terça-feira, 14 de junho de 2016

Auvers-sur-Oise

Da série
Primavera em Paris


Charmes de Cordeville
à Auvers-sur-Oise

van Gogh

Foto: A.Vianna, mai 2016.


Noite estrelada

Da série 
Primavera em Paris


A noite estrelada
van Gogh

Foto: A.Vianna, mai 2016.

Oikopleura dióica


Uma fêmea de Oikopleura dioica cheia de ovos


A reportagem de Manuel Ansede no El País de ontem (13/6/2016) traz o péssimo título O bichinho que desafia Deus, mas é interessantíssima. O trabalho foi publicado na revista Nature Reviews Genetics e começa com uma frase do imperador romano Marco Aurelio: “A perda nada mais é do que mudança, e a mudança é um prazer da natureza”.
Os biólogos Ricard Albalat e Cristian Cañestro afirmam: “Temos sido mal influenciados pela religião, pensando que estávamos no topo da evolução. Na verdade, estamos no mesmo nível que o dos outros animais.” Ambos dirigem um dos únicos três centros científicos do mundo dedicados ao estudo do Oikopleura dioica, (os outros dois estão na Noruega e no Japão), na Faculdade de Biologia da Universidade de Barcelona.
Eis o grande destaque da reportagem: “O organismo marinho Oikopleura dioica indica que a perda de genes ancestrais, compartilhados com os humanos, seria o motor da evolução.”
Até agora pensava-se que evoluir implicava em ganhar complexidade, adquirindo genes. “A maioria de nossos genes está também nas medusas. Nosso ancestral comum os possuía. Não que tenhamos ganhado genes; eles é que perderam. A complexidade genética é ancestral”, diz Cañestro.
O Oikopleura, vivendo nos oceanos desde 500 milhões de anos, perdeu 30% dos genes. E fez isso com sucesso.
Albalat e Cañestro afirmam que “a perda de genes pode inclusive ter sido essencial para a origem da espécie humana. O chimpanzé e o ser humano compartilham mais de 98% do seu genoma. Talvez tenhamos que procurar as diferenças nos genes que foram perdidos de maneira diferente durante a evolução dos humanos e dos demais primatas. Alguns estudos sugerem que a perda de um gene fez com que a musculatura de nossa mandíbula ficasse menor, o que permitiu aumentar o volume do nosso crânio. Talvez, perder genes nos tornou mais inteligentes que o resto dos mortais.”
            O Louco confessa mais uma vez sua paixão pela Evolução das Espécies (antigamente conhecida por Teoria da Evolução das Espécies).


Foto: Cañestro & Albalat Lab