segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

verão


forma, luz e cor
calor, é o verão que chega
festa no jardim


Foto: A.Vianna, dez 2016, jardim

Pequena Crônica de Natal

            O que significa o Natal para um ateu?
            É possível que a pergunta induza meu improvável leitor a pensar que a resposta seja NADA!
            Pois isso não é verdade. Ao menos para este blogueiro, indiscutivelmente ateu. Impossível não se deixar contaminar com tantos votos de felicidade, paz, harmonia entre as pessoas, harmonia entre os povos!, prosperidade no ano que se inicia, sob a proteção de um deus onipotente, que haverá de atender às nossa preces.
            O sentimento é bom e contagiante.
            Não resta dúvida que há uma boa porção de fantasia nisso tudo, pois tais votos são renovados ano após ano, e a humanidade permanece exatamente como ela é, nem melhor nem pior.
            Por que não, inebriar-se com um bom vinho?
            Por que não, deixar-se envolver por este sentimento de bondade? Vá lá, uma vez ao ano...
            A vida em Alepo continua muito difícil, mas resta uma esperança.
            Tais votos de felicidade no Natal e no Ano Novo me parecem um presente de Papai Noel, no qual os adultos precisam acreditar. E por que não? É a criança que permanece em nós.
            Meu pai vestiu-me de Papai Noel quando minha irmã tinha três ou quatro anos de idade, na noite de Natal. Despertada para receber os presentes, os olhos ainda estremunhados de sono e sonhos, ela exclamou:
            – Ele parece o André!

            Não se pode enganar as crianças durante todo o tempo.