quarta-feira, 4 de maio de 2016

O que se pode aprender

Assistir às reuniões das comissões do impeachment pode nos proporcionar alguns bons ensinamentos. Se não, vejamos.
           
Cada parlamentar entra na sala de reuniões com suas ideias prontas e bem organizadas. Ao final de dez horas de exaustivas discussões, todos saem do recinto com as mesmas ideias com que lá entraram.

Se alguma mudança houver em suas maneiras de pensar, serão referentes à robustez das próprias ideias, agora plenas de novos argumentos, oriundos dos embates políticos, para defender as mesmas ideias.

E por que isso acontece? Porque estão todos a defender interesses particulares, legítimos ou não. Ora são interesses partidários, outras vezes interesses ligados a ocupação de cargos, ou simples interesses pecuniários, alguns interesses são impublicáveis; não importa, são todos interesses pessoais.

Doce ilusão pensar que tal conduta é própria apenas dos ilustres parlamentares da República. Isso é próprio do ser humano. E desde que ele é uma criancinha!

Repetir repetir repetir, é assim que a criança aprende. Porque é o método mais fácil de se aprender, aquele que dá menos trabalho. E ela está sempre a defender seus próprios interesses. Sempre.

O método mais difícil de aprender: pensar!

(Porque defendem interesses particulares, já bem estabelecidos, os ilustres parlamentares não precisam pensar, apenas repetir repetir repetir. Repetem os mesmos discursos diariamente, e ainda costumam dizer: Certas coisas precisam ser repetidas para que...)

Mas o expectador que assiste ao espetáculo pode observar, analisar o que está vendo e ouvindo, e aprender que, embora dê muito trabalho, pensar ainda é a melhor opção.

É o que podemos aprender com as diversas comissões de ilustres parlamentares.


Capa do Estadão

A foto do dia


Sem comentários, mas a foto é genial.

Foto: Dida Sampaio / Estadão