segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Celular em sala de aula



Islands, de Pawel Kuczynski (2015)


A ideia de que o uso de celulares em sala de aula é nocivo ao aprendizado tornou-se corrente, porém agora o efeito negativo foi quantificado, o que é fundamental. Pelo menos é o que afirma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, publicada na Computers & Education, revista especializada britânica. É o que informa Érica Fraga (30.set.2018) para a Folha de S. Paulo. 
A piora na aprendizagem pelo uso intenso de smartphones leva a uma queda significativa dos alunos em um ranking que a FGV elabora para classificá-los —considerando suas notas, mas também fatores como o grau de dificuldade das provas. 
Diz a pesquisa: “Cada cem minutos diários dedicados ao celular fazem com que um estudante recue 6,3 pontos na escala, que vai de 0 a 100. Segundo os pesquisadores Daniel Darghan Felisoni e Alexandra Strommer Godoi, isso pode ser suficiente para tirá-los da lista dos 5% melhores da turma, impedir que alcancem pontuação para cursar determinadas eletivas ou prejudicá-los em avaliação dos critérios para obtenção e manutenção de bolsa de estudos.”
O uso de smartphones no horário das aulas é ainda mais nocivo: faz com que a queda de desempenho quase dobre. 
Entre os 43 alunos acompanhados, o que ficou mais tempo no celular gastou 6,5 horas diárias no aparelho, e a menor marca foi de 38 minutos. 
A hipótese corrente era que, acostumados desde cedo com a tecnologia, os jovens tinham capacidade de realizar tarefas concomitantes sem prejudicar sua capacidade cognitiva. "Percebia que o uso do celular nos deixava momentaneamente ausentes, mas que o conteúdo perdido poderia ser recuperado em seguida com a volta da atenção", diz Daniel.
Não foi o que ele e Alexandra descobriram ao analisar os resultados do experimento, que monitorou 43 alunos de administração de empresas por 14 dias consecutivos, em abril de 2016. O grupo aceitou instalar nos seus celulares aplicativos que medem o tempo gasto trocando mensagens, navegando em redes sociais, fazendo pesquisas e ligações.
Os pesquisadores concluíram que “o uso do celular é capaz de alterar a rota esperada. Sua utilização por cem minutos diários é suficiente para fazer com que um aluno ou aluna que tenha se classificado em 5º lugar no vestibular atinja na faculdade o desempenho esperado daquele que ficou em 100º.”
Faz tempo que este blogueiro bate nessa tecla.



Nobel de Medicina



Os pesquisadores James P. Allison, dos EUA, e Tasuku Honjo, do Japão, foram laureados nesta segunda-feira (1 out 2018), com o prêmio Nobel de Medicina pela descoberta de uma terapia contra câncer por inibição da regulação imunológica negativa.