sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

...se pode piorar...

Terceira charge do dia 



Ignorância X Razão

 Segunda charge do dia



Vacinados X óbitos

 



Proporção entre vacinados e mortes por Covid-19. Só não entende quem não quer, os tais negacionistas.

Fotoabstração N. 78

 



Haverá consequências

Charge do dia


 Laerte

(Em meu ponto de vista,
a melhor charge do ano!)

Natal 2021

Galeria de Família 




Esta é a Violeta, que chegou neste Natal! Foi encontrada em um posto de gasolina e adotada pela Ciça! Violeta ganhou a mega-da-virada!










Três fotos espetaculares da Paula











quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Sadismo

Segunda charge do dia


 Amarildo

Anos de chumbo

 

 

Não raro, aqueles que pretendem escrever e publicar começam por um volume de contos. Parece mais fácil, as histórias são mais curtas, talvez não haja necessidade de tanta engenhosidade criativa. Parece, mas não é bem assim. 

            Atribui-se ao argentino Julio Cortázar a frase que compara o romance ao conto, segundo as regras do boxe: “o romance é uma luta que se vence por pontos e o conto, por nocaute”.  É preciso ser muito bom para vencer por nocaute em literatura!

Há trinta anos Chico Buarque estreava com Estorvo, um belíssimo romance; desde então ele publicou outros seis romances, com os quais ganhou prêmios, incluindo o Camões, em 2019, e três Jabutis. Agora, só agora, aos 77 anos, Chico Buarque, estreia como contista, com Anos de chumbo (Companhia da Letras, 2021). E que estreia! 

            Logo no primeiro conto – Meu tio – ele tonteia o leitor; no segundo – O passaporte –, é nocaute na certa. Seguem-se Os primos de Campos, Cida, Copacabana, Para Clarice Lispector, com candura, O sítio, e o pequeno volume se encerra com o conto que dá nome ao livro.

Os oitos contos revelam, através de escrita realista, um Brasil duro, perverso, atrasado, sórdido, miserável, repleto de bandidos, assassinos, milicianos poderosos. Em frases curtas, secas, sem rodeios, o autor captura a atenção do leitor, que mergulha em cada história como se estivesse vendo uma reportagem na tevê, só que com a arte da boa literatura.

É possível sentir a influência de um Rubem Fonseca, de Dalton Trevisan, de Sergio Sant’Anna, dentre outros, o que apenas engrandece a forma elegante e personalíssima do já consagrado escritor Chico Buarque.

Em tempo, a edição é bem cuidada, com belíssima capa (dura) de Raul Loureiro.

Sem dúvida, um ótimo livro em minha opinião de simples leitor.

 

Pescaria macabra

Charge do dia


JorgeOmau

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Bebê Yingliang

 

Na foto de baixo, ilustração do "bebê Yingliang", 

embrião de dinossauro encontrado em Ganzhou, China 

University of Birmingham/AFP

 

 

WASHINGTON (EUA) / AFP: “Cientistas anunciaram nesta terça-feira (21) a descoberta de um embrião de dinossauro perfeitamente preservado, que data ao menos de 66 milhões de anos atrás e que se preparava para sair do ovo. O fóssil foi encontrado em Ganzhou, no sul da China, e pertence a um dinossauro terópode sem dentadura, ou ovirraptossauro, que os cientistas chamaram de "bebê Yingliang".”

       O embrião se encontra com “a cabeça posicionada debaixo do corpo, os pés dos dois lados e as costas encurvadas, uma postura que não tinha sido observada antes em dinossauros, mas que é similar às das aves modernas.”

“Nas aves, este comportamento é controlado pelo sistema nervoso central e se chama "dobramento". Os pintinhos que se preparam para sair do ovo põem a cabeça debaixo da asa direita para mantê-la estável enquanto quebram a casca com seus bicos. Os embriões que não conseguem fazer esta posição têm mais chances de morrer por uma eclosão fracassada. Isso indica que tal comportamento nas aves modernas primeiro evoluiu entre os dinossauros, seus ancestrais. Uma alternativa a este dobramento poderia ser similar ao que os crocodilos modernos fazem. Eles se posicionam como se estivessem sentados, com a cabeça inclinada na direção do peito, para eclodir.”

“O "bebê Yingliang" tem 27 centímetros de comprimento da cabeça até a cauda e se encontra dentro de um ovo de 17 centímetros no Yingliang Stone Nature History Museum.”

“Os pesquisadores acreditam que a criatura tenha entre 66 e 72 milhões de anos e provavelmente pôde ser preservada quando o ovo ficou enterrado como consequência de uma enxurrada, protegendo-o dos animais carniceiros por tanto tempo. Ela teria crescido até os dois ou três metros de comprimento se chegasse à idade adulta e provavelmente teria se alimentado de plantas.”

Ainda há quem duvide da evolução das espécies. E há quem acredite no criacionismo.

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2021/12/bebe-dinossauro-prestes-a-nascer-e-encontrado-em-ovo-de-66-milhoes-de-anos.shtml

 

 

O balanço – Conto de Natal

 



A menina Gabriela costumava se balançar à sombra do abacateiro. Mais alto, vô, mais alto, vô! E ela ria da felicidade mais pura porque infantil. 

A mãe a levou para longe, veio a pandemia, há dois anos não vejo Gabriela. Dois anos sem ir a Paris não é muito tempo, dois anos sem ver Gabriela é uma eternidade. Há quatro dias do Natal, meu papai-noel será a visita de Gabriela, o melhor presente do mundo. Preciso conter minhas expectativas pois não estou certo de qual Gabriela virá me visitar. 

Ela saiu daqui uma menina e volta a mocinha que eu não conheço. Também eu não serei o mesmo, não poderei acompanhá-la nas cambalhotas dentro da piscina. (Nem mesmo estou certo se ela ainda dará cambalhotas na piscina.) Após dois anos a mocinha será outra pessoa; em dois anos eu estou apenas mais velho e mais rabugento. (Não espero que a visita de Gabriela melhore minha dor na coluna.)

Será um acontecimento extraordinário esse nosso reencontro. Para comemorá-lo, há alguns meses penso em dar um presente à moça Gabriela. Não desejo lhe ofertar algo completamente novo, moderno, da moda ou tecnológico, porque isso eu nem saberia fazer. Quero lhe dar um presente que de alguma forma traga à memória da menina o avô que a balançava à sombra do abacateiro. Assim ela poderá reconhecer o avô que dava cambalhotas com ela na piscina, mas isso também já não poderei fazer. De minha feita, haverei de reconhecer a neta com quem brincava de casinha.

Resolvi lhe fazer um balanço novo, ainda à sombra do velho abacateiro. (O antigo balanço, por desuso, deteriorou; as cordas apodreceram com a alternância das chuvas e das secas, a madeira do assento rachou.) Quando uma criança vê um balanço em um parque, ela corre para ele, na mais pura felicidade infantil. O adulto, quando vê um balanço em um parque, se não corre a experimentá-lo, o impulso será mesmo de fazê-lo. Bom sinal! Sinal de que a criança vive nele. 

Pensei então que, ao ver o novo balanço ainda à sombra do abacateiro, a mocinha Gabriela poderá correr para ele, rindo rindo rindo, Me balança, vô, mais alto, vô! Minha esperança é de que a criança não tenha se afetado tanto assim pela terrível pandemia. (Tenho perdido o sono durante as últimas madrugadas. Hoje aproveitei o silêncio da noite para escrever este pequeno conto de Natal, em homenagem ao meu pai; nessa época do ano ele pedia aos filhos que todos escrevêssemos um conto de Natal, o que ninguém fazia.) 

Se a moça Gabriela preserva a criança dentro dela, haverá de correr para o balanço. Então terei ganho outro presente, maior ainda que a própria visita de Gabriela. Sonhar é a maneira de preservar em mim o menino que fui um dia. Se acontecer, serão duas crianças a brincar no novo balanço, presente de Natal.

 

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Pazuellização

Charge do dia


 Gilmar Fraga

A figura do Narrador em Flaubert, Llosa e Saramago

 

Mario Vargas Llosa escreveu hoje (21) para O Estado de S.Paulo: “Em algum momento do século passado, cheguei a Paris e no mesmo dia comprei um exemplar de Madame Bovary numa livraria do Quartier Latin chamada Joie de lire. Depois de passar a maior parte da noite lendo, ao amanhecer já sabia o tipo de escritor que queria ser e, graças a Flaubert, estava começando a aprender todos os segredos da arte do romance.” 

      Trata-se de um depoimento importante, de um dos monstros sagrados da literatura da América Latina. Diz ele:

      “Ninguém deu maior ímpeto ao gênero romance que o solitário de Croisset. Ele descobriu que o narrador era o personagem mais importante que o romancista podia criar, e que este poderia ser um narrador impessoal que sabia de tudo - uma imitação de Deus Pai - ou um contador personagem, e que estes podiam ser vários e diversos. Desse modo, Flaubert criou o romance moderno e lançou as bases daquilo que, anos depois, seriam os infinitos arranjos e figuras inventadas por James Joyce para dotar o romance e diferenciá-lo do passado, dos clássicos.” (Tradução de Renato Prelorentzou)

Na Revista Ler #38 (Primavera/Verão de 1997), José Saramago publica o ensaio "O autor como narrador", causando certa polêmica ao acrescentar importante contribuição à ideia do que seria o verdadeiro papel de um narrador. Reproduzo aqui alguns trechos do brilhante ensaio, respeitando a escrita de Portugal utilizada pelo autor.

 

“...a minha ousada declaração de que a figura do narrador não existe, e de que só o autor exerce função narrativa real na obra de ficção, qualquer que ela seja, romance, conto ou teatro. E quando, indo procurar auxílio a uma duvidosa ou, pelo menos, problemática correspondência das artes, argumento que entre um quadro e a pessoa que o contempla não há outra mediação que não seja a do respectivo autor, e portanto não é possível identificar ou sequer imaginar, por exemplo, a figura de um narrador na Gioconda ou na Parábola dos Cegos, o que se me responde é que, sendo as artes diferentes, diferentes teriam igualmente de ser as regras que as traduzem e as leis que as governam. Esta peremptória resposta parece querer ignorar o facto, fundamental no meu entender, de que não há, objectivamente, nenhuma diferença essencial entre a mão que guia o pincel ou o vaporizador sobre a tela, e a mão que desenha as letras sobre o papel ou as faz aparecer no ecrã do computador, que ambas são, com adestramento e eficácia similares, prolongamentos de um cérebro, ambas instrumentos mecânicos e sensitivos capazes de composições e ordenações sem mais barreiras ou intermediários que os da fisiologia e da psicologia.” 

“Nesta contestação, claro está, não vou ao ponto de negar que a figura do que denominamos narrador possa ser demonstrada no texto, ao menos, com o devido respeito, segundo uma lógica bastante similar à das provas definitivas da existência Deus formuladas por Santo Anselmo... Aceito, até, a probabilidade de variantes ou desdobramentos de um narrador central, com o encargo de expressarem uma pluralidade de pontos de vista e de juízos considerada útil à dialéctica dos conflitos. A pergunta que me faço é se a obsessiva atenção dada pelos analistas de texto a tão escorregadias entidades, propiciadora, sem dúvida, de suculentas e gratificantes especulações teóricas, não estará a contribuir para a redução do autor e do seu pensamento a um papel de perigosa secundaridade na compreensão complexiva da obra.” 

... "O escritor de histórias, manifestas ou disfarçadas, é portanto um mistificador: conta histórias e sabe que elas não são mais do que umas quantas palavras suspensas no que eu chamaria o instável equilíbrio do fingimento, palavras frágeis, assustadas pela atracção de um não-sentido que constantemente as empurra para o caos de códigos cuja chave a cada momento ameaça perder-se.” 

“Muito pelo contrário: o autor está no livro todo, o autor é todo o livro, mesmo quando o livro não consiga ser todo o autor. Não foi simplesmente para chocar a sociedade do seu tempo que Gustave Flaubert declarou que Madame Bovary era ele próprio. Parece-me, até, que, ao dizê-lo, não fez mais do que arrombar uma porta desde sempre aberta. Sem faltar ao respeito devido ao autor de Bouvard et Pécuchet, poder-se-ia mesmo dizer que uma tal afirmação não peca por excesso, mas por defeito: faltou a Flaubert acrescentar que ele era também o marido e os amantes de Emma, que era a casa e a rua, que era a cidade e todos quantos, de todas as condições e idades, nela viviam, casa, rua e cidade reais ou imaginadas, tanto faz. Porque a imagem e o espírito, o sangue e a carne de tudo isto, tiveram de passar, inteiros, por uma só pessoa: Gustave Flaubert, isto é, o autor, o homem, a pessoa. Também eu, ainda que sendo tão pouca coisa em comparação, sou a Blimunda e o Baltasar de Memorial do Convento, e em O Evangelho Segundo Jesus Cristo não sou apenas Jesus e Maria Madalena, ou José e Maria, por-que sou também o Deus e Diabo que lá estão..."

E Saramago conclui: "O que o autor vai narrando nos seus livros é, tão-somente, a sua história pessoal, Não o relato da sua vida, não a sua biografia, quantas vezes anódina, quantas vezes desinteressante, mas uma outra, a secreta, a profunda, a labiríntica, aquela que com o seu próprio nome dificilmente ousaria ou saberia contar. Talvez porque o que há de grande em cada ser humano seja demasiado grande para caber nas palavras com que ele a si mesmo se define e nas sucessivas figuras de si mesmo que povoam um passado que não é apenas seu, e por isso lhe escapará sempre que tentar isolá-lo e isolar-se nele. Talvez, também, porque aquilo em que somos mesquinhos e pequenos é a tal ponto comum que nada de novo poderia ensinar a esse outro ser pequeno e grande que é o leitor. Finalmente, talvez seja por alguma destas razões que certos autores, entre os quais julgo dever incluir-me, privilegiem, nas histórias que contam, não a história que vivem ou viveram, mas a história da sua própria memória, com as suas exactidões, os seus desfalecimentos, as suas mentiras que também são verdades, as suas verdades que não podem impedir-se de ser mentiras. Bem vistas da coisas, sou só a memória que tenho, e essa é a história que conto. Omniscientemente.” 

“Quanto ao narrador, que poderá ele ser senão uma personagem a mais de uma história que não é a sua?" 

 

      Temos aqui as opiniões de três gigantes da literatura mundial: Flaubert, Llosa e Saramago. É bastante educativo poder compará-las. Sem contar a delícia que é reler José Saramago, o nosso Nobel da Língua Portuguesa.

 

https://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,duzentos-anos,70003932112

 

http://desaramago.blogspot.com/2016/05/o-autor-como-narrador-jose-saramago.html

 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Pieter de Hooch

Meus quadros favoritos


Pieter de Hooch nasceu em Roterdã (1629) e faleceu em Amsterdã (1684). Destacou-se como um pintor de género, durante o Século de Ouro dos Países Baixos. Pintou com frequência cenas domésticas com mulheres e crianças. Foi contemporâneo de Johannes Vermeer, cujas obras retratavam o mesmo tema. 

















Três aquarelas de John Harrison

 Meus quadros favoritos

John Harrison, UK 1950





sábado, 18 de dezembro de 2021

Demenciação

 

Quando o conceituado Dicionário inFormal aceitou a palavra Demenciação, por sugestão dele próprio, pensou que não estava tão demente assim; ou não.

A palavra Demenciação

 

Em setembro do ano passado este blog inaugurou o marcador Diário da Demenciação, com postagem que leva o mesmo nome. (https://loucoporcachorros.blogspot.com/2020/09/diario-da-demenciacao.html#comment-form)

            Desde então foram publicados mais cinco textos sobre o tema. Foi então que o autor, por curiosidade, amor às palavras, ou falta do que fazer, resolveu consultar o dicionário sobre o exato significado da palavra ‘demenciação’. Para sua surpresa, consulta após consulta, nos mais diferentes dicionários, físicos e virtuais, a palavra não foi encontrada.

            Encontra-se em todos eles a palavra ‘dementação’: s.f. ato ou efeito de dementar ou dementar-se; enlouquecimento, demência. (https://www.meudicionario.org/dementação)

            O Houaiss registra ‘dementação’: s.f. ato ou efeito de dementar. Nada de ‘demenciação’. A fotografia do dicionário físico comprova tal afirmação.

            



            O próprio VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, registra apenas a forma ‘dementação’. (https://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario)

            Aulete digital: dementação, s.f. ato de dementar. Nada de ‘demenciação’. (https://www.aulete.com.br/dementação)

            Não reproduzo aqui toda a obsessiva busca para não maçar ainda mais meu eventual leitor. A palavra ‘demenciação’ não existe. Até mesmo o Dicionário inFormal, que prima pela largueza de conceitos, bem além dos dicionários tradicionais, não a registra.

            

O próprio Dicionário inFormal se define como: “O dicionário de português gratuito para internet, onde as palavras são definidas pelos usuários. Uma iniciativa de documentar on-line a evolução do português. Não deixe as palavras passarem em branco, participe definindo o seu português!”

            Mil vezes escrevi nesse blog que uma sugestão minha – a palavra Avencário – foi aceita por este dicionário, do que muito me gabo, bobo que sou de amor às palavras. Pois resolvi sugerir Demenciação.

            Alguém, não sei informar se uma ou mais pessoas, se uma comissão, analisa a sugestão e envia a resposta, depois de algumas semanas.

            Hoje, ao acessar o site, encontrei: 




Clique para acessar:

https://www.dicionarioinformal.com.br/demenciação/


Significado de Demenciação Por André Vianna (DF) em 26-11-2021.


      Incluindo o emprego da palavra, sugerido por mim, e por experiência própria:

 

"Aos 70 anos de idade, ele pode identificar em si próprio o processo de demenciação."


 

            Ganhei meu dia! Como se diz em Minas Gerais, mais vale um gosto que um caminhão de abóboras.

 

 

Para o esgoto

Charge do dia 


Zé Dassilva

Arquitetura de um plano

Meus quadros favoritos


Paul Klee (Suíça 1879 - idem 1940)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Eternamente Beethoven



Em 17 de dezembro de 1770, em Bonn, nascia Ludwig van Beethoven
    Falaremos sobre ele para sempre! 

Áustria aprova eutanásia


Viena (Áustria) / AFP (17 dez 2021) 

 

“O Parlamento da Áustria aprovou nesta quinta-feira (16) que pessoas que sofrem de uma doença grave ou incurável possam fazer eutanásia. 

       Segundo o texto, que teve o apoio geral no Legislativo, com exceção do partido ultradireitista FPO, os adultos em fase terminal de doenças ou que sofrerem de uma doença permanente e debilitadora poderão ter ajuda para pôr fim à vida.

Dois médicos, um deles especializados em medicina paliativa, deverão avaliar cada caso. Eles terão que determinar se o paciente é capaz de tomar a decisão de forma independente.

Além disso, os pacientes deverão esperar 12 semanas até que seja aceita a ajuda ao suicídio, para evitar casos de crises temporárias. Esse prazo será só de duas semanas para pacientes terminais.

Além disso, foi aprovado um orçamento de 108 milhões de euros para os cuidados paliativos, para garantir que "ninguém escolha a morte se existem outras possibilidades".

A eutanásia é legalizada em outros países europeus, como Bélgica, Luxemburgo, Holanda e Espanha. Na América do Sul, apenas a Colômbia permite a eutanásia ativa.”

 

Precisamos discutir o assunto!

 

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/12/austria-legaliza-eutanasia-para-pessoas-com-doenca-terminal-ou-incuravel.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=twfolha

 

Ai que meda!

Charge do dia


 Amarildo

Desmonte da CAPES

 

Graças a uma bolsa da Capes fiz minha pós-graduação na Universidade de Londres, nos idos de 1980, obtendo o título de PhD pelo King`s College London. Passados mais de 30 anos, na condição de professor aposentado pela Universidade de Brasília, asseguro que não há qualquer laivo de vaidade nessa afirmação. O que há é tristeza e indignação diante do que este governo vem fazendo com as instituições de ensino no país. Sou compelido, portanto, por obrigação moral, a me manifestar sobre o que vem ocorrendo nessa área. 

      Soraya Smaili, Maria Angélica Minhoto e Pedro Arantes, professores e coordenadores do SOU CIÊNCIA (Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência) da Universidade Federal de São Paulo, publicaram hoje na Folha de S.Paulo ótimo texto com o título “Passando a boiada na educação superior - Estamos diante de enorme incerteza e colapso de uma política de Estado”.

            Afirmam eles que a estratégia do governo federal de “passar a boiada”, expandiu-se “à cultura, à educação, à ciência. Nos últimos meses, experimentamos crises severas em dois importantes órgãos do Ministério da Educação: o Inep e a Capes.”

      A Capes foi criada em 1951, com o objetivo de expandir e consolidar a pós-graduação no país, além de preservar a qualidade da produção científica e dos cursos de pós-graduação, através de avaliação sistemática a cada quatro anos. “No atual governo federal, o órgão sofreu instabilidades, que atingiram seu ápice com a nomeação da atual presidência e a formação de equipes inexperientes, vinculadas a programas de pouca qualidade.”

      Informam os autores do artigo: “O paradoxo instalado pela direção da Capes, que de um lado contribuiu para a letargia da avaliação e de outro para viabilizar a abertura de cursos novos de caráter mercantil, levou a pedidos de exoneração de pesquisadores dos comitês científicos, totalizando mais de 114 desligamentos, além da exoneração do diretor de Avaliação, Flavio Anastacio de Oliveira Camargo, ocorrida na terça-feira (14). Uma autorização judicial permitiu a continuidade da avaliação, porém sub judice, visto que as notas dos programas não poderão ser publicadas até a decisão judicial. Paralelamente, o Tribunal de Contas da União solicitou apuração relacionada à crise das exonerações.”

     “Estamos diante de um colapso da política de Estado, bem como de uma enorme incerteza em um momento em que o sistema universitário e de pesquisa é essencial na atuação em defesa da vida e da reconstrução nacional. A quem interessa o desmonte das políticas de Estado que dão acesso, regulam e avaliam a educação superior? Minar sistematicamente estruturas da educação, especialmente as voltadas à qualidade educacional, é o mesmo que destruir o futuro da nação.”

       Os autores concluem: “O tempo para reconstruir o desmonte é incerto, mas há que se iniciar o quanto antes, sob pena de perdermos mais uma geração — e, desta vez, não para a pandemia, mas para outra boiada. A boiada da educação.”

 

            Registro aqui minha absoluta indignação diante de tais fatos.

 

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/12/passando-a-boiada-na-educacao-superior.shtml

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Cristianização

 

 

Cristiano Machado



Centrão aposta em 'cristianização' de Bolsonaro após pesquisa mostrar rejeição de 55%.”

            Adianto ao meu eventual leitor que não estou nem um pouco interessado no fato político em questão. O que me chamou a atenção, quando o vi pela primeira vez – grudei mesmo na palavra –, foi o termo “cristianização”!

            Pensei pensei pensei, busquei alguma associação com o cristianismo, a influência religiosa na política está em alta no momento, talvez algum tipo de doutrinação; mas nada, não encontrei solução para o que parecia um mistério para mim.

Até que deparei hoje com o texto de Gerson Camarotti, para o g1 (15 dez 2021): “No jargão eleitoral, termo 'cristianização' é usado quando candidato é abandonado pelos próprios aliados”.

Afirma o comentarista político: “Pesquisa caiu como uma bomba sobre avaliação do governo Bolsonaro. Lideranças de partidos do Centrão ouvidas pelo blog já trabalham com o cenário de "cristianização" da candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, diante da rejeição recorde do governo.”

 E Camarotti explica: “Trata-se de uma referência aos anos 1950, quando o então candidato à Presidência Cristiano Machado foi traído pelos companheiros de PSD, que optaram por apoiar Getúlio Vargas, do PTB.” 

            Fui conferir na Internet e encontrei que “Cristiano Monteiro Machado (Sabará, 1893 - Roma, 1953), filho de Virgílio Machado e de Marieta Monteiro Machado, formou-se Bacharel pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro em 1918. Foi prefeito de Belo Horizonte de 1926 a 1929 e concorreu à Presidência da República em 1950 pelo PSD. As principais chapas concorrentes foram as de Eduardo Gomes - Odilon Braga, da UDN, e Getúlio Vargas - Café Filho, da aliança PTB-PSP.”

O Partido Social Democrático acabou apoiando Getúlio Vargas. Cristiano Machado insistiu em se candidatar, mesmo sem o apoio do partido, o que deu origem ao termo "cristianização", quando o candidato é abandonado pelo seu próprio partido para apoiar outro nome de maior peso.

Em 1953 Machado foi nomeado embaixador do Brasil no Vaticano, mas faleceu um pouco depois, em Roma.

 

Ao término desta crônica, fico com a impressão que somente eu não conhecia essa história. Santa ignorância!

 

 

https://g1.globo.com/politica/blog/gerson-camarotti/post/2021/12/15/centrao-aposta-em-cristianizacao-de-bolsonaro-apos-pesquisa-mostrar-rejeicao-de-55percent.ghtml

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristiano_Machado

 

Gravata ou bravata?

Política sem palavras 



Ministro Tarcísio de Freitas

Autoengano

Charge do dia



Nando Motta