulares foi de 1,2 ponto na mediana das notas, de 0 a 10. A mediana é a nota central de cada grupo —50% dos alunos estão acima dessa marca e os outro 50%, abaixo. Essa diferença de 1,2 ponto se deu no 1º semestre de 2018. Já no 2º semestre de 2019, ou seja, no último boletim pré-pandemia, a distância havia sido reduzida para menos de um ponto, 0,9 na média. No fim de 2021, após quase dois anos de aulas online, foi de 0,7.”

“Para a coordenadora da pesquisa e professora da FFLCH, Marta Arretche, os dados demonstram que a inclusão dos cotistas não compromete a excelência da USP. A hipótese de que as cotas poderiam reduzir a qualidade da universidade costuma ser aventada por críticos das políticas de inclusão. "Essa é uma preocupação legítima, mas que se baseia em suposições", afirma.”

“Reitor da USP e professor de medicina, Carlos Gilberto Carlotti Junior afirma que a pesquisa sobre o desempenho dos estudantes comprova que "o programa de cotas acerta ao acreditar no potencial das pessoas". "São alunos que não tiveram uma educação da mesma qualidade que os de escolas privadas, mas têm potencial para superar essa diferença e chegar ao final da graduação com as mesmas condições."

Arretche e Carlotti não acreditam na possibilidade de que a exigência nas aulas e nas provas tenha sido reduzida. A coordenadora da pesquisa aponta que, muitas vezes, há diferença grande de notas em cada grupo. "Há alunos escolas particulares, brancos ou PPI, que tiram 10 e os que tiram zero, da mesma forma que os de escolas públicas."

Ela pondera que "notas nunca são perfeitas para avaliar alunos", mas são "o instrumento mais aproximado para observar empiricamente o desempenho". Por isso, ressalta, é importante que o estudo seja prolongado.”

“Para o reitor, "não há, desde a implementação das cotas, nenhuma sinalização de queda de prestígio da USP, da produção acadêmica, científica". "A USP precisa mostrar para a sociedade que o programa de cotas é interessante, aumenta a diversidade e qualifica ainda mais as nossas pesquisas, porque temos alunos de diversas realidades, vivências e pensamentos", afirma. "As grandes universidades internacionais têm programas de inclusão altamente fortalecidos. Se a universidade brasileira ficar fora disso, estará excluída do mundo acadêmico", complementa o reitor.”

Estas são ótimas notícias, fruto de estudos científicos qualificados.

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2022/05/diferenca-entre-nota-de-cotistas-e-demais-alunos-na-usp-cai-ao-longo-do-curso.shtml

 

domingo, 15 de maio de 2022

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Buraco negro da Via Láctea



Primeira imagem do buraco negro supermassivo 

Sagitário A*, no centro da nossa galáxia - EHT

 


“Pela primeira vez, astrônomos conseguiram registrar a região de sombra do buraco negro gigante que mora no coração da nossa galáxia, a Via Láctea. O resultado, obtido pelo consórcio internacional EHT (sigla inglesa para Telescópio do Horizonte dos Eventos), foi apresentado em evento organizado em Washington pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA. (12 mai 2022)

O nome do projeto, que tem a liderança de pesquisadores do Centro para Astrofísica Harvard-Smithsonian, faz alusão à fronteira matemática que separa o ponto de não retorno de um buraco negro. Cruzado o horizonte dos eventos, a gravidade do objeto é tão grande que nada pode escapar dele, inclusive a luz. Daí vem o nome dessa classe de astros, bem como sua aparência esperada: uma sombra escura, correspondente à região de onde a luz não pode mais escapar.

A previsão da aparência visual de um buraco negro se tornou realidade observada em 2019, quando a equipe do EHT apresentou a primeira imagem direta da sombra de um buraco negro –no caso, do objeto gigante que mora no coração da galáxia M87, a 53,5 milhões de anos-luz de distância, com massa equivalente à de 6,5 bilhões de sóis.

Foi o ponto culminante de um trabalho de décadas, explorando uma técnica conhecida como interferometria de base muito longa, cujo objetivo é combinar observações feitas por vários telescópios avulsos separados por longa distância em uma única imagem. Isso equivale, grosso modo, a ter um telescópio cuja área é do tamanho da maior distância entre os diferentes elementos.

A primeira observação da equipe do EHT foi realizada em 2006, e os dados que geraram a imagem do buraco negro gigante de M87 foram colhidos a partir de oito conjuntos de radiotelescópios, espalhados por Europa, Estados Unidos, Chile e até mesmo o polo Sul. Na prática, foi como ter um telescópio do tamanho da própria Terra. E só assim foi possível detectar a sombra do objeto.

O plano original sempre foi mirar dois objetos: além do buraco negro de M87, o alvo mais óbvio –o buraco negro do centro da nossa própria galáxia, objeto conhecido como Sagitário A* (pronuncia-se "a-estrela" e, claro, está na constelação de Sagitário). Só que ele se mostrou mais desafiador. Apesar de muito mais perto, a cerca de 30 mil anos-luz da Terra, ele também é bem menor, com massa de 4 milhões de sóis.

Isso, por sua vez, faz com que o gás cercando o buraco negro, prestes a cair nele em velocidades próximas à da luz, completasse uma volta ao redor de Sagitário A* em questão de minutos. Isso criava complicações para enxergar a sombra do buraco negro, em comparação com o que foi feito com M87, onde o gás, embora viajando à mesma velocidade, levava muito mais tempo para circular o horizonte dos eventos.

Em 2019, o grupo do EHT disse ter resultados de Sagitário A*, mas mais difíceis de processar. E ninguém sabia àquela altura o quanto seria possível extrair dos dados, apresentados agora. "O resultado foi uma imagem que, até terminarmos a análise, não tínhamos certeza de que poderíamos obter", disse Vincent Fish, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Agora, temos pela primeira vez uma visão próxima do monstrengo que mora no coração da nossa galáxia.

​            "São agora dois laboratórios para testar nossas predições", disse Feryal Özel, da Universidade do Arizona, ao apresentar a nova imagem, ao lado da imagem do buraco negro de M87. De acordo com ela, a imagem segue muito de perto o que previa a relatividade geral de Albert Einstein, nossa melhor compreensão da ​gravidade.

A análise completa dos resultados foi publicada em uma edição especial do periódico The Astrophysical Journal Letters.”

 

https://www1.folha.uol.com.br/blogs/mensageiro-sideral/2022/05/astronomos-obtem-imagem-do-buraco-negro-no-centro-da-via-lactea.shtml

 

 

 

Paula e Gabriela em Brasília

Galeria de Família

 





Paula e Gabriela estiveram em Brasília no início de maio 2022, para uma feliz e inesquecível visita!


PS. Quando perguntadas sobre o que mais gostaram da visita, respondem sem pestanejar: poder dormir até às 11 horas da manhã.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

M. Helena brilha

Galeria de Família

 


Maria Helena, guia turística em Teresópolis e adjacências, exímia escaladora dos picos da Serra dos Órgãos! Uma verdadeira atleta!


Chaga insolúvel

A foto do dia

 

Operação da polícia civil e gcm na praça 

Princesa Isabel na madrugada desta quarta (11)

no novo ponto da Cracolândia

Danilo Verpa/Folhapress

 

 

 

Rogério Pagnan e Mariana Zylberkan, para a Folha:

 

“A Polícia Civil e a Prefeitura de São Paulo desencadearam na manhã desta quarta-feira (11) uma megaoperação contra o tráfico de drogas na praça Princesa Isabel, região central da capital, novo endereço da cracolândia desde a migração do fluxo de usuários no dia 18 de março.”

 

Esta é uma triste chaga no coração da maior e mais rica cidade do país. Problema insolúvel?

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/05/policia-invade-nova-cracolandia-expulsa-usuarios-da-praca-e-prende-traficantes.shtml

 

terça-feira, 10 de maio de 2022

Tempos modernos

 Quarta charge do dia



André Dahmer para a Folha de S. Paulo

Penso que o melhor nome para essa obra de André Dahmer seja uma ilustração, e não uma charge, tamanha a extensão da sua criatividade. O título é meu, não sei se o autor deu algum título. Coisa de gênio!


Relembrando o leitor:


A Dança – Henri Matisse, 1910. 
Óleo sobre tela – 2,60m x 3,91m, Museu Hermitage, 
São Petesburgo, Rússia.

Sala escura

Terceira charge do dia


 Aroeira

Salários

 Duas charges do dia


Amarildo



Kleber

Warhol no topo



Retrato de Andy Warhol leiloado nesta segunda (9)

Angela Weiss/AFP



NOVA YORK | AFP


"O retrato de Marilyn Monroe feito por Andy Warhol, "Shot Sage Blue Marilyn", foi leiloado por US$ 195 milhões, cerca de R$ 1 bilhão, nesta segunda, e bateu o recorde para uma obra do século 20 —que, até então, era ostentado por "As Mulheres de Argel", do pintor espanhol Pablo Picasso, no valor de US$ 179,4 milhões, ou R$ 925,7 milhões na cotação atual.

Ainda assim, o retrato ficou abaixo das expectativas de leiloeiros e colecionadores, que acreditavam que a obra chegaria aos US$ 200 milhões."

 

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/05/marilyn-monroe-de-andy-warhol-bate-recorde-e-vira-a-obra-mais-cara-do-seculo-20.shtml

 

domingo, 8 de maio de 2022

Minha mãe

 Homenagem



Ondina, minha mãe, ainda solteira, na formatura de Professora, pela Escola Normal do Instituto de Educação "Conselheiro Rodrigues Alves". Ela está linda e a fotografia é primorosa!

Caos e mentiras

Charge do dia

 


Cláudio Hebdô


Vinagreira em flor

 

“A vinagreira, também conhecida como agrião-de-guiné, azedinha, caruru-da-guiné, graxa-de-estudante, groselheira, hibisco ou papoula, é uma planta medicinal rica em vitamina A e C, ferro, fósforo e potássio, o que lhe garante ação antioxidante, antisséptica, tônica e vasodilatadora, podendo ser usada como forma de complementar o tratamento de diversas doenças, desde que indicado pelo médico.

          As folhas e cálice da vinagreira podem ser consumidos em forma de chás ou sucos, ou serem utilizados como temperos ou para preparar doces, geleias e vinagre, por exemplo. 

          O seu nome científico é Hibiscus sabdariffa.”


          Mercêdes, sempre atualizada sobre culinária, informa que a vinagreira é ingrediente fundamental no preparo do arroz de cuxá, comida típica do Maranhão.

 


Na horta, plantada em pequeno vaso.









Fotos: AVianna, mai 2022

https://www.tuasaude.com/vinagreira/

sábado, 7 de maio de 2022

Quarto poder!!!

Segunda charge do dia

 


Ilustração de Marília Marz para a Folha hoje

Esperança equilibrista

Charge do dia



Miguel Paiva 

Tartaruga de pente

 A foto do dia



Paula Vianna

 

"Quer saber por que nosso ponto de mergulho predileto chama-se Santuário das Tartarugas? Bem, avistamos tartarugas todos os dias! Esta linda tartaruga de pente é a Marie, identificada há quase 2 anos pela @gabigismonti do @projeto auana e vista novamente dia 3 de maio na ilha de Âncora. Ela estava no coral mole: uma bela moldura para a foto, não acha? 

Venha conhecer este paraíso com a @buziosdivers e @paulaviannauwphotography."


Paula Vianna        

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Dilema

Charge do dia

 


Aroeira


Realejo

Mais 47 cenas do Romance Familiar

 



 

Foi preciso que deparasse com a fotografia no Twitter para que toda a cena, tantos anos guardada na memória, surgisse cristalina, inteira, vívida em meu espírito. Ah! a nossa memória!

            Aos 10 anos de idade passei duas semanas em São Paulo, em companhia de meu pai. O motivo, um certo tratamento (?) para meu estrabismo através da ortóptica; em português raso, exercícios para botar o passarinho dentro da gaiola. Foi um tempo mágico! O pai exclusivo para uso meu, atenção total, dedicação exclusiva, passeios pela cidade onde ele havia morado quando solteiro e que conhecia com intimidade, hospedagem na pensão de Dona Cinhaninha, muito simples e asseada, onde o pai havia morado anos atrás. Com muito orgulho, fiquei conhecendo alguns de seus amigos, que continuavam morando no mesmo lugar.

            Além da felicidade reinante, me lembro bem de um fenômeno por mim experimentado, sem que me tivesse dado conta à época, naturalmente. Eu regredi! Voltei alguns anos em meu comportamento, parecia um menino com a metade da idade real. E, portanto, cheio de vontades.

            Antes de passar ao centro da história, uma advertência: Seu Ofir não era homem de gastar dinheiro à toa, nunca foi, tanto que os filhos nunca souberam o que era ter dinheiro no bolso, até a emancipação e saída de casa, adultos jovens. Fazia isso por princípio, herança familiar cultivada ao extremo.

            Em um dos passeios pelo centro da cidade, findo o trabalho inútil de guardar o passarinho, vi pela primeira vez um homem tocando realejo, encimado por pequena gaiola contendo um periquito. Se o passante solicitava a leitura da sorte, o homem abria a portinha da gaiola, o bichinho saía e com o bico puxava pequeno bilhete contendo o vaticínio! Para mim, uma cena indescritível, para a qual não tinha palavras adequadas: uma obra de arte, poesia em estado puro, verdadeira mágica!

            Pedi para meu pai a leitura da sorte, e ele, depois de muito relutar, conversar paciente comigo, Isso é bobagem, meu filho, mas o menino fincou o pé, queria-porque-queria, até que o pai consentiu. Tremenda emoção pela deferência do periquito para com a minha pessoa! O que havia escrito no papelinho, disso não faço a menor ideia.

            A fotografia do Instituto Moreira Salles me trouxe lágrimas aos olhos já cansados nesta manhã suave de maio e céu azul.




Foto: Realejo na Praça do Patriarca, SP, em 1953. Alice Brill #SPFotos.

 

terça-feira, 3 de maio de 2022

É isto um juiz? 2


Este blog publicou recentemente (24 abr 2022) É isto um juiz?, comentando as atitudes do Sr. André Mendonça frente ao Supremo Tribunal Federal, no caso da condenação de Daniel Silveira.

http://loucoporcachorros.blogspot.com/2022/04/e-isto-um-juiz.html

 

            Hoje, a bem da verdade, se faz necessária a complementação do funesto episódio. Aqui vai:

 

“Mendonça explicou a Bolsonaro razões para seu voto pela prisão de Daniel Silveira: notícia publicada hoje na Folha.Uol (2.mai.2022).” 

 

“O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, tiveram uma conversa telefônica após o julgamento do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado à prisão por 10 votos a 1.”

 

“Mendonça foi um dos ministros que votaram pela condenação, embora propondo uma pena menor do que seus colegas.”

 

Segundo o Painel apurou, Mendonça explicou ao presidente os motivos de ter dado uma pena menor ao parlamentar e foi elogiado por Bolsonaro, que depois o defendeu em público das críticas da base conservadora em um evento.”

 

            Ou seja, houve desdobramentos...

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2022/05/mendonca-explicou-a-bolsonaro-razoes-para-seu-voto-pela-prisao-de-daniel-silveira.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=twfolha

 

 

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Ato falho

Charge do dia 


Amarildo

O ateliê vermelho



O MoMA, de Nova York, reuniu pela primeira vez a maioria das obras que aparecem no Ateliê Vermelho, quadro de Matisse: seis pinturas, duas esculturas, uma peça de argila e um prato de cerâmica (AFP, Redação, 29 abr 2022). Ou seja, uma exposição a partir de um único quadro. 

Todas as obras foram feitas por Matisse entre 1898 - quando tinha 28 anos e acabara de concluir a Escola de Belas Artes de Paris - e 1911, quando o magnata e colecionador russo Serguei Shchukin fez uma encomenda a ele.



Das dez obras expostas, duas são propriedade do MoMA, entre elas o próprio Ateliê Vermelho, três da Galeria Nacional da Dinamarca e as outras foram emprestadas por outros museus e colecionadores privados.




De todas as obras que o artista apresenta no Ateliê Vermelho, falta o grande nu com fundo rosa. Matisse pediu que o destruíssem após sua morte. 

 



Para a composição de O Ateliê Vermelho, Matisse usou como modelo seu próprio ateliê – anteriormente branco – situado em Issy-les-Moulineaux, subúrbio de Paris. Uma grande área de cor vermelha contém a arquitetura e a mobília do ambiente, demarcadas por finas linhas, ou arranhaduras na superfície vermelha. Ele achava que o vermelho seria capaz de suprimir a ilusão de espaço. 

Na pintura são apresentados quadros, cerâmicas e pequenas esculturas feitas pelo artista. No meio da parede frontal encontra-se um relógio circular – eixo central da composição – sem os ponteiros, como se o tempo ali não importasse. 

 

 

https://cultura.estadao.com.br/noticias/artes,a-nova-vida-do-atelie-vermelho-de-matisse-no-moma-de-nova-york,70004052170