segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Mais 4 microcontos do Moisés


Relógio-negro

Sempre que abria uma nova cartela de comprimidos ele se perguntava: - Quem vai terminar primeiro?



Ética

Sua fé se foi, suas virtudes ficaram. Nunca estiveram ligadas.



Bravo!

Especializou-se no ato de contemplar, na grande arte de ser plateia.



Estranho rito de passagem

O nome escrito embaixo da pia da cozinha agora é o meu.



Autor: Moisés Lobo Furtado. Este blog agradece a valiosa contribuição!

Paisagem de outono com barcos

Meus quadros favoritos


Wassily Kandinsky (1908)

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Quem está aí?





Em seu magnífico livro Em busca de Espinosa – prazer e dor na ciência dos sentimentos, (Companhia das Letras, 2004), o cientista e filósofo António Damásio propõe de forma bastante provocadora que pensemos sobre a pergunta que dá início ao Hamlet: “Quem está aí?”
            E Damásio responde, inspirado no Deus de Espinosa:

“Se fizermos à perspectiva espinosiana aquela pergunta inquietante com que começa o Hamlet, “Quem está aí?” –, querendo dizer quem está aí para nos ajudar a persistir, como a nossa tendência de autopreservação nos pede que façamos –, a resposta é inequívoca. Ninguém. Estar sozinho é a realidade crua, de Cristo na cruz e de Espinosa nas almofadas amassadas do seu leito de morte. Mas Espinosa arranja-nos uma maneira de iludir essa realidade, uma ilusão nobre que nos permite continuar.”

            E Damásio acrescenta em seguida algo fundamental:

“...a certeza tranquila com que [Espinosa] encara um conflito que a maior parte da humanidade ainda não resolveu: o conflito entre a ideia de que o sofrimento e a morte são fenômenos biológicos naturais, que devemos aceitar com equanimidade – poucos seres humanos bem-educados rejeitarão a sabedoria de tal ideia – e a inclinação, não menos natural da mente humana de se sentir insatisfeita com essa sabedoria. Há uma ferida que persiste, e bem que eu gostaria que assim não fosse, porque prefiro as histórias que acabam bem.”

            Em busca de Espinosa começa por tratar de: (1) Entram em cena os sentimentos; depois vem (2) Os apetites e as emoções; volta aos (3) Sentimentos; então prossegue, (4) Depois dos sentimentos; até que chega a (5) Corpo, cérebro e mente; de repente, uma maravilhosa surpresa: (6) Uma visita a Espinosa; e termina com (7) Quem está aí?
            A simples disposição dos capítulos do livro sugere fortemente a associação entre Ciência e Filosofia.
            Uma obra fundamental. Voltaremos a ela nesse blog.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Criatividade

Ao meu amigo Moisés


Perguntado de onde tirava as ideias para construir tantos e tão bons microcontos, respondeu: 
– Estão todos prontos em minha cabeça.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Certeza


– É, o pessoal daquela geração se vai aos poucos...
– Os próximos seremos nós.

Canário-da-terra




escondido no jardim
o arisco canário-da-terra
raramente aparece 



Foto: AVianna, set 2019
Nikon D7200 


Eis a bela réplica do poeta Paulo Sergio Viana:



“Canário da terra" é esse,
mas há nisso algum desdouro:
pois melhor nome merece
o puro "canário de ouro".

João-de-barro no trabalho




joão-de-barro 
não sobe à fonte
caminha célere
pelo gramado
à cata de material
de construção


Foto: AVianna, set 2019
Nikon D7200, 300mm

Quatro microcontos do Moisés

Apresento aos eventuais leitores deste blog o mais novo microcontista do Brasil, meu amigo Moisés Lobo Furtado. Ele tem o dom, estou certo.
Este blog agradece pelas contribuições.


Reificação

Cuidou tanto de adquirir coisas e de cuidar de coisas que acabou se descuidando.


No parquinho

“Proibida a entrada de crianças com mais de um metro e vinte de altura.”
Aprendi a ler.


Fuga

Gente não envelhece e morre, digo, gente não sabe que envelhece e morre, digo, gente não vive como se soubesse que envelhece e morre.


Relógio biológico

Não sei bem quando comecei a calcular o tempo com intervalos entre os cortes de unhas e cabelos.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Guernica sempre

 
Guernica, no museu Reina Sofía, em Madri


“ONU pede desculpas à Espanha por seu “horrível erro” sobre Guernica, de Picasso”. Esta a manchete de hoje (18 set 2019) no El País, reportagem de Peio Riaño.
O site da ONU definia a tela como "forma de protesto artístico contra as atrocidades da República durante a Guerra Civil espanhola".
A tela, em verdade, refere-se a bombardeio da aviação nazista contra um povoado espanhol, e a ONU pediu perdão à Espanha pelo equívoco.
Informa a reportagem: “A cidade de Guernica, no País Basco (norte), foi bombardeada em 26 de abril de 1937 por aviões da Legião Condor, da Alemanha nazista, país aliado do ditador Francisco Franco. Estima-se que 31 toneladas de bombas incendiárias e explosivas tenham sido lançadas sobre a população ao longo de quatro horas. O objetivo era justamente devastar essa região basca.”
“Guernica foi uma encomenda do diretor-geral de Belas Artes, Josep Renau, a pedido do Governo da Segunda República espanhola, para ser exposto no pavilhão espanhol da Exposição Internacional de 1937, em Paris. A intenção, efetivamente, era propagandística, mas para atrair a atenção do público para a causa republicana em plena Guerra Civil.” 
Guernica, sempre Guernica, uma das obras mais importantes de todos os tempos. Emocionante vê-la de perto. Na primeira vez que visitei o Museu Reina Sofía, ao entrar no salão onde Guernica estava exposta caminhei a passos largos em direção à pintura e um forte apito começou a tocar, eu podia ouvi-lo mas não entendia o porque do apito estridente, foi quando um guarda correu em minha direção e barrou minha caminhada, e então despertei do surto, voltei à realidade, percebi que violei o espaço de proteção do quadro, pedi desculpas e me afastei. O poder de Guernica!
A experiência foi marcante também pelo fato de que pude reconhecer perfeitamente meu surto psicótico em toda sua extensão.



Parabéns Athlético!

A foto do dia



Parabéns ao Athlético Paranaense
Campeão da Copa do Brasil



Foto: Diego Varas / Reuters

Bons momentos em Cabo Frio

Galeria de Família

Passamos todos bons momentos em Cabo Frio, ao longo de muitos anos, no apartamento do Vô Ofir (hoje do Paulo), de frente para o mar, na Praia das Dunas!
            Na varanda, os primos Camilo, Cecília e Paula. Na sala, uma refeição frugal, porém acompanhada de vinho tinto, exigência do Ofir. Na penúltima foto, vista da entrada do Canal em Cabo Frio.
            A última foto é a mais interessante. Ofir e as duas netas no mercado de peixe; ambas estão sorrindo, certamente de alguma bobagem que o avô falava no momento, talvez brincando com o peixeiro. E como ele falava bobagem...












terça-feira, 17 de setembro de 2019

Vazio



Antonio Peticov, serigrafia


O megacronista que escreve para o hiperjornal dominical não encontra assunto na tarde de sábado, véspera da publicação, para a crônica do dia seguinte. Lê e relê os jornais, encontra apenas mediocridade, burrice, falta de imaginação, mau gosto, e ele precisa escrever a bendita crônica. 
Ele pede socorro às manchetes porque está seco de ideias. Sabe isso? seco de ideias? cabeça vazia? nada nada nada vem ao bestunto, se recusa a apelar para as bolsonarites que abundam na mídia, não deseja repetir o erro de seus colegas cronistas que caem na armadilha e respondem às canalhices, aos destemperos, à insanidade geral, ele deseja preservar a lucidez, escrever algo que importe de fato a seus leitores.
Terraplanistas? O que escrever sobre eles quando comemoramos 500 anos da circum-navegação da Terra por Fernão de Magalhães e Elcano iniciada em setembro de 1519? (Talvez escreva sobre Elcano, mas quem haverá de ler?) Desde então já se sabia que a terra era redonda! Há 500 anos!
Atacar os criacionistas do prefeito, para quê? Fundamentalistas não mudam de opinião, sejam do Boko Haram ou de qualquer outra seita. Melhor deixá-los na santa paz da ignorância.
Falar mal de políticos perdeu a graça; uns poucos estão na cadeia, para servir de exemplo; adianta? Outro dia recebi interessante mensagem de autor desconhecido: “Aplaudir político por fazer obra com o dinheiro público é o mesmo que aplaudir caixa eletrônico por entregar nosso próprio dinheiro!” Pior é aplaudir o discurso demagógico e mentiroso de certos políticos. Não, ele não escreveria sobre a política suja. 
Mas ele precisa escrever e a cabeça permanece vazia.
Futebol? Como escrever sobre futebol com o Corinthians jogando desse jeito? A Seleção patinando patinando patinando a ponto de perder para o Peru. Fora Tite, alguns já começam a gritar. Neymar? Quem é Neymar? Agora, Federer e Touro Miura todo mundo conhece. 
A cabeça oca de tudo, resolve deixar o computador no modo repouso e ir à praia. Lá certamente encontraria assunto para escrever sua crônica obrigatória. Praia é uma festa, ele pensa.
O cronista atravessa dois quarteirões e está na praia. Para enorme espanto seu, a praia está deserta, completamente deserta, não há alma viva no raio de dez quilômetros, nada de sorveteiros vendedores de chapéu brinco rede tatoo empada suco água-mineral refrigerante cerveja rede cachorro-quente quibe rede esfirra biquíni saída-de-praia rede melancia-em-fatias camarão-frito nem um simples baseado poderia comprar nem rede nada de peitos e bundas. Completamente vazia, como a cabeça dele.
Então se lembra do tal promotor que reclama do salário de R$ 24 mil e vive no “miserê”; procurado pela imprensa, o magistrado informa que se afastou por razões de saúde.
Em vez da crônica, entregou ao jornal um atestado médico. Falso, naturalmente.




            

domingo, 15 de setembro de 2019

Prova do terraplanismo




Ao ver o atlas de 1544, da primeira expedição de Fernão de Magalhães que deu a volta ao mundo, ele não teve mais dúvidas: a Terra é plana!

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Catarina

Galeria de Família

Dois dias após a chegada de Julieta, chega Catarina, dama de companhia, usando máscara negra.
            Tem quase três meses, nasceu em 15 de junho, e já pesa 8 Kg; raça American staffordshire. Catarina, pouco maior que Julieta, foi imediatamente aceita e ambas dormiram enroscadinhas a primeira noite, como boas irmãs.





Fotos: AVianna, 10 de setembro, aniversário de Gabriela.




Pai da Catarina



Mãe da Catarina


Julieta

Galeria de família

Julieta faz sua estreia nesta Galeria! Ela tem apenas dois meses de idade, nascida em 14 de julho, e 5 Kg de peso, da raça American Bully. 
             Não se intimida diante das irmãs mais velhas. E que olhar!






Fotos: Mercêdes Fabiana (na grama) e AVianna, set 2019

Em tempo: 



O pai de Julieta



A mãe de Julieta



quinta-feira, 5 de setembro de 2019

angico floresce


o angico floresce
na severa secura
do bravo cerrado






Foto:AVianna, set 2019, jardim.

Domingo no Pub

Galeria de Família



Verão, domingo de sol na Inglaterra, coisa raríssima, o pub abre o jardim para os fregueses. Presentes Maria Helena, Doug e Shaun, Lucy e filhas. Por volta do final dos anos 80.

Secura

Charge do dia



Kleber Sales

No Correio Braziliense de ontem: Brasília com 8% de umidade relativa do ar. Nem no Saara! Temperatura de 34,2 oC.


Arte e fundamentalismo religioso


“Andrea Adour, professora de Canto da Escola de Música da UFRJ, propõe o estudo das "Toadas de Xangô" de Guerra Peixe para sua turma. Um aluno, evangélico, reage: E se eu receber alguma entidade? Andrea explica que o universidade não é um espaço de rito, de prática religiosa, e que aquela música entra ali como arte, vista de uma perspectiva laica, de conhecimento. O aluno entende e aceita cantar a peça —  e outras de caráter sacro de matriz afro-brasileira apresentadas ao longo do curso.”
            É o que revela a reportagem de Leonardo Lichote para O Globo (05/09/2019), com manchete significativa: Música sacra afro-brasileira enfrenta resistência de alunos evangélicos na Escola de Música da UFRJ
Valéria Matos, professora de Regência Coral da UFRJ, afirma: “É comum alunos de formação religiosa mais fechada questionarem, se recusarem a cantar, quando apresentamos alguma obra que usa termos de origem afro, referindo-se a entidades como Oxalá, Oxum.”
“Tivemos polêmica com "Cânticos de Obaluayê", de Francisco Mignone, "Abalogun", de Waldemar Henrique, "Xangô", de Villa- Lobos. E até com músicas que não falam de orixás, mas que têm palavras como "macumba", como é o caso de "Estrela é lua nova", de Villa-Lobos — lista Andrea, que coordena o Africanias, grupo de pesquisa de repertório brasileiro, com ênfase nas influências negra e indígena.”
Robson Lemos, estudante de mestrado da Escola de Música, também evangélico, relata: “ Vi certa vez um aluno se recusar a cantar, a professora indagou por que ele admitia músicas que mencionavam outras religiões, outras mitologias, mas não admitia os orixás. Ele respondeu que só canta repertório de religiões que eles já eliminaram.”
Em resumo, o fundamentalismo religioso alcançou até mesmo a música erudita! Guerra Peixe, Francisco Mignone, Waldemar Henrique, até mesmo o nosso maior compositor Villa-Lobos, todos têm parte com o demônio e devem ser extirpados de nosso repertório artístico.
Pois este fundamentalismo tem se espalhado por toda a parte, o Brasil já não é um país laico, a bancada evangélica cada vez mais forte, o presidente se ajoelha diante de Edir Macedo para receber benção – e pensar que não se ajoelha nem mesmo diante da Rainha da Inglaterra.
            Pobre país.






quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Morre Elton Medeiros




“Nascido no bairro da Glória e torcedor do Olaria Atlético Clube, Elton Medeiros foi compositorcantorprodutor musical e radialista.
Considerado um dos melhores melodistas e ritmistas da história do samba, Elton teve sua trajetória na música iniciada aos 17 anos quando tocava de dia na Orquestra Juvenil de Estudantes, que se apresentava na Rádio Roquette-Pinto, e à noite tocava trombone na gafieira Fogão, do compositor Uriel Azevedo.
Elton Medeiros começou sua carreira de compositor sendo fundador da ala dos compositores da escola de samba Aprendizes de Lucas. Seu samba "Exaltação a São Paulo" foi considerado um dos melhores da história da escola. Porém, é através das reuniões no Zicartola que Elton Medeiros criará suas principais obras. Entrou em contato com sambistas como CartolaNelson CavaquinhoZé KettiIsmael Silva e Paulinho da Viola, que se tornaria seu principal parceiro musical. Além disso, como fruto do Zicartola surgiram o grupo A Voz do Morro e o show A Rosa de Ouro.
Entre os principais sambas de Elton Medeiros, destacam-se clássicos como "Peito Vazio", "O Sol Nascerá" (em parceria com Cartola), "Pressentimento" (com Hermínio Bello de Carvalho), "Mascarada" (Zé Ketti) e "Onde a Dor Não Tem Razão" (com Paulinho da Viola).
Elton morreu hoje, aos 89 anos de idade, no Rio, de pneumonia.”

Tweet de Ariel Palacios

Gostei tanto do tweet do jornalista Ariel Palacios postado hoje (8:27 AM 4 de set de 2019), com ilustração e tudo, que os reproduzo aqui:




“Desde 2009 no Twitter irritando a jecada e os doidos da esquerda-caviar e da direita-serteneja-astrológica, além de desatar a ira dos fanáticos religiosos. Em resumo, vou pelo bom caminho...”


             Este blog raramente trata de política, em particular da chamada política partidária (uugh!, que significa estou prestes a vomitar). Não que o blogueiro não se interesse por política, isso não. Porém, quando penso na política do governo atual, uugh! E do governo anterior então, uuuggghhh!
            Estou com Palacios: pau na esquerda-caviar e pau na direita-sertaneja-terraplanista-fundamentalista-religiosa-fanática-idiota. O jornalista chama isso de “bom caminho”. 
            Aonde nos levará este caminho? Os fundamentalistas religiosos estão cada vez mais fortes (em nome de Jesus). A esquerda (que vai a Paris para escrever um livro) continua agitando. 
E nós, Ariel, o quê fazemos?

            

O irmão esteve aqui

Fotomionimalismo



Foto: Paulo S. Viana, set 2019.

Ao que o irmão retrucou:


Veja que há nessa
foto verdade:
foi-se a cabeça,
fica a saudade.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Tempo dos ipês




a terra queimada
pela seca inclemente
não apaga a beleza
do ipê amarelo


Foto: Vianna, ago 2019, Lago Sul, Brasília

domingo, 1 de setembro de 2019

O ramo de um ene só

Galeria de Família

As 3 fotografias estão lindas, a provocar em quem as vê alegria, saudade, muitas emoções.
            Trata-se dos descendentes do ramo Paulo Sergio, todos Vianas com 1 ene só!
            A primeira foto mostra Nara, Marion e Flora, fazendo pose, lindas meninas! 
            Depois vem Nara e Flora na rede.
            Por fim, Camilo e as duas irmãs, em Arraial do Cabo, penso eu.

            A Galeria da Família cada dia mais rica!