Isso é maravilhoso!!!
Século IV DC, na Villa Romana del Casale, na praça Armerina, Sicília!
Pinturas rupestres amazônicas podem ser
de mamíferos da Era do Gelo.
Iriarte et al., Royal Society/The New York Times
A possível preguiça-gigante, no topo, com reconstruções artísticas modeladas a partir de um parente vivo próximo, a preguiça-de-três-dedos, no centro. O painel inferior considera se o desenho era de uma espécie extinta de urso, Arctotherium, padronizando-o a partir de seu parente vivo mais próximo, o urso-de-óculos
Iriarte et al., Royal Society/The New York Times
Desenhos de Mike Keesey
Arte rupestre na Amazônia mostrou animais da Era do Gelo?: reportagem de Becky Ferreira /THE NEW YORK TIMES para afolha de S. Paulo (9 mar 2022).
“No final da última era do gelo, a América do Sul era habitada por animais estranhos que desde então entraram em extinção: preguiças-gigantes, herbívoros semelhantes a elefantes e uma linhagem antiga de cavalos. Um novo estudo sugere que podemos ver esses animais extintos em pinturas encantadoras de ocre feitas por humanos da era do gelo num afloramento rochoso na Amazônia colombiana.
"Toda a biodiversidade da Amazônia está pintada ali", disse Iriarte – animais e plantas aquáticos e terrestres, além de "animais que são muito interessantes e aparentam ser mamíferos de grande porte da Era do Gelo".
“Iriarte e seus colegas integram um projeto que estuda a chegada de humanos na América do Sul. Em um estudo publicado no periódico Philosophical Transactions of the Royal Society B, eles defendem o argumento de que a arte rupestre retrata megafauna da Era do Gelo. Mas, como o próprio estudo reconhece, a identificação de animais extintos em arte rupestre é controversa – e o sítio de La Lindosa não constitui exceção.”
“Os arqueólogos Fernando Urbina e Jorge Peña, da Universidade Nacional da Colômbia, rejeitam a hipótese de que as pinturas remontam à Era do Gelo.”
Ciência é assim. Demora-se a estabelecer a verdade definitiva. Mas a verdade precisa ser perseguida a todo custo. Este é método científico.
Tambor de giz, escultura de 5.000 anos, no Museu Britânico
Museu Britânico - 10.fev.2022/AFP
“Arqueólogos britânicos desenterraram uma escultura de 5.000 anos, o achado pré-histórico mais importante do país em um século, anunciou nesta quinta-feira (10) o Museu Britânico. O tambor de giz, que apesar do nome não tem finalidade musical, data da época do monumento pré-histórico Stonehenge.
"Segundo o museu, o tambor é "um dos artefatos mais elaborados deste período que foram encontrados na Grã-Bretanha e na Irlanda".
“O cilindro decorado foi encontrado nas sepulturas de três crianças, cujas mãos se tocavam. Foi colocado logo acima da cabeça do mais velho, junto com uma bola de giz e uma agulha de osso polido.”
“A descoberta ocorreu a cerca de 384 quilômetros de Stonehenge, perto da vila de Burton Agnes, no norte da Inglaterra.”
Acrescento eu: o que faz a necessidade da arte!
Göbekli Tepe, sítio arqueológico localizado na Turquia, construído há pelo menos 12.000 anos. Vale a pena pesquisar.
A foto do dia
Múmia de 2 mil anos com adorno de ouro
em formato de língua para se comunicar com o
deus dos mortos
Foto: Ministério de Antiguidades do Egito/ AFP
O texto é do grande Fernando Reinach, para O Estado de S.Paulo
(7 nov 2020), sob o título Fósseis de mulheres caçadoras sugerem que divisão de tarefas por gênero é recente na história humana.
A ideia de que mulheres criam os filhos enquanto os homens sustentam a família, vigente até tempos recentes, também foi observada em sociedades primitivas, a ponto de se pensar que esse arranjo sempre existiu entre os Homo sapiens.
A caça de grandes mamíferos sempre foi pensada como uma atividade coletiva, principalmente quando feita com lanças de madeira e pontas de pedra. Afirma Reinach: “É a colaboração entre um grande número de indivíduos que permite perseguir, cercar, imobilizar e matar a presa. O fato de nossos ancestrais viverem em pequenos grupos e se movimentarem constantemente dá suporte a essa ideia.”
Em 2013, no Peru, a 3.925 m acima do nível do mar, foram encontrados grande quantidade de artefatos humanos e vários esqueletos, entre estes o de uma mulher de 17 anos que havia morrido 8 mil anos atrás. Ao lado dela foram achados artefatos que “deviam estar em uma bolsa que se decompôs com o tempo” (pontas de lança, pedras na forma de facas usadas para retirar o couro do animal, facas de pedra para retirar a carne e pedras usadas para limpar o couro), usados na caça de grandes animais.
Concluem os arqueólogos: “Essa mulher de 17 anos muito provavelmente era uma caçadora que vivia no altiplano se alimentando da caça e de partes de plantas. E, como era comum nessa cultura, foi enterrada junto com seus objetos pessoais.”
Novas pesquisas revelaram dezenas de esqueletos espalhados desde a América do Norte até o sul do Chile, e “aproximadamente um terço das pessoas enterradas com utensílios de caça eram mulheres”.
“A conclusão é de que existe a possibilidade de que nossos ancestrais, que viviam como coletadores e caçadores, praticavam a caça em grupos e nessa atividade mulheres e homens compartilhavam as tarefas. Se isso for verdade, é muito provável que a nossa espécie tenha passado a maior parte de sua existência no planeta em uma organização familiar em que homens e mulheres dividiam a atividade da caça.”
A divisão das tarefas entre os sexos, portanto, vem sofrendo modificações em seu arranjo familiar há milênios, fato que se pode observar nos dias de hoje: mulheres saem para trabalhar enquanto homens cuidam da casa e dos filhos. E em tempos de peste, os homens aprendem a cozinhar...