quarta-feira, 20 de julho de 2016

Ficção e Empatia

Eu tinha um amigo, homem cultíssimo, de rara inteligência e memória prodigiosa, que gostava de repetir, Não leio ficção. Ele lia apenas não ficção, ensaios, esse tipo de literatura. Eu insistia com ele sobre a importância de se ler ficção, boa ficção, naturalmente, que trata de sentimentos e emoções, mas ele permanecia irredutível, Não leio ficção. Deve pensar assim até hoje.
            O fato é que eu não dispunha de argumentos sólidos para defender minhas ideias, tinha apenas a intuição sobre o assunto. Agora surge o artigo de Marya González Nieto para El País (19/jul/2016), cujo título é bastante sugestivo: Ler ficção nos torna mais empáticos”.
            Keith Oatley, psicólogo e romancista, em uma revisão sobre os benefícios da leitura sobre a imaginação, publicado nesta terça-feira na Trends in Cognitive Sciences, afirma que ler ficção ajuda nas relações sociais, auxilia na formação de ideias sobre as emoções, as motivações e os pensamentos dos outros, possibilitando a transferência dessas experiências para a vida real.
Segundo Oatley, professor emérito de psicologia aplicada e desenvolvimento humano na Universidade de Toronto, “a ficção simula uma espécie de mundo social que provoca compreensão e empatia no leitor. Quando lemos ficção nos tornamos mais aptos a compreender as pessoas e suas intenções”.
“A característica mais importante do ser humano é a sociabilidade”, afirma Oatley. “O que nos diferencia é que nós, humanos, nos socializamos com outras pessoas de uma forma que não está programada pelo instinto, como é o caso dos animais”, explica o psicólogo, para quem a ficção pode ampliar a experiência social e ajudar a entendê-la.
Penso que, quem lê boa ficção – leia-se boa literatura – sabe disso de forma instintiva, ou melhor dizendo, “sente” isso!




Que os deuses nos protejam

A foto do dia


Cristo Redentor e Maracanã, onde ocorrerá a abertura dos Jogos Olímpicos.


Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Origem da agricultura


Montanhas de Zagros, 
onde as mais antigas provas da 
Agricultura foram encontradas

“Quando a ideia é boa, ela pode surgir ao mesmo tempo para várias pessoas. Foi o caso da "invenção" da agricultura, segundo três estudos com o material genético tanto de antigos agricultores como de pessoas atuais.
Os resultados mostram que "múltiplas populações geneticamente diferenciadas de caçadores-coletores adotaram a agricultura no sudoeste da Ásia", segundo os autores de um dos estudos, publicado na revista "Science". Os outros dois, que chegaram a conclusões semelhantes, estão disponíveis no site especializado em biologia bioRxiv.
A região onde surgiu a agricultura tem um nome clássico, "Crescente Fértil", considerada o centro de origem das plantas domesticadas. O termo foi cunhado por James Breasted em 1906 e se referia aos primórdios das civilizações agrárias no Egito e na Mesopotâmia. O termo foi popularizado por Gordon Childe em 1935 para identificar os locais do que ele chamou de Revolução Neolítica".