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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

De que valem as medalhas?

A mídia anda pródiga, nesses dias pós-olímpicos, em comentários e avaliações sobre o desempenho dos atletas brasileiros na Rio 2016. O critério utilizado tem sido a comparação entre o número de medalhas obtidas em Londres e agora no Rio. O ganho foi pequeno, esperava-se mais, segundo essa mesma mídia.
Sempre achei essa história de número de medalhas uma bobagem. Gastar um dinheirão, investir em esportes que poderão render medalhas, tudo isso sempre me pareceu uma grande bobagem. Mas andei remando contra a maré. O número de medalhas – agora com a prevalência das de ouro! – continuou sendo, sem trocadilho, o “padrão ouro”.
Então encontro na crônica de Hélio Schwartsman de 23/8/2016, para a Folha de S. Paulo, a seguinte afirmação:

“E, convenhamos, apoiar o alto rendimento para ganhar medalhas me parece um objetivo meio besta. Investimentos públicos em esporte deveriam estar voltados principalmente para dar condições para a população exercitar-se e motivá-la a fazê-lo, melhorando sua qualidade de vida e reduzindo as contas da saúde.”
             
            E prossegue Schwartsman:

“A Olimpíada consumiu R$ 39 bilhões, dos quais R$ 17 bilhões são dinheiro público, que é o que nos diz respeito. Como foram 17 dias de eventos e competições, temos a bagatela de R$ 1 bilhão por dia. [...] Não ignoro que organizar um evento como a Olimpíada traz ganhos difíceis de ponderar, como a melhora da autoestima nacional e da imagem externa do país. Custa-me crer, porém, que tais benefícios justifiquem o R$ 1 bilhão por dia.”

Penso que estou bem acompanhado em meus pontos de vista!


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O espírito olímpico de Thiago Braz

A foto do dia.


Thiago Braz consola o francês Lavillenie, vaiado durante as provas e que chorou no pódio, ao som do hino brasileiro.

Foto: Divulgação / COI

terça-feira, 16 de agosto de 2016

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Poliana na maratona aquática


Poliana Okimoto é bronze na maratona aquática (10 km).


Nossa honra atacada


A honra dos cariocas foi violentamente atacada em reportagem do New York Times, gerando reação imediata não só da população local como de todos aqueles que já frequentaram algum dia as praias cariocas, como este Louco.
O prestigioso jornal falou mal do biscoito Globo! Afirmou que o biscoito “não tem gosto”. E continua: “É uma textura e nada mais – é ar que se transformou em uma bolacha em forma de donut. Estalar um em sua boca é como se seus dentes estivessem em uma festa para a qual a língua não foi convidada”.
            Logo os americanos, meu deus! Bebem aquele café preto ralo, verdadeira lavagem de espingarda, adoram manteiga de amendoim, entopem-se de pepinos em conserva e insípidas panquecas, a lista de gostos esquisitos é interminável nos Estados Unidos, incluindo Donald Trump, e agora eles vêm criticar logo o nosso Biscoito Globo!
            Meus pais comiam biscoito Globo, eu, meu irmão e minha irmã comemos biscoito Globo, minhas filhas comem biscoito Globo, minha neta come biscoito Globo, e se for na praia de Ipanema são ainda mais deliciosos.
            O jornalista responsável pela matéria veio cobrir as Olimpíadas mas não esteve na praia, naquele sol escaldante do Rio, quando bate a fome, inclusive de sal; então surge o biscoitinho salvador, tem doce e tem salgado, ao gosto do freguês! A gente come um saquinho, dois saquinhos... e fica querendo mais.
            Falem de tudo, da violência, do trânsito, da sujeira da Baia da Guanabara, dos assaltantes, mas não falem do biscoito Globo.

Hypolito e Nory

A foto do dia.


Diego Hypolito e Arthur Nory, duas medalhas.

100 m rasos



A alegria de Usain Bolt!


domingo, 14 de agosto de 2016

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Segundo bronze



Mayra Aguiar é bronze no judô.

Brasil desencanta



Manchete comum a vários jornais de hoje: BRASIL DESENCANTA!
De fato, o escrete jogou bem, diante de um adversário fraquíssimo, desanimado, sem vontade, confiante no resultado entre os dois outros adversários, cujo empate o classificaria. Não deu outra: Dinamarca classificada, embora perdendo de 4 a 0 para o Brasil.
Como os dois jogos anteriores terminaram em 0 a 0, as manchetes referiram-se ao desencantamento do time brasileiro.
Gosto muito de futebol, porém gosto ainda mais da língua portuguesa. Ao juntar essas duas paixões surge um gosto muito especial, o do jargão futebolístico. Quantas vezes pensei em publicar um dicionário de termos do futebol! Só pelo prazer em colecionar palavras e expressões peculiares, na maioria das vezes sem qualquer sentido ou nexo linguístico.
Um bom exemplo surge quando o jogador, com um leve toque, faz a bola encobrir o adversário, e ela é retomada mais adiante, para delírio da torcida. À esta jogada dá-se o nome de lençol ou chapéu, dependendo da região do país onde foi executada. Tem mais essa: os regionalismos são incontáveis.
Se um jogador mete a bola por um lado do adversário, corre pelo outro lado e apanha a pelota mais adiante, a isso dá-se o fantástico nome de drible da vaca!
Bem, vamos às manchetes de hoje.
O Houaiss registra cinco acepções para o verbete desencantar, não necessariamente nessa ordem:
1 – fazer perder ou perder o encanto, a graça, o charme;
2 – fazer perder ou perder as ilusões, o entusiasmo com relação a (alguém ou algo), desenganar(-se), desiludir (-se), desapontar(-se);
3 – descobrir (coisa rara, difícil de ser encontrada; achar, desentesourar, encontrar;
4 – fazer aparecer ou aparecer (o que está sumido ou em estado latente).
            Nenhuma destas acepções explica as tais manchetes. O encanto, a graça, o charme da seleção já não existem faz muito tempo. E não apareceram neste jogo.
            Vamos então ao significado que se aplica:

5 – livrar (alguém, algo ou a si mesmo) de (encanto, magia); perder efeito (o feitiço); desenfeitiçar (-se).

            Eis aí a solução do mistério! O feitiço foi desfeito. A seleção livrou-se da magia, do maldito encantamento, e venceu de 4 a 0 a Dinamarca. Desencantou, portanto!
            Shakespeare já havia previsto o fenômeno; disse ele, em Hamlet: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Diante da podridão, desfez-se o encantamento!
            Gosto muito de futebol, porém gosto mais ainda da língua portuguesa.



Foto: Eduardo Anizelli / Folhapress.

           
            

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Abertura da Rio 2016



              Os brasileiros andamos tão desmoralizados que os dias que antecederam a Abertura dos Jogos Olímpicos foram de franco pessimismo. Temíamos pelo pior, algo parecido com a queda da ciclovia na Avenida Niemeyer. Falava-se na limitação financeira para uma apresentação digna, duvidava-se da possibilidade de um espetáculo de bom gosto, uma patacoada na certa, se não uma tragédia completa! Quando ouvi falar que a Gisele iria desfilar entrei em pânico: meu deus, o que ela tem a ver com olimpíadas!? O mundo, mais uma vez, vai rir de nós, na capa do The Economist.
            Reversão completa de expectativa! O Brasil revelou um grande Brasil.
Dominou o gosto apurado, cheio de delicadezas, como nos momentos iniciais, com os mosaicos inspirados em Athos Bulcão, artista nascido no Rio e consagrado em Brasília; com o hasteamento da bandeira e Paulinho da Viola cantando o hino nacional ao violão, acompanhado por pequena orquestra de cordas.
            O desfile de Gisele Bundchen numa enorme passarela foi pura beleza e emoção, ao som da Garota de Ipanema – Salve Ipanema e a Bossa Nova! A mulher brasileira não poderia ser mais bem representada!
           Fernando Meirelles resumiu a história do Brasil desde o paraíso virgem até a construção da floresta de concreto que é São Paulo. A chegada dos negros ao país, caminhando com os pés de chumbo da escravidão, foi dos instantes mais emocionantes.
            Restava a grande pergunta: quem acenderia a pira olímpica? Um atleta vitorioso? Uma figura de importância nacional, orgulho dos brasileiros? Algum ser do outro mundo?
            Outra reversão de expectativa! Vanderlei Cordeiro de Lima, ex-boia fria, ex-maratonista, foi um perdedor, ao ser impedido de ganhar a maratona de Atenas em 2004 por um padre louco. Por isso mesmo, tornou-se um vencedor, e merecidamente – com bom gosto e delicadeza – foi o escolhido.
            Durante hora e meia os brasileiros tivemos restituída nossa honra e orgulho da pátria onde nascemos. Mantê-los é outra história.