domingo, 3 de julho de 2022

A Morte e o pequeno cão

 


 

 

À hora do repouso noturno deitou-se com seu pequeno cão que, como de costume, se acomodou ao pé do leito. Ao lado jazia a Morte, com sua presença quase física, paciente silenciosa determinada.

          Naquele estado de semiconsciência, do lugar mais secreto de sua alma, aflorou nítido o pensamento:

          – Eis o sentimento da mais profunda solidão. 

          Passados alguns segundos o cão despertou, caminhou pelo leito e se aninhou em seu peito. 

          Sem pedir licença, a Morte se fastou, ciente de que fora apenas uma batalha perdida. Levou consigo a Solidão!