terça-feira, 16 de outubro de 2018

Haja estômago!




"Ex-médico Roger Abdelmassih é condenado a 181 anos de prisão por estupros e inspira minissérie."
            Esta a manchete estampada na página do G1 de hoje (16 out 2018); ontem teve início, na TV aberta (Globo), a minissérie Assédio, estrelada por atores de peso. 
De fato, são duas manchetes em uma: a condenação do criminoso e a criação da minissérie. Subliminarmente, a primeira é chamariz para a segunda: Senhores, vejam na tv a história do criminoso condenado a 181 anos de prisão.
            A arte imita a vida? Ficção inspirada na realidade? Seja lá o que for, ao ver o magnífico Antonio Calloni representar o papel do médico psicopata, no primeiro capítulo da série, minha vontade era de vomitar. Os olhares lascivos e doentios do personagem, além da cena de estupro, deixaram-me perguntando sobre as razões para a criação de minissérie como esta.
            Sensacionalismo barato e de mau gosto? Exploração da curiosidade mórbida do telespectador? Interesse financeiro apenas? E o que pensarão as 39 mulheres, vítimas de 52 estupros, ao verem – talvez reviverem – as cenas de tamanho realismo e crueldade? 
            Porque se trata de assunto doméstico e ainda presente nas páginas dos jornais e na Internet, a impressão que se tem é de realidade pura, e não de ficção. Minha impressão subjetiva era a de que estava assistindo a um documentário.
            O tema violência contra a mulher está na ordem do dia, com muita propriedade. Será esta, a apresentação de uma série de tv, a melhor forma de tratar do assunto estupro? Se for, haja estômago.
            Meu sábio irmão certamente diria: Qual a necessidade?
            




Banksy volta à cena



Seriam vítimas de uma nova armadilha? É o que os curiosos que se amontoavam na calçada da New Bond Street, de Londres, no último sábado, se perguntavam. 
            A razão do espanto? A Sotheby’s anunciara que, durante este fim de semana, o público poderia ver exposta a obra de arte que provocou tanto alvoroço: Menina Com Balão, do grafiteiro Banksy. 
Aliás, o artista rebatizou sua criação, que passou a chamar-se Love Is In the Bin (O Amor Está no Lixo), depois que foi triturada no leilão. 
Mas o que este blogueiro deseja destacar é a mais recente avaliação  da compradora da obra.  A mulher (anônima) que adquiriu a tela por mais de um milhão de euros (4,37 milhões de reais) manteve a decisão de ficar com ela, apesar de semi-destruída.
Afirmou ela: “Depois do susto inicial, comecei a perceber aos poucos que tinha nas mãos uma peça da história da arte”.
            Esta foi a opinião deste blogueiro, expressa no dia seguinte ao leilão: A pintura picotada ainda vai parar em um grande museu do mundo, tal qual o urinol de Marcel Duchamp! Ela representa um momento único na História da Arte. (https://loucoporcachorros.blogspot.com/2018/10/o-espetaculo-de-banksy.html)
            Para onde vai este mundo de deus?