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sábado, 15 de abril de 2017

Limerique brasileiro



                            cambada de vagabundos
                     maior corrupção do mundo
                     dizem – Não fiz nada
                     (um milhão pra cada)
                     na cadeia todos juntos


Limerique, você sabe o que é? Clique: http://loucoporcachorros.blogspot.com.br/2017/03/voce-sabe-o-que-um-limerique.html


terça-feira, 14 de março de 2017

Limerique do fim do mundo



delação do fim do mundo
num cenário tão imundo
tremem os políticos
fortes ou raquíticos
todos eles moribundos


Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Limerique, você sabe o que é?


Tatiana Belinsky          

           Até ontem eu não sabia.
Limerick ou limerique é um poema de uma única estrofe, composto de 5 versos; o primeiro, segundo e quinto versos rimam entre si, e devem ter oito ou nove sílabas; o terceiro e quarto versos também rimam entre si, são mais curtos, com  cinco ou seis sílabas. O conteúdo é geralmente jocoso, às vezes obsceno. (Para alguns, a obscenidade deve ser uma característica obrigatória do limerique.)
Os cinco versos do limerique seguem o esquema de rimas AABBA. Não encontrei qualquer referência sobre a existência ou não de título para cada poema. Em resumo, é um poema curtinho e engraçado. Mas não é tão fácil de se fazer...
            Para complicar um pouco as coisas, um limerique tem um certo ritmo, criado pela ênfase dada às sílabas. O primeiro, segundo e quinto versos recebem a denominação de:

Verso Anapéstico – duas sílabas curtas seguidas por uma longa (pa-pa-pam, pa-pa-pam) Aqui vai um exemplo (note que a ênfase naturalmente cai nas sílabas em itálico): Es-ta-rei a-ma-nhã por-a-qui / Es-tu-dan -do, o-ter--rio-ca-paz.

O terceiro e quarto versos recebem denominação de:

Verso Anfíbraco – uma sílaba longa entre duas curtas (pa-pam-pa, pa-pam-pa. Exemplo: No-ber-ço pendente de ramos floridos/Em que eu pequenino feliz dormitava.

Este nome limerick é tido por alguns como uma referência à cidade irlandesa de Limerick, talvez onde tenha se originado. Porém, seu uso foi registrado pela primeira vez na Inglaterra, em 1846, quando Edward Lear publicou A Book of Nonsense.
No Brasil, Sousândrade e Clarice Lispector foram os primeiros a divulgar os limeriques. Mas foi Tatiana Belinky (Petrogrado, 1919São Paulo, 2013),  escritora infanto-juvenil, autora, tradutora e adaptadora de mais de 250 livros, quem mais se dedicou a esta forma de poema entre nós. Nascida na Rússia, chegou ao Brasil com dez anos de idade, radicando-se em São Paulo.
Em 1987 publicou o livro Limeriques, pela editora FTD, inspirado nos limeriques  irlandeses. Recebeu vários prêmios literários, entre eles o Prêmio Jabuti, em 1989.   Eis alguns exemplos de limeriques da autora:
           
Ao ver uma velha coroca
fritando um filé de minhoca
o Zé Minhocão
falou pro irmão:
“Não achas melhor ir pra toca?”

Você sabe o que é Cocanha?
Cocanha é uma terra estranha,
País que se esconde
Ninguém sabe onde
Lugar misterioso, a Cocanha.

            O leitor está convidado, pois, a limericar.



segunda-feira, 13 de março de 2017

Limerique do Miró

O quadro do espanhol Miró tem dado o que falar neste blog. Primeiro foi o Manoel que, num microconto, chamou o homem de preguiçoso. Em seguida, o próprio Manoel, em carta endereçada ao Louco, tratou de expandir o assunto, crítico de arte que ele se considera. E tome Miró novamente. Depois o Louco respondeu, não se responsabilizando pela crítica manoelina. Até que agora surge este limerique do Miró:



diz o pintor chamado Miró
que há uma mulher que parece jiló
olhando pra lua
com cara de mula
e dependurada num cipó


            Bem, digamos que se trata de interpretação livre da pintura, em forma poética.

            Você sabe o que é um limerique?