O viajante parte bem cedo de Florença, em direção a
Montalcino. Passa por Siena, toma uma estrada vicinal asfaltada, cruza com
pequenos povoados, nem isso, são apenas algumas casas de proprietários de
terras cultivadas, vinhedos melhor dizendo, há só vinhedos por toda parte, a
cobrir pequenas ondulações de terreno, morretes, até que chega à estradinha de
terra, e é quando o viajante se dá conta do cascalho sobre o qual está rodando,
o mesmo onde estão assentados os vinhedos. Terra ruim, é o que parece, pedregosa
e dura, mas que produz um dos melhores vinhos do mundo, o Brunello, a partir do
cultivo da uva sangiovese. Terroir raríssimo, diriam os entendidos.
A
placa indica que chegamos ao nosso destino, a vinícola Donatelli Cinelli Colombini.
Somos
recebidos por Violante, a bonita jovem dona da vinícola. São todas mulheres as seis
ou sete proprietárias, uma nova e promissora tendência na Itália de hoje, ao
menos na região da Toscana.
Somos
logo introduzidos à cave onde repousam os barris de carvalho francês, caríssimos, contendo as iguarias, se é que a palavra aplica-se também a
líquidos, especialmente aos vinhos. São Rossos e Brunellos que aqui repousam,
são iguarias portanto!
Em seguida visitamos os grandes toneis de aço, onde se processa a fermentação da uva.
A casa – melhor que a chamássemos de sede – onde
repousam os toneis também serve de residência a Violante, nossa amiga e
paciente instrutora. Data de 1500, a construção, somos informados! É belíssima
em sua robustez, muito bem proporcionada, com um interior aconchegante, amplo
salão, onde são realizadas as degustações.
Violante
nos ofereceu os vinhos da casa, o Rosso, o Brunello di Montalcino Prime Donne e o maravilhoso Brunello reserva.
Experiência inesquecível!