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domingo, 27 de março de 2022

Aniversário do Louco (#6)

10 anos do Louco
 


 

Há precisos 10 anos, no dia 27 de março de 2012, tinha início este Louco por cachorros, o blog que late, rosna, mas não morde. O blogueiro – está na capa do blog –, é um Vira-latas que apanha da vida mas não desiste. Está feita assim a sucinta apresentação.

            Deu-me enorme prazer e alegria trabalhar no Louco, como passou a ser conhecido pelos pouquíssimos seguidores. E ainda dá! Dez anos não é pouco. Posso garantir que nos últimos tempos as publicações foram diárias, ocupando boa parte de minhas manhãs.

            Aprendi muito com ele. Me diverti muito com ele. Através dele mantive contato com algumas pessoas, generosos leitores, a quem expresso aqui minha gratidão. Agradecimentos especiais ao meu irmão Paulo, além de leitor assíduo, crítico sagaz; e Mercêdes, paciente revisora.

            De início, a motivação era a escrita. Acabei por revelar quem sou, um generalista dispersivo. (Talvez isso possa explicar aquilo que incomoda a alguns: um cirurgião que se formou psicanalista.) 

            Publiquei nesse mês de março, com o marcador 10 anos de Louco, cinco postagens sobre o próprio blog, suas origens, o desenvolvimento, a expansão progressiva dos temas, minhas preferências e idiossincrasias; quase tudo a desaguar em um mote central: Educação. 

A inspiração, a paideia dos gregos. No meu modo rústico de dizer as coisas, reduzi o conceito a uma frase simplória, que não canso de repetir: Tudo é uma questão de educação!

Manterei este blog em funcionamento até quando puder. Grande abraço a todos!

 

 

https://loucoporcachorros.blogspot.com/2012/03/mulher-e-mulher-cachorro-e-cachorro.html

 

Washingtônia

10 anos de Louco 

Galeria de Família



Nessa manhã ensolarada de outubro, o céu muito azul, plantamos uma washingtônia em nosso jardim, sabendo que a planta é de crescimento lento. Que importa, se o momento é de plena felicidade? 



Foto: Vanderlei, nosso jardineiro!

quarta-feira, 23 de março de 2022

50 minutos revisitado (#5)

10 anos de Louco

 

Em 12 de março de 2014, há oito anos portanto, publiquei este pequeno conto no Louco. Além de gostar dele, recebi alguns elogios que se encontram registrados abaixo da postagem. 

http://loucoporcachorros.blogspot.com/2014/03/50-minutos.html#comment-form

            Torno a publicá-lo, após ligeira edição, e com uma certa saudade daquele tempo. São os 10 anos do Louco!

 

O velho fazia sua caminhada diária quando um carro parou junto ao meio fio e uma pessoa pediu informação – supõe-se, pois não houve testemunhas. O caminhante levou dois tiros no peito e morreu instantaneamente. 

     O advogado amigo da família e com vocação detetivesca se interessou pelo caso, já que a polícia fez pouco ou nenhum progresso nas investigações durante os seis meses subsequentes. Aparentemente o velho não tinha inimigos. Nos últimos dez anos sua convivência social se reduziu a duas ou três pessoas, incluindo a própria mulher, de um segundo casamento, com quem estava casado há vinte e poucos anos. As aventuras amorosas haviam se perdido no tempo. Ele não devia dinheiro a ninguém, aliás, não devia nada a ninguém. E não dispunha de seguro de vida.

     O advogado, residente no bairro da vítima, passou a fazer a mesma caminhada, repetindo trajeto e horário, diariamente. Observador por natureza, mantinha-se atento aos homens e mulheres com quem cruzava, quase todos acima dos cinquenta anos. Contava os carros que rodavam pela rua àquela hora da manhã, anotava marcas, modelos, as cores dos veículos, o número da placa. Fez isso durante seis meses.

     Do mesmo modo que a polícia, não pôde chegar a pista alguma. As marcas de sangue deixadas pelo morto na calçada estavam quase que completamente apagadas. Ninguém mais falava do crime. A esposa do velho, alguns anos mais nova, havia se casado em segundas núpcias. O advogado recebeu ótima proposta de emprego numa grande firma de advocacia e se mudou para São Paulo.

     Ao chegar em casa depois de 50 minutos de caminhada, esta foi a história que o velho deixou registrada em seu computador, ele que pretendia publicar um livro de contos sobre crimes insolúveis. Morreu de infarto alguns minutos depois.

          

                                FIM


     Espero que, quem não, leia; e quem já leu, releia. É bom, e curto!

 

 

Aprender com a Fotografia (#4)

10 anos de Louco

No próximo domingo, 27 de março, este blog completará 10 anos de existência. Preciso agradecer à Arte da Fotografia.

            O blog utilizou-se da Fotografia de várias maneiras. A mais óbvia delas foi mostrar uma foto de um artista famoso, como nesse Casal de Noivos de Salvador, Bahia, por Pierre Verger, na década de 40. Maravilha a expressão do casal, captada por Verger; os matizes do preto e branco nos encantam.

 


 

            Penso que esta pode se tornar uma forma de Educação. Daí o marcador Educação pela fotografia, com mais de 150 postagens.

            Outro bom exemplo é o marcador Eu amo mapas. Parece até brincadeira, coisa de menino, ficar mostrando mapas. Agora eles são mostrados em 3D, coisa impensável em meu tempo de criança, quando eu já gostava de mapas. O mapa é construído em impressora especial, com técnica sofisticada, fotografado, compartilhados no blog como forma de Educação.

            Às vezes faço uma provocação: mostro uma fotografia e apenas um título: Göbekli Tepe, sem maiores informações, na tentativa de aguçar a curiosidade do visitante. Bem, se ele irá checar o endereço que ofereço, aí já não é problema meu.

http://loucoporcachorros.blogspot.com/2022/02/gobekli-teme.html

            Mais recentemente surgiu o marcador Imagem seguida de Microconto, um verdadeiro achado para este blogueiro de mais de 75 anos, cuja imaginação vai aos poucos desvanecendo.  Vejam este Jogo ganhohttp://loucoporcachorros.blogspot.com/2022/03/jogo-ganho.html

            Há tempos surgiu aqui o Haicai inspirado em uma fotografia, que repete a ideia acima. Uma amostra é Rua desertahttp://loucoporcachorros.blogspot.com/search/label/Haicai

            Certa feita visitei o ateliê de Helena Lopes, artista plástica consagrada, residente em Brasília. Ela permitiu, com enorme generosidade, que eu fotografasse seu ateliê, que revela muito da alma da artista. Parecia até uma reportagem, tão bonito que ficou no Louco: http://loucoporcachorros.blogspot.com/2020/01/atelie-de-helena-lopes.html

            Visitas a cidades famosas, no Brasil e no exterior, museus, sítios históricos – ah! as espetaculares ruínas romanas! – igrejas, praças, ruas famosas, parques, monumentos, esculturas etc, registrar isso pela fotografia e publicar aqui podem entreter, alegrar, despertar curiosidade, motivar viagens, informar, educar enfim.

            Em resumo, a Fotografia tem me ajudado a repartir minhas experiências com meus eventuais seguidores.

 

 

quarta-feira, 9 de março de 2022

Educação continuada (#3)

10 anos de Louco

 

 

 Minha admiração pela arte da Pintura surgiu ao final da adolescência, com a mudança da família do interior de São Paulo para a cidade do Rio de Janeiro. As visitas constantes aos museus de Belas Artes e Arte Moderna causavam verdadeiro deslumbramento. Com a melhoria da condição financeira, já em Brasília, passei a comprar os dispendiosos ‘livros de arte’ e me informar melhor sobre Pintura. (Coisa inimaginável para os jovens de hoje: não havia Internet naquele tempo!)

            Os quatro anos passados em Londres converteram admiração em verdadeira obsessão. Nos finais de semana, invariavelmente, havia uma passada pela National Gallery, localizada na Trafalgar Square. Depois de algum tempo, as visitas eram concentradas em uma única sala, quando as obras podiam ser observadas com tempo e minúcia.

Outro salto nesse processo de educação ocorreu com a criação do Louco por cachorros. No Twitter.com, selecionei os seguidores de Pintura (são muitos, pude constatar), e pude ver obras as mais variadas, de todas as épocas e escolas, hábito que conservo até hoje. Publico-os no blog sob o marcador Meus quadros favoritos.

Cada novo quadro é fonte para indagação sobre o artista, sua biografia, a que escola pertence, qual a história daquele quadro em particular, o ano em que foi pintado, informações facilmente obtidas na Internet. 

Vincent van Gogh, Egon Schiele, Klimt, Chagal, Pieter de Hooch, Caravaggio, Flávio de Carvalho, Gauguin, Matisse (meu preferido no momento), aparecem com frequência. De repente, surge artista de quem nunca havia ouvido falar: Eduardo Chicharro Agüera, nascido em Madri, Espanha, em 1873, falecido na mesma cidade em 1949. A obra intitulada Dor, foi executada em 1912, na cidade de Ávila. 


 


 

Que quadro belíssimo! A luz amarela, maravilhosa, vem de uma janela aberta em grossa parede, indicando que se trata de construção antiga. Predomina no ambiente a cor rosa das paredes e da toalha de mesa. No mais, as pessoas todas vestidas de preto, enlutadas. Um Cristo crucificado indica religiosidade. A mulher em pé procura consolar as demais. A cena é forte, transborda emoção, é possível sentir a dor da perda. Pela data da pintura, o sofrimento pode ter sido infligido pela guerra.

Um último detalhe: Eduardo Agüera praticou número variado de gêneros de pintura, porém dedicou-se, de preferência, aos retratos femininos.

É assim que sigo aprendendo. O método é fácil, as informações disponíveis são em número infindável, educação para uma vida inteira. O blog pode ser fonte e motivação para a chamada Educação continuada.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Blog terapêutico (#2)

10 anos de Louco

 

 

Praticar a escrita terapêutica, expressão corrente nesse blog, não significa ‘fazer’ terapia, é bom que se esclareça. Apenas chama atenção para uma possível função terapêutica do hábito de escrever. 

            Esta ideia de escrita terapêutica está presente no Louco por cachorros desde seus primórdios, há quase 10 anos. Sentar-se diante do computador, abrir a tela em branco, pensar e escrever pode ter uma função terapêutica. Antes de tudo, ajuda a organizar os pensamentos. 

            Aqueles que a praticam sabem quão interessante é o processo da escrita. Surge o tema, das mais variadas fontes ou sabe-se-lá-de-onde. Sem a preocupação de se aprofundar nele, o escritor (todo aquele que escreve) começa a escrever. Depois de algum tempo, com calma e certa perseverança, as ideias surgem, às vezes aos borbotões desordenadas, e a história se desenvolve, vai ganhando cores e formas antes não pensadas, de repente desponta um belo final, não previsto pelo autor. De onde vêm as ideias?, muitos haverão de perguntar. Vêm de quem escreve; de quem mais poderia vir?

            Mas há aqueles que não escrevem. Outro dia assisti excelente filme dirigido por Martim Scorsese, rodado em 1975: Alice não mora mais aqui (Alice doesn’t live here anymore), premiado com Oscar de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante. Há uma cena em que Alice, de mudança, se despede da grande amiga, ambas aos prantos pela dor da separação. Alice, condoída, afirma:

      – Vou escrever para você! 

      – Não, não vai, as pessoas dizem isso mas nunca escrevem...

      Verdade, as pessoas têm muita dificuldade para escrever, até mesmo uma ‘simples’ cartinha. Diante dessa dificuldade inicial, que tal fazer uso do blog de forma diversificada, com ideias que brotarão da mente do blogueiro da mesma forma que surgem as palavras para quem escreve! É deixar o inconsciente trabalhar.

      As preferências pessoais do blogueiro ditarão os assuntos a serem escolhidos: Cinema, Música, Poesia, Astronomia, Literatura, Fotografia, Filosofia, há quem goste de Mapas, Futebol ou qualquer outra modalidade esportiva, quem sabe não se inicia uma brilhante carreira de microcontista! como ocorreu com meu amigo Moisés, um gênio do gênero! 

            Ainda para os que não escrevem: descubra uma fotografia interessante na Internet, pode até ser uma pintura. Mostro aqui um bom exemplo:

 



      Observe com calma, a mente solta como um passarinho; preste atenção na luz, na rua deserta, nas pernas da moça, cruzadas à espera de alguém tarde da noite, distraída?, ansiosa?, tensa?, você é quem sabe, você decide sobre o destino dela. Pois conte uma história! Se não puder escrever um romance, faça apenas um breve comentário sobre a fotografia. Ambos poderão agradar a um eventual seguidor do blog. (Porém, primordialmente o blog precisa agradar, ser fonte diária de prazer, ao próprio blogueiro.)

      A esta diversificação de temas a serem tratados com maior ou menor profundidade, a depender do gosto e habilidade do blogueiro, com destaque para a escrita terapêutica, citada no texto anterior (*), estou chamando de Blog terapêutico

      Preciso fazer justiça: o mundão da Internet será um grande parceiro àquele que desejar iniciar um blog.

      No próximo texto, como o Louco por cachorros ajudou em minha educação sobre a arte de pintura.

 

 

(*) http://loucoporcachorros.blogspot.com/2022/03/10-anos-de-louco.html

 

sexta-feira, 4 de março de 2022

10 anos de Louco (#1)

10 anos de Louco 

 

Há quase 10 anos, mais precisamente no dia 27 de março de 2012, o Louco por cachorros registrou sua primeira postagem, bem humorada, falando do meu amor pelos cães. Chamei-a Mulher é mulher, cachorro é cachorro, e a incluí com o marcador Manifesto canino. O primeiro a comentá-la foi meu amigo Sergio Pripas, a quem sou grato por isso e por tantas outras coisas.

https://loucoporcachorros.blogspot.com/2012/03/mulher-e-mulher-cachorro-e-cachorro.html

            Sem qualquer pretensão literária, mesmo porque não dispunha de conhecimento e talento para tal, nem disponho ainda, o que havia, desde o início, era a vontade de escrever. E escrever, guardar na gaveta, não revelar aquilo que foi pensado e registrado em texto, sempre me pareceu narcísico demais. Antes a ousadia e o risco de ser lido por algum incauto. Para isso um blog serviria muito bem, foi o que pensei.

            Escrever para quem? Esta foi uma pergunta que se repetiu durante um bom tempo, até o surgimento espontâneo da óbvia resposta: para mim mesmo. Primeiro, pelo prazer de escrever. Com a acentuação da velhice, surgiu a expressão escrita terapêutica, a emprestar sentido novo ao gesto de escrever. Escrever ajuda a organizar os pensamentos.

            Em pouco tempo, para muito além da escrita, multiplicaram-se os tais marcadores, a estabelecer uma espécie de índice para os mais variados assuntos, alguns sérios, a maioria seguindo o teor do Manifesto canino: pilhérias! Até o momento, foram 4.808 postagens.

            As preferências pessoais prevaleceram, naturalmente: Arte, Literatura, Educação, Fotografia, Ciência, Evolução das Espécies etc. Os Microcontos alcançaram a incrível marca (pelo número, não pela qualidade) de 538, sem contar os recém-criados microcontos baseados em imagens. Despontaram algumas personagens, Suzete com z, a que deu mais o quê falar... Os Contos somam quase uma centena, não é pouco. Crônicas, que parecem ser mais fáceis de escrever porque curtas e despretensiosas, foram 649, além das Crônicas Esportivas (50), que me proporcionam grande alegria. Meus quadros favoritos foram e ainda são grande estímulo para minha educação em Artes plásticas.

            Nem sei por quê estou a enumerar isso, está tudo na capa do blog. Se alguém se interessar pelo Diário da demenciação, é só clicar e os textos aparecem. Ultimamente me interesso por Charges, arte que associa criatividade gráfica à política, necessariamente recheada de humor; são 229 homenagens aos mestres Jaguar, Laerte Coutinho, Nando Motta, Cláudio Hebdô, Amarildo, MOR, André Dahmer, Jean Galvão, Aroeira, Benett, entre outros.

            Me dá enorme satisfação poder registrar no Louco a Galeria de família. Até agora estão expostas 110 fotografias dos ancestrais (que a maioria da família não conhecia, as fotos), dos vivos e dos mortos, das crianças, dos netinhos, de todos nós. Fotografia é uma paixão! Vale a pena guardá-las.

            ...

            E é assim que esta postagem doravante se torna um marcador: 10 anos de Louco. Em um próximo texto desenvolvo a ideia do Blog terapêutico.