quinta-feira, 7 de abril de 2022

Faroeste caboclo

Terceira charge do dia


Miguel Paiva 

Autorretrato com turbante na cabeça

Meus quadros favoritos


 
Paul Cezane

A última viagem

Imagem & Microconto

 



Montei num camelo e penetrei no vasto deserto. Foi assim que morri.



Foto: Karim Amr, fotógrafo egípcio.

Escorregão pode ser fatal

Segunda charge do dia


 
Cláudio HebdôCha

Homens sem mulheres

 


 

Há dois dias comentei nesse blog o filme Drive my car, dirigido por Ryusuke Hamaguchi, verdadeira obra prima, em meu ponto de vista.

http://loucoporcachorros.blogspot.com/2022/04/doraibu-mai-ka-ou-drive-my-car.html . Não estava claro para mim se o roteiro havia sido baseado em livro ou apenas em um conto de Haruki Murakami, renomado escritor japonês. Imediatamente após ver o filme, minha mulher encomendou Homens sem mulheres, de Murakami (1ª edição Objetiva, 2015; 6ª reimpressão, Alfaguara, 2022). 

            O livro – que chegou em dois dias – contém sete contos, dos quais destaco o primeiro, Drive my car, e o último, Homens sem mulheres. A escrita é agradável, fluente, correta, e prende a atenção do leitor. Logo no início da primeira história surge a contratação de uma motorista pela personagem principal. No filme, este tema é central, porém surge depois de acontecimentos decisivos para o desenrolar da trama. Posso dizer que diretor e roteirista encaixaram a história da motorista de maneira brilhante, a dar a impressão que esta surgiu em seguida ao drama principal. É a arte de escrever roteiros, aqui levada à perfeição!

            Eis pequena amostra de diálogo entre a motorista e o protagonista do conto – e do filme:

 

“– Que cruel.

– É, é uma ideia cruel.

– Como ele havia dormido com sua esposa, o senhor queria se vingar dele?

– Não é bem vingança – disse Kafuku. Mas eu não conseguia me esquecer desse fato. De jeito nenhum. Eu me esforcei muito para esquecer. Mas foi em vão. A imagem de minha mulher nos braços de outro homem não me saía da cabeça. Essa cena sempre voltava. Como se uma alma que não tinha para onde ir estivesse grudada no canto do teto, sempre me vigiando. Depois da morte da minha mulher, eu achava que esse sentimento desapareceria com o tempo. Mas não. Parece até que ficou mais forte. Precisava dar um jeito no que sentia. Para isso, eu precisava eliminar algo que era como uma ira que tinha dentro de mim.” (p.42)

 

            Este é o tema inicial do filme, seguido do aparecimento da motorista. O filme acrescenta sua dramática existência, com uma infância pobre de afeto, sem qualquer perspectiva de uma vida melhor.

 

            Tenho por hábito antigo ‘checar’ o conteúdo de livros e seus respectivos filmes. Ambos podem ser ótimos, como em O nome da rosa, obra de Humberto Eco. O livro pode ser bom e o filme ruim, o que ocorre na maioria das vezes. Ambos podem ser péssimos, como Perfume, história de um assassino. Às vezes o filme supera em muito o próprio livro; cito apenas dois exemplos: O carteiro e o poeta e Drive my car

            Literatura e Cinema formam em belo par na Arte contemporânea.

 

Lalo de Almeida vence o Word Press

 


Jasson Oliveira do Nascimento, morador da Reserva Extrativista Arapixi, no Amazonas, corta a vegetação para abrir caminho para a canoa em igarapé que leva ao Projeto de Assentamento Extrativista Antimary, onde se coletam castanhas; foto está entre as premiadas pelo Word Press Photo - Lalo de Almeida - 18.mar.20/Folhapress

 

 

 

Fotógrafo Lalo de Almeida, da Folha, vence prêmio mundial do World Press: reportagem de Fábio Pescarini (7.abr.2022). 

“Na avaliação de Lalo, o prêmio ajudará a levar os problemas da Amazônia ao conhecimento de um público global. Ele considera que a Amazônia vive, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), o ápice do seu processo de destruição. Porém, afirma que não dá para responsabilizar apenas o atual governo. Lalo lembra que o projeto de construção da usina de Belo Monte, que deu origem ao trabalho premiado, foi planejado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e executado no de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT). "O governo atual pisou no acelerador [da degradação]."


Pica-pau-de-topete-vermelho morto por um incêndio florestal

         No link abaixo, uma série de fotos de Lalo de Almeida:


https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2022/04/fotografo-lalo-de-almeida-da-folha-vence-premio-mundial-do-world-press-photo.shtml

 

Camarilha central

Charge do dia 



Cláudio Hebdô