quarta-feira, 30 de maio de 2018

2 em 1


          O conferencista escolheu como tema o Microconto. Tomou do microfone e falou:
          - Fui!

Cavalo marinho

A foto do dia



Foto: Paula Vianna, Búzios, abr 2018

É pau neles!

Charge do dia


Hector





Chuva de flores

fotominimalismo




Foto: AVianna, mai 2018, jardim.

Burrice consumada


O mestre João Pereira Coutinho emprega título agressivo para sua crônica de ontem (29.mai.2018) na Folha de S.Paulo: A inevitabilidade da burrice – Ao prometer excelência para todos, o que dizer quando essa excelência não vem?
Ele inicia com uma cena do ótimo filme "Cinema Paradiso", de Giuseppe Tornatore. O professor pergunta ao aluno: "quanto é 5 vezes 5”, e a resposta vem errada. O professor bate a cabeça dele contra o quadro-negro e os colegas riem. Um deles mostra ao ignorante o desenho de uma árvore de Natal (que corresponde ao dia 25). Quando o professor insiste — "quanto é 5 vezes 5" —, o aluno responde: "Natal!". 
Afirma Coutinho: “Hoje, essa explicação — a inevitabilidade da burrice, digamos — não existe na gramática pedagógica. Vivemos tempos de "romantismo educacional". A expressão pertence a Charles Murray, a "bête noire" das ideias feitas. Em ensaio para a revista The New Criterion, Murray define o que entende por "romantismo educacional": trata-se da filosofia de que o sucesso de um aluno depende sempre do meio onde ele vive e estuda — e não, Deus nos livre, de quaisquer limites intelectuais inatos (ou genéticos).
Adaptando a definição de Murray a "Cinema Paradiso", o aluno que não é capaz de multiplicar 5 por 5 não é relapso a matemática. Ele será produto de um meio pobre e inculto; ou, então, é discriminado por um professor incompetente e autoritário. Burrinho ele não é.”
“Nos Estados Unidos, explica Murray, várias razões explicam o sucesso do "romantismo educacional". Para alguns pedagogos, as diferenças de inteligência podem ser suplantadas se os professores tiverem iguais expectativas relativamente aos alunos. Para outros, o foco não deve estar nos professores, mas nos alunos: se todos eles tiverem "autoestima" elevada, os resultados positivos serão inevitáveis.”
“Para Murray, o "romantismo educacional", para além de uma falácia pedagógica, é uma tortura evidente para a maioria dos alunos (e dos pais). Quando se promete excelência para todos, o que dizer quando essa excelência não vem?”
Coutinho conclui sua crônica: “Em "Cinema Paradiso", a ignorância era punida com uma violência grotesca. Mas não é preciso usar força física para exercer violência sobre os ignorantes. Há uma violência igualmente nociva quando se usa a mentira piedosa para negar a burrice e a mediania.
Um sistema de ensino realista deve fazer o melhor que pode. Mas também aceita as fraquezas da inteligência como parte da diversidade humana.”
            Desejo complementar as ideias do articulista com marcante experiência pessoal vivida aos 11 anos de idade, quando cursava o primeiro ano do ginásio (era assim que se chamava). Naquela época, como ainda hoje, eu tinha dificuldade com a grafia de s ou z, de ss ou ç, por aí afora. Em uma prova de História, cometi a asneira de escrever Brazil, com z. O professor não bateu minha cabeça na parede mas espalhou a notícia por toda a escola, que não era pequena, o renomado Instituto de Educação Conselheiro Rodrigues Alves, em Guaratinguetá, SP. A humilhação beirou o insuportável. Não me lembro como superei o problema, sei apenas que mantive a dificuldade com as referidas grafias por longos anos.
            Tratava-se, ao que parece, de um tipo de ignorância pontual, por alguma dificuldade que nunca pude esclarecer; paradoxalmente, talvez fosse o simples medo de errar. Não se tratava da “burrice inevitável” de que fala Coutinho, penso eu, tendo em vista os degraus que arduamente galguei ao longo da vida, até chegar a escrever num blog para dois ou três leitores amigos.
            A burrice congênita existe mesmo, não se trata de raridade, porém seu diagnóstico precisa ser feito com cuidado. 
            Coutinho é bem objetivo em sua avaliação: “qualquer um é capaz de apreciar a inteligência de um jogador de futebol, por exemplo. Mas isso não invalida o óbvio: ler, escrever e contar ainda são as proficiências basilares de qualquer educação formal. Iludir o fato não altera a realidade.”
            Coutinho sempre inteligente!



segunda-feira, 28 de maio de 2018

Resposta à sorrelfa


Querida Suzete,

acabo de receber sua correspondência e respondo imediatamente... antes que algum aventureiro tenha a mesma ideia.
            Adorei o uso que fez da palavra sorrelfa! Nada mais apropriado para a lápide de um misantropo.
            Gostei tanto que peço licença, desde já, para empregá-la em meu túmulo, pois desejo morrer assim, à sorrelfa.
            Com minha admiração e eterna amizade,

andré

À sorrelfa


Querido André,

saudade!
            O salão e o mercadinho, este bem abastecido pela produção local, ficam a dois quarteirões de minha casa, de modo que a falta de gasolina pouco ou nada me afetou. Fiz pequeno estoque de cebola, alho, tomate, carne no frízer (acho chique escrever assim), verduras da minha horta, alface, agrião, rúcula, couve, funcho, sálvia, salsa, cebolinha, coentro (os escritores modernos adoram enumerar palavras afins, numa fieira interminável, e eu gosto de copiá-los), e assim posso me dedicar às leituras e ainda sobra tempo para lhe escrever.
            Pois escrevo hoje por causa de uma palavra. Uma única palavra, que encontrei numa crônica lida em algum jornal, a palavra sorrelfa, e como vem acompanhada de um a craseado, melhor dizer a expressão à sorrelfa! 
            Achei lindo demais e fui direto ao Caldas Aulete: 

1. Dissimulação silenciosa para ocultar os verdadeiros sentimentos e intenções; DISFARCE; MÁSCARA
2. Pessoa manhosa, dissimulada, sonsa
3. Pessoa avarenta, sovina [ Antôn.: pródigo. ]

            Sorrelfa com ê fechado!

           No Dicionário Informal, que eu gsto muito, encontrei esses sinônimos de sorrelfa: sovina acanhado sórdido cainho vilão mofino casca ávido miserável esganado tacanho cauíla manicurto somítico iliberal avaro escasseado pelintra escasso cauíra pão-duro tenaz avarento mísero mesquinho socancra.

         Assim a expressão à sorrelfa é usada para descrever um ato praticado de forma furtiva, escondida.
         Bem, agora que estou informada sobre o significado da palavra e uso da expressão, meu problema é criar uma frase onde a mesma seja empregada de forma apropriada. Pensei pensei pensei e acabei num epitáfio, perfeito para o túmulo de um misantropo (palavra que aprendi com Machado de Assis!):

Morreu à sorrelfa

          O que você acha, André? Está bem aplicada a expressão?
          Por hoje é só, esperando que venha breve sua resposta.

Da sempre sua,
                                                Suzete.


Pesadelo continua

A foto do dia



Foto: Felipe Rau / Estadão

Dedo-de-moça

fotominimalismo





Foto: AVianna, mai 2018.

Aldravia N. 74




flor
e
abelha
em
domingo
luminoso



Favor ampliar a foto.
Foto: AVianna, mai 2018, jardim

Eutanásia para doentes mentais

Holanda tem aumento de eutanásia em pacientes com doenças mentais, é o título da matéria publicada na Folha de S.Paulo (28.mai.2018) por João Perassolo (Amsterdã).
O documentário “A Dignified Death”vem sendo exibido na Holanda, estimulando ainda mais a discussão sobre eutanásia no país.
Cada vez mais pacientes com transtornos mentais como depressão, bipolaridade, psicose, transtorno obsessivo compulsivo e estresse pós-traumático solicitam o suicídio assistido. 
Segundo dados do RTE, órgão que regula a prática, a Holanda registrou 83 eutanásias em pacientes psiquiátricos em 2017, um crescimento em relação aos 60 casos de 2016 e mais que o dobro em comparação a 2010. Os números parecem pequenos em relação ao total de mortes por eutanásia na Holanda –6.585 em 2017 –, mas o crescimento chama a atenção.
“Para o psiquiatra Johan Huisman, membro do Conselho Médico da ONG NVVE (Sociedade Holandesa pelo Direito de Morrer, na sigla em holandês), dois fatores são responsáveis pelo aumento. Primeiro, a comunidade médica está cada vez mais aberta em relação ao suicídio assistido de pacientes com distúrbios mentais. O segundo fator é de ordem prática. “Há mais psiquiatras trabalhando para a Clínica do Fim da Vida”, afirma Huisman. Fundada em 2012, a instituição é a responsável pela maioria das eutanásias aplicadas em doentes mentais na Holanda – ano passado, levou a cabo 78% das mortes desse tipo.”
Em vigor desde 2002, a lei do Término da Vida Sob Pedido e Ato de Suicídio Assistido estabelece que um paciente pode solicitar a eutanásia a seu médico desde que passe por sofrimento insuportável e que sua enfermidade não tenha prospecto de melhora, uma vez esgotados os tratamentos possíveis. São os “critérios do devido cuidado”, segundo o site do governo. 
“A legislação não restringe sofrimento insuportável a doenças fisiológicas –como câncer terminal e problemas cardiovasculares, por exemplo. Isso abriu caminho para que, a partir de 2008, pessoas com distúrbios mentais começassem a exigir os mesmos direitos dos outros pacientes.”
Ponto de vista importante é expresso pelo professor Theo Boer, professor de ética na Universidades de Kampen e ex-membro do comitê revisor de eutanásia, que vê essa permissividade da lei como uma “falha legal”. Ele explica que, em alguns casos, o “desejo de morte de um paciente psiquiátrico é um sintoma da doença, e pode desaparecer com o tempo”. Além disso, diz que a opção do suicídio assistido pode desencorajar os pacientes a se engajaram em um processo terapêutico.
Recentemente, Boer publicou um artigo defendendo que a legislação seja revista e se torne mais restritiva, incluindo critérios objetivos para a aplicação de eutanásia –como a proximidade da morte, a exigência de cidadania holandesa e o pedido para que o paciente administre as drogas letais em si próprio. 
         O assunto é extremamente polêmico, e por isso precisa ser debatido.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/05/holanda-tem-aumento-de-eutanasia-em-pacientes-com-doencas-mentais.shtml

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Não há vencedores

Foto do dia


Bairro ao sul de Damasco retomado dos rebeldes

Foto: Louai Bechara / AFP

A 22 dias da Copa


A 22 dias da Copa os jogadores vão chegando de helicóptero à concentração em Teresópolis, 
Neymar treina com bola depois da fratura no metatarso – foi a primeira vez que muita gente ouviu falar em metatarso –, 
os canais de televisão só falam em Copa, mostrando retrospectivas de jogos que ganhamos e perdemos, 
não se fala muito no 7 a 1, acho que para não dar azar – ou é trauma mesmo–, 
otimismo discreto estampado nos comentários dos críticos oniscientes, 
discussão interminável sobre quem deveria ter sido convocado e não foi e quem foi e não deveria ter sido, 
Fagner e Cássio do Corinthians não mereciam, eu acho, 
a disputa sobre quem é o melhor goleiro do Brasil – houve tempo em que o Brasil era carente de bons goleiros – e hoje sobram bons goleiros no Brasil, 
Taffarel, treinador de goleiros explica a convocação e as ausências, diz que Alisson é o melhor e talvez seja mesmo, que sabe jogar com o pé (então por que chamaram Cássio que é praticamente um perneta? eu penso), 
todos exaltam o técnico, coisa nunca vista, o senhor Adenor é unanimidade nacional, bateu Zeca Pagodinho, ele sempre humilde, fala pausada, respeitosa, repete a palavra trabalho trabalho trabalho, inspira confiança em todos nós, 
é o que desejamos do técnico neste momento, que estabeleça um bom sistema de jogo, um time bem armado, como se diz, e não um bando de baratas tontas como foi no 7 a 1, 
não tem jeito, o 7 a 1 volta sempre, pregado que nem chiclete,
por isso era bom que ganhássemos essa Copa 2018, 
mesmo assim...

terça-feira, 22 de maio de 2018

August Macke

Meus quadros favoritos



August Macke (Meschede, 3 de janeiro de 1887 — Perthes-lès-HurlusChampanhe, 26 de setembro de 1914) foi um pintor expressionista alemão.


Anna Ancher

Meus quadros favoritos



Anna Kirstine Brøndum Ancher 


Nascida Anna Kirstine Brøndum (Skagen18 de Agosto de 1859 – 15 de Abril de 1935) foi uma pintora dinamarquesa, proeminente artista associada ao grupo de Pintores de Skagen, considerada uma das maiores artistas visuais da Dinamarca.


segunda-feira, 21 de maio de 2018

Observando

A foto do dia



Foto: Lesley Mattuchio / NatGeo

Flor de aboboreira

fotominimalismo





Foto: AVianna, mai 2018, jardim.

Anunciar um crime





Mildred Hayes (interpretada por Frances McDormand, ganhadora do Oscar 2018 de melhor atriz, e que se tornou conhecida pelo filme Fargo) teve a filha brutalmente assassinada; passa o tempo e a polícia da pequena cidade de Ebbing – EUA, pouco ou nada faz a respeito, o que leva a mãe ao desespero.
Tais fatos ocorrem todos os dias em nossas grandes cidades, tomadas pela violência insana, sem que a maioria dos crimes seja desvendada. Não é coisa só de cinema.
O que fazer diante da tragédia? Mildred decide colocar os três anúncios de outdoor na saída da cidade, denunciando o crime e o delegado de polícia. Para sua surpresa, as pessoas do lugar não ficaram ao lado dela, que passou a ser ainda mais hostilizada e cada vez mais indignada com o desenrolar dos acontecimentos. Ela não desiste e a todos enfrenta com obstinação e fúria.
Também isso pode ocorrer nas nossas cidades: o povo se cansa facilmente de ver e ouvir protestos contra crimes não solucionados.
Martin McDonagh, escritor e diretor do excelente Três anúncios para um crime, trata exatamente das consequências do ato de Mildred, para todas as pessoas afetadas por sua decisão: a família, as pessoas da cidade, a polícia –representada pelo Chefe William Willoughby (Woody Harrelson, em performance indicada ao Oscar 2018 de Melhor Ator Coadjuvante) e o policial Dixon (Sam Rockwell, também indicado ao Oscar 2018 de Melhor Ator Coadjuvante). 
Por aqui, nossa Eliane Brum continua perguntando no Twitter, passados 68 dias, Quem matou Marielle e Anderson?
Foi então que tive a ideia de mandar fazer um gigantesco banner com esta pergunta, 

Quem matou Marielle e Anderson?

fretar um helicóptero, e pendurá-lo no pescoço do Cristo Redentor, para que permanecesse à vista de toda a cidade do Rio de Janeiro.
            As consequências, por certo, dariam um bom filme!
            

domingo, 20 de maio de 2018

Aldravia N. 73





originária
do
deserto
floresce
a
ipomeia-africana


Foto: AVianna mai 2018, jardim

Assinatura geomagnética



Tartarugas marinhas retornam à região onde nasceram
para desovar (Foto: Pixabay)


A reportagem é de Karen Weintraub, para The New York Times(19 Maio 2018), e informa: 
“As tartarugas marinhas usam os campos magnéticos da Terra para voltar ao local onde nasceram décadas antes, de acordo com novo estudo que usou a genética das tartarugas-amarelas para investigar suas viagens.”
O estudo indica que as tartarugas aprenderam a identificar a “impressão magnética única de sua praia natal, por meio de algo chamado assinatura geomagnética.”
“Trata-se de uma informação vital para o objetivo de restaurar as populações de tartarugas marinhas nas áreas que elas habitavam antes de serem caçadas quase até o ponto da extinção", disse Kenneth Lohmann, professor da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, e principal autor do estudo publicado pela Current Biology.”
“As tartarugas podem sentir tanto a intensidade quanto a inclinação dos campos magnéticos em relação à superfície da Terra, de acordo com pesquisas anteriores. Ao usar informações genéticas coletadas anteriormente de mais de 800 tartarugas-amarelas da Flórida, o Dr. Lohmann e Brothers foram capazes de mostrar que havia mais semelhança genética entre tartarugas que fazem seus ninhos em praias com impressões magnéticas semelhantes do que entre aquelas de praias fisicamente próximas entre si.”
“Sabe-se que as tartarugas-amarelas fazem seus ninhos no Golfo da Flórida e na costa do Atlântico, sendo que algumas parecem botar ovos em lados diferentes da península de acordo com o momento de sua vida, disse Brothers. Com os campos magnéticos cortando a península, algumas tartarugas podem cometer erros de orientação, chegando a praias com impressão magnética semelhante à sua praia natal, embora na costa oposta, disse ele.”
O artigo termina com uma hipótese no mínimo surpreendente: “Teoricamente, as tartarugas podem ser incentivadas a botar ovos em determinadas praias se o campo magnético dos filhotes for manipulado para convencê-los que nasceram em outro lugar.”
Nem as tartaruguinhas podem ficar em paz...




quarta-feira, 16 de maio de 2018

Medicina e maconha


O abuso de opióides nos EUA – verdadeiro escândalo – tornou-se caso de saúde pública (ou caso de polícia), responsável, só por overdose, por mais de 60 mil mortes anuais.
             Parece que a origem da epidemia teve a ver com a liberalidade com que médicos americanos passaram a prescrever analgésicos dessa categoria, provavelmente sob a influência da indústria farmacêutica.
            Hélio Schwartsman trata do problema em sua coluna na Folha de S.Paulo de ontem (15.mai.2018), incluindo os usos e abusos da maconha.
           Afirma ele: “Sou totalmente a favor da descriminalização e posterior legalização de todas as drogas, mas, se há uma estratégia de ação que me parece ruim, é a de defender a liberação da maconha com base em suas propriedades medicinais.” 
E completa de forma enfática: “Maconha não é remédio. Ela é uma droga psicoativa especialmente complexa, que produz uma cascata de efeitos no corpo humano. Alguns deles têm usos para a medicina, mas a maioria apenas provoca agravos à saúde dos usuários. De um modo geral, são danos menores, mas, para alguns consumidores com predisposições genéticas, as consequências podem ser devastadoras.”
Ouvimos com frequência afirmações irresponsáveis de que o uso prolongado da maconha não traz malefícios, pois trata-se de droga inócua e “leve”. O desencadeamento de surtos psicóticos, às vezes irreversíveis, provavelmente em pessoas predispostas, tem sido descrito em abundância.
Apoiar-se, pois, no uso medicinal da maconha em certas situações, para defender seu uso recreativo disseminado é o que Schwartaman condena: “Não convém misturar as coisas. Se alguém quer curtir o barato da maconha ou de outra droga, não deveria ser impedido pelo Estado de fazê-lo. Mas também não é o caso de buscar a sanção da medicina para algo que faz muito mais mal do que bem.”
Este blogueiro assina em baixo, mesmo em se tratando de assunto tão controverso.






terça-feira, 15 de maio de 2018

Gabriela e Pantera (Aldravia N.71)





 o
amor
de
Gabriela
por
Pantera



Foto: Paula Vianna, abr 2018

A Veneza de Belo Monte


 “Atingidos pela hidrelétrica, seres humanos vivem alagados por água podre na cidade de Altamira, num cenário pós-apocalíptico (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)”, publicou Eliane Brum (14/05/2018), sob o título A Veneza de Belo Monte, no site Amazônia Real http://amazoniareal.com.br/a-veneza-de-belo-monte




"Carlos Alves Moraes, ribeirinho que virou pintor de paredes, mostra a porta suspensa por cordas que usa para erguer seus pertences mais importantes quando a casa alaga (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)"



"Marlene Moraes da Silva tem o sonho recorrente de que ela e os netos morrem afogados durante a cheia (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)"



"Em casas como esta a água demora a baixar ou nunca baixa (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)"



"Quando o bairro alaga, as crianças precisam faltar às aulas ou são carregadas nas costas pelos pais através da água (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)"



"As centenas de crianças do Jardim Independente I correm risco permanente (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)"



"Os moradores do Jardim Independente 1 só foram reconhecidos como atingidos por Belo Monte em 13 de março de 2018, mas há anos vivem em situação de risco por conta dos impactos da hidrelétrica (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)"



"Marlene faz tapetes para a casa que um dia espera ter em terra firme (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)"



"É neste cenário que milhares de pessoas atingidas por Belo Monte resistem e lutam por justiça dia após dia (Foto cedida por Lilo Clareto à Amazônia Real)"



Esta reportagem foi publicada também no site do El País



Superman não salva Lois Lane

  


Quando morre um famoso com 85, 90 ou mesmo 104 anos, como foi o caso do cientista inglês David Goodall, que pediu para morrer, me admiro de como é possível viver tanto mais do que eu, com meus 71. 
Se morre alguém mais novo, como aconteceu ontem com Lois Lane (Margot Kidder), a namorado do Superman, fico pensando como é possível que eu tenha vivido mais do que ela. 
            Que milagre é esse que faz com que eu permaneça vivo nesse mundo de tantas tragédias, de tantas mortes anunciadas pormenorizadamente todos os dias nos noticiários? Tomo alguns remédios, é verdade, fora isso não faço força para permanecer vivo e ainda assim estou vivo.
            Aproximo-me da idade da morte de meu pai. Talvez seja este um limite razoável. Se ultrapassá-lo, poderei experimentar a sensação de ser mais velho que meu próprio pai o foi, estranha sensação que estou a antecipar. Se não alcançar a idade de meu pai, serei para sempre um filho?
            Voltando ao trágico mundo em que vivemos, sou grato à Roda da Fortuna por me ter poupado de facear a morte de um filho, a tragédia das tragédias. Mais uma razão para que eu não abuse da sorte.
            Estas são singelas reflexões sobre a morte e o morrer, tema a que volto repetidamente desde meus tempos de estudante de Medicina, com a diferença de que agora penso minha própria morte.
            Superman não conseguiu evitar a morte do Lois Lane, sua namorada.


Pietá palestina

A foto do dia



Palestina abraça filha de 8 meses,
morta na fronteira de Gaza
(Até agora, 60 mortes)

Foto: Mahmud Hams / AFP