quarta-feira, 15 de junho de 2016

Mais um inédito de Pessoa

Poema inédito de Fernando Pessoa, escrito em 1918, foi descoberto na última página de um diário. José Paulo Cavalcanti, maior colecionador de textos de Pessoa, recebeu de um antiquário a oferta do diário de viagens.
            O poema:

Cada palavra dita é a voz de um morto.
Aniquilou-se quem se não velou
Quem na voz, não em si, viveu absorto.
Se ser Homem é pouco, e grande só
Em dar voz ao valor das nossas penas
E ao que de sonho e nosso fica em nós
Do universo que por nós roçou
Se é maior ser um Deus, que diz apenas
Com a vida o que o Homem com a voz:
Maior ainda é ser como o Destino
Que tem o silêncio por seu hino
E cuja face nunca se mostrou.

            Para regalo dos amantes da poesia, outros inéditos de pessoa estão por vir.