Escada em Chenonceau, França. Desenhada pelo gênio de Leonardo da Vinci em 1516.
“Nesta sexta-feira (22), o Museu Munch muda-se para o centro da cidade, dentro de uma torre espaçosa e moderna.
"Pode ser o maior museu dedicado a um único artista", disse o diretor do museu Stein Olav Henrichsen.
Com 13 andares e mais de 26.000 metros quadrados, o novo edifício apelidado de "Lambda" oferece cinco vezes mais espaço de exposição do que o edifício sombrio que até agora abrigava o tesouro nacional no popular bairro de Tøyen.
Solteiro e sem filhos, Munch (1863-1944) legou sua obra à cidade de Oslo, escolhida em sua velhice em detrimento do Estado norueguês. Herdeiro inicial, o país caiu nas mãos da Alemanha nazista, que considerava este pioneiro do expressionismo um representante da "arte degenerada".
Como não poderia ser diferente, a coleção contém "O Grito", emblema do museu apresentado em diferentes versões, e outras obras importantes como "Amor e Dor", "Madonna" ou "A menina doente".
Donata Magrini, Anna Rosa Sprocati, Daniela Manna, Paola D'Agostino, Monica Bietti e Marina Vincenti (da esq. para dir.), da equipe, formada exclusivamente por mulheres, que usou bactérias para limpar obras de Michelangelo - Gianni Cipriano/NYT
“Michelangelo ganha limpeza realizada por uma salada bacteriana em Florença – Micróbios são usados no processo de retirada de resíduos nas obras do renascentista na Capela Médici”. Esta a manchete da reportagem de Jason Horowitz, de Florença, para The New York Times, com tradução de Paulo Migliacci, publicada hoje na Folha de S.Paulo.
“Já em 1595, descrições de manchas e descolorações começaram a aparecer em relatos sobre um sarcófago na graciosa capela que Michelangelo criou como repouso final para os membros da família Médici. Nos séculos seguintes, o gesso usado para copiar incessantemente as obras-primas que ele esculpiu por sobre as tumbas deixou resíduos que causaram descoloração. As paredes brancas e ornadas que ele concebeu perderam o brilho.”
“Enquanto o vírus se espalhava lá fora, restauradores e cientistas discretamente colocaram em ação micróbios dotados de bom gosto e incrível apetite, espalhando-os sobre o mármore e transformando a capela deliberadamente em uma salada bacteriana.”
“Foi tudo feito em segredo”, disse Daniela Manna, uma das restauradoras, que atribui a sujeira a Alessandro Médici, que governou Florença, morreu assassinado e teve seu corpo sepultado no sarcófago sem ser devidamente eviscerado. Ao longo dos séculos, os resíduos que seu corpo produziu vazaram para o mármore de Michelangelo, criando manchas profundas, e mais recentemente oferecendo um banquete ao produto de limpeza preferido na capela, uma bactéria chamada Serratia, a SH7."
“Anna Rosa Sprocati, bióloga da Agência Nacional Italiana de Novas Tecnologias, escolheu a bactéria mais adequada entre as quase mil variedades disponíveis, usadas mais frequentemente para romper moléculas de petróleo em casos de derramamento ou reduzir a toxicidade de metais pesados. Algumas das bactérias disponíveis em seu laboratório comiam fosfatos e proteínas, mas também o mármore de Carrara preferido por Michelangelo, e não foram selecionadas.”
"Em seguida a equipe de restauração testou as oito variantes mais promissoras, atrás do altar, em uma pequena palheta retangular sobre a qual foram pintadas fileiras de quadrados, como uma cartela de bingo. Todas as bactérias selecionadas para teste são inofensivas para seres humanos e não têm esporos."
O anúncio do novo projeto arquitetônico do Museu de Arte do Espírito Santo (Maes) mexeu com as redes sociais. O museu, recém reformado, aparece coberto por um gigantesco ovo branco. Reportagem de Clara Balbi para a Folha de S. Paulo (26 mar 2021).
Houve comentários indignados nas redes sociais, criticando a poluição visual causada em Vitória pela da intervenção. “Até um abaixo-assinado foi criado, sério apesar do nome – "não queremos um ovo em cima do Museu de Arte do Espírito Santo", afirma Balbi.
Ocorre que, “nem o projeto, nem o seu patrocinador, a Da Silva Brokers, existem, porém — são uma obra de "Tirante", primeira exposição virtual do Maes. Mesmo o CEO do suposto conglomerado, Antonio da Silva, foi na verdade inventado pelo artista alemão Anton Steenbock.”
Steenbock comenta as reações do público ao projeto: "Elas são interessantes porque mostram os dois lados. Há quem considere o projeto moderno, novo. Outros acham horrível, um ataque ao patrimônio. E essa discussão é o principal, porque o projeto acontece na cabeça das pessoas. Chamo esses projetos de uma vacina, porque, ao darem uma pequena dose de algo que só é real na imaginação das pessoas, elas então criam anticorpos e ficam mais atentas àquilo que pode limitar a liberdade delas."
Este é um belo exemplo do que poderia ser denominado “arte virtual”: uma construção que nunca existiu, que foi criada para nunca existir, e mesmo assim, passou a existir na cabeça de muita gente. Arte é bem isso, uma provocação. Se é bela ou não, isso é outra questão.
Eu gostei do ovo gigante: há de aumentar o número sempre pobre de visitantes ao museu.