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terça-feira, 12 de abril de 2022

quinta-feira, 10 de março de 2022

Pinturas rupestres amazônicas

 

 

Pinturas rupestres amazônicas podem ser 

de mamíferos da Era do Gelo. 

Iriarte et al., Royal Society/The New York Times

 


 

A possível preguiça-gigante, no topo, com reconstruções artísticas modeladas a partir de um parente vivo próximo, a preguiça-de-três-dedos, no centro. O painel inferior considera se o desenho era de uma espécie extinta de urso, Arctotherium, padronizando-o a partir de seu parente vivo mais próximo, o urso-de-óculos

Iriarte et al., Royal Society/The New York Times 

Desenhos de Mike Keesey

 

 

 

 

Arte rupestre na Amazônia mostrou animais da Era do Gelo?: reportagem de Becky Ferreira /THE NEW YORK TIMES para afolha de S. Paulo (9 mar 2022).  

“No final da última era do gelo, a América do Sul era habitada por animais estranhos que desde então entraram em extinção: preguiças-gigantes, herbívoros semelhantes a elefantes e uma linhagem antiga de cavalos. Um novo estudo sugere que podemos ver esses animais extintos em pinturas encantadoras de ocre feitas por humanos da era do gelo num afloramento rochoso na Amazônia colombiana.  

"Toda a biodiversidade da Amazônia está pintada ali", disse Iriarte – animais e plantas aquáticos e terrestres, além de "animais que são muito interessantes e aparentam ser mamíferos de grande porte da Era do Gelo".

“Iriarte e seus colegas integram um projeto que estuda a chegada de humanos na América do Sul. Em um estudo publicado no periódico Philosophical Transactions of the Royal Society B, eles defendem o argumento de que a arte rupestre retrata megafauna da Era do Gelo. Mas, como o próprio estudo reconhece, a identificação de animais extintos em arte rupestre é controversa – e o sítio de La Lindosa não constitui exceção.”

“Os arqueólogos Fernando Urbina e Jorge Peña, da Universidade Nacional da Colômbia, rejeitam a hipótese de que as pinturas remontam à Era do Gelo.” 


Ciência é assim. Demora-se a estabelecer a verdade definitiva. Mas a verdade precisa ser perseguida a todo custo. Este é método científico. 

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/03/arte-rupestre-na-amazonia-mostrou-animais-da-era-do-gelo.shtml

 

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Tambor de giz

 

Tambor de giz, escultura de 5.000 anos, no Museu Britânico

Museu Britânico - 10.fev.2022/AFP

 


“Arqueólogos britânicos desenterraram uma escultura de 5.000 anos, o achado pré-histórico mais importante do país em um século, anunciou nesta quinta-feira (10) o Museu Britânico. O tambor de giz, que apesar do nome não tem finalidade musical, data da época do monumento pré-histórico Stonehenge.

"Segundo o museu, o tambor é "um dos artefatos mais elaborados deste período que foram encontrados na Grã-Bretanha e na Irlanda".

“O cilindro decorado foi encontrado nas sepulturas de três crianças, cujas mãos se tocavam. Foi colocado logo acima da cabeça do mais velho, junto com uma bola de giz e uma agulha de osso polido.”

“A descoberta ocorreu a cerca de 384 quilômetros de Stonehenge, perto da vila de Burton Agnes, no norte da Inglaterra.”

 

Acrescento eu: o que faz a necessidade da arte!

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/02/escultura-pre-historica-de-5000-anos-e-descoberta-na-inglaterra.shtml

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Göbekli Tepe

 


Göbekli Tepe, sítio arqueológico localizado na Turquia, construído há pelo menos 12.000 anos. Vale a pena pesquisar. 


sábado, 7 de novembro de 2020

Divisão de tarefas


O texto é do grande Fernando Reinach, para O Estado de S.Paulo 

(7 nov 2020), sob o título Fósseis de mulheres caçadoras sugerem que divisão de tarefas por gênero é recente na história humana

         A ideia de que mulheres criam os filhos enquanto os homens sustentam a família, vigente até tempos recentes, também foi observada em sociedades primitivas, a ponto de se pensar que esse arranjo sempre existiu entre os Homo sapiens.

A caça de grandes mamíferos sempre foi pensada como  uma atividade coletiva, principalmente quando feita com lanças de madeira e pontas de pedra. Afirma Reinach: “É a colaboração entre um grande número de indivíduos que permite perseguir, cercar, imobilizar e matar a presa. O fato de nossos ancestrais viverem em pequenos grupos e se movimentarem constantemente dá suporte a essa ideia.” 

Em 2013, no Peru, a 3.925 m acima do nível do mar, foram encontrados grande quantidade de artefatos humanos e vários esqueletos, entre estes o de uma mulher de 17 anos que havia morrido 8 mil anos atrás. Ao lado dela foram achados artefatos que “deviam estar em uma bolsa que se decompôs com o tempo” (pontas de lança, pedras na forma de facas usadas para retirar o couro do animal, facas de pedra para retirar a carne e pedras usadas para limpar o couro), usados na caça de grandes animais. 

Concluem os arqueólogos: “Essa mulher de 17 anos muito provavelmente era uma caçadora que vivia no altiplano se alimentando da caça e de partes de plantas. E, como era comum nessa cultura, foi enterrada junto com seus objetos pessoais.” 

Novas pesquisas revelaram dezenas de esqueletos espalhados desde a América do Norte até o sul do Chile, e “aproximadamente um terço das pessoas enterradas com utensílios de caça eram mulheres”.  

“A conclusão é de que existe a possibilidade de que nossos ancestrais, que viviam como coletadores e caçadores, praticavam a caça em grupos e nessa atividade mulheres e homens compartilhavam as tarefas. Se isso for verdade, é muito provável que a nossa espécie tenha passado a maior parte de sua existência no planeta em uma organização familiar em que homens e mulheres dividiam a atividade da caça.

  A divisão das tarefas entre os sexos, portanto, vem sofrendo modificações em seu arranjo familiar há milênios, fato que se pode observar nos dias de hoje: mulheres saem para trabalhar enquanto homens cuidam da casa e dos filhos. E em tempos de peste, os homens aprendem a cozinhar... 

 

https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,fosseis-de-mulheres-cacadoras-sugerem-que-divisao-de-tarefas-por-genero-e-recente-na-historia-humana,70003504500

 

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Emoghyphs



Uma das peças da exposição. Foto: Isabel Kershner


“Exposição no Museu de Israel, em Jerusalém, Emoglyphs: Picture-Writing From Hieroglyphs to Emoji (Emóglifos: a escrita pictórica, do hieróglifo ao emoji, em tradução livre), mostra a aparentemente óbvia, e ao mesmo tempo complexa, relação entre o sistema icônico de comunicação da Antiguidade e a língua franca da era cibernética.” É o que revela a reportagem de Isabel Kershner, do New York Times / Jerusalém, para O Estado de S.Paulo (27 jan 2020). (Tradução de Roberto Muniz.)

“Sempre foi difícil explicar como se leem hieróglifos”, disse Shirly Ben Dor Evian, egiptóloga e curadora da mostra. “Mas hoje ficou mais fácil porque as pessoas estão escrevendo com desenhos. Por isso comecei a prestar atenção em emojis.” 
Evian notou que alguns emojis parecem hieróglifos. “Um cartaz na entrada da exposição contrapõe uma coluna de hieróglifos a uma de emojis. As similaridades são indiscutíveis e não há necessidade de tradução.” “A representação egípcia de um cão genérico tem uma semelhança muito próxima com um cão de emoji mostrado de perfil. Um pato, imagem frequentemente usada nos hieróglifos para simbolizar uma criatura alada, reaparece milhares de anos depois como um pato de emoji. E um homem dançando num emoji faz uma pose semelhante à de um dançarino de hieróglifo de 3 mil anos.”
“Hoje é mais fácil clicar num emoji que escrever uma palavra inteira”, afirmou Ben Dor Evian, que tem um aplicativo de hieróglifo no celular. Emojis são uma taquigrafia emocional. Pense no poder de um coração mandando um beijo, ou de uma cara cínica significando sarcasmo, quando ilustram um sentimento que uma inexpressiva mensagem de texto não consegue expressar.”
Em 2015, os Dicionários Oxford elegeram o emoji de um rosto com lágrimas de alegria como sua palavra do ano, dizendo que ele expressava “o comportamento, os sentimentos e as preocupações” do período.   
Há quem discorde: “Chaim Noy, professor de comunicações da Universidade Bar Ilan, em Tel-Aviv, considera simplista e populista falar em emoji como nova linguagem. Ele vê os símbolos apenas como uma espécie de linguagem corporal que suplementa o texto.”

Este blogueiro, que nada entende do assunto, como sempre, mas é mestre na arte de palpitar, fica com o ponto de vista do Prof. Chaim! Quando acessamos o Facebook, fica evidente que a generalizada utilização dos emojis empobrece a comunicação. Perco um bom tempo da manhã para escrever um texto de interesse geral, sobre ciência, por exemplo, publico no blog, e quem o acessa via Facebook coloca apenas uma mãozinha amarela com o polegar virado para cima. (Talvez por educação o polegar não está para baixo...)
O valor da escrita tem sido enaltecido ad nauseam neste blog. Enfatizo, sempre que posso, o que denomino Escrita terapêutica, que tem o poder de organizar nossos pensamentos, abrir a mente para novas perspectivas, pensar alternativas, utilizar realidade e ficção para expandir o “aparelho de pensar” (Bion) , acalmar o espírito. Não posso imaginar os emojis cumprindo tal tarefa. (O que pensaria Machado de Assis sobre isso tudo?)
Há uma agravante: quanto mais se usa o emoji, menos se escreve, até que um dia todos serão analfabetos.
Mesmo assim, gostaria muito de visitar a exposição em Jerusalém, e continuar pensando no assunto.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Chiclete de 6.000 anos


O 'chiclete' vem do cozimento da casca de bétula.
THEIS JENSEN


“Uma espécie de chiclete de 6.000 anos ainda conserva a marca dos dentes de quem o mascava. Com isso, um grupo de pesquisadores pôde obter DNA humano, mas também o das bactérias que tinha na boca. E mais, conseguiram identificar um vírus que portava e até o que havia comido antes de mastigar a goma de mascar milenar. A garota (puderam determinar seu sexo graças à genética) tinha pele e cabelos morenos e olhos claros. Os pesquisadores a chamam de Lola.” É o que informa Miguel Ángel Criado (17 dez 2019) para El País.


Lola



terça-feira, 4 de setembro de 2018

Valor de um museu


Desde o Incêndio não consigo escrever uma linha sequer sobre a tragédia.
            Utilizo-me então de um artifício, eficiente mecanismo de defesa, volto no tempo, procuro na memória a emocionante experiência que vivi ao entrar em um museu, e que guardo comigo como relíquia – peça de museu.
            Aos 12 ou 13 anos, no ginásio, tomei conhecimento da existência da misteriosa Pedra da Roseta, aquela que permitiu o deciframento dos hieróglifos, a maravilhosa escrita dos egípcios. 
A pedra registra um decreto promulgado em nome do rei Ptolomeu V, inscrito em três parágrafos com o mesmo significado: o superior está na forma hieroglífica do egípcio antigo, o trecho do meio em demótico (variante do egípcio tardio), e o inferior em grego antigo. A comparação entre eles permitiu a compreensão dos hieróglifos por Jean-François Champollion em 1822.
Não é preciso dizer que o menino ficou fascinado pela pedra. Muitos anos depois, já adulto, entrei pela primeira vez no Museu Britânico, em Londres. De repente, olha a pedra alí, bem ao meu lado, ao alcance de minha mão. Disfarcei, dei-lhe um leve toque, sem que qualquer fiscal percebesse. (Hoje ela se encontra envolta numa redoma de acrílico, protegida de ingênuos e loucos.)


A emoção daquele momento é a relíquia que guardo comigo, e não há fogo que possa destruí-la. Haverá de perecer com minha morte, mas fica aqui registrada.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Neolítico, uma revolução


Pintura rupestre de uma cena cotidiana com gado no Neolítico,
Tassili n’Ajjer (Argélia).
De Agostini Picture Library (Getty)


A extensa reportagem é de Guillermo Altares (21 Abr 2018), para El País, e assim tem início:

“O Neolítico é o período mais importante da história e um dos mais desconhecidos do grande público. Com a adoção da pecuária e da agricultura foram criadas as primeiras cidades, nasceu a aristocracia, a divisão de poderes, a guerra, a propriedade, a escrita, o crescimento populacional... Surgiram, em poucas palavras, os pilares do mundo em que vivemos. As sociedades atuais são suas herdeiras diretas: nunca fez tanto sentido falar de revolução porque deu origem a um mundo totalmente novo. E talvez tenha sido também o momento em que começaram os problemas da humanidade, não as soluções.”

Há 10.000 anos a humanidade começou a transformar o meio ambiente para adaptá-lo às suas necessidades, o que coincidiu com o crescimento exponencial da população do planeta. Hoje vivemos uma mudança profunda, a passagem para uma nova era geológica, do Holoceno ao Antropoceno, uma mudança planetária imensa. De fato, alguns estudiosos acreditam que esse salto começou no Neolítico.
Escreve o arqueólogo francês Jean-Paul Demoule: “Acredito que é a única verdadeira revolução na história da humanidade. A revolução digital que estamos vivendo atualmente não é mais do que uma consequência de longo prazo daquela. Mas, curiosamente, é a menos ensinada na escola.” 
O antropólogo James C. Scott, afirma: “Podemos dizer sem problemas que vivíamos melhor como caçadores-coletores. Estudamos corpos de áreas onde o Neolítico estava sendo introduzido e encontramos sinais de estresse nutricional em agricultores que não encontramos em caçadores-coletores. É ainda pior nas mulheres, onde identificamos uma clara carência de ferro. A dieta anterior era sem dúvida mais nutritiva. Encontramos também muitas doenças que não existiam até os humanos passarem a viver mais concentrados e com os animais. Além disso, sempre que ocorreram assentamentos de populações, começaram guerras”. 
Scott argumenta que já se utilizava a agricultura e a irrigação antes do nascimento dos Estados, e que diferentes catástrofes como epidemias ou desmatamento, e a salinização do solo fizeram que o “Neolítico fosse um processo de ida e volta e que sociedades agrícolas voltassem a ser caçadoras-coletoras. Durante 5.000 anos passaram de um estado a outro dependendo das condições climáticas.” 
Os historiadores continuam procurando respostas para saber por que a agricultura foi inventada, se nos alimentávamos melhor quando éramos caçadores-coletores. O fenômeno coincidiu com um período de aquecimento global do planeta depois da última glaciação, há cerca de 10.000 anos, e foi um processo gradual que ocorreu em diferentes pontos, levando ao florescimento de civilizações como a etrusca e a romana. A introdução da agricultura e da pecuária foi seguida pelo trabalho com os metais, a fundação de cidades, o surgimento de aristocracias.
Informa Altares: “Quase ninguém mais acredita que houve uma única revolução neolítica que eclodiu no Oriente Médio com a domesticação do trigo e que daí se espalhou a todo o planeta. A ideia mais difundida é que houve vários pontos de partida mais ou menos simultâneos, na China com o arroz ou na América com o milho. Por outro lado, existe a certeza, graças à genética, de que o trigo chegou à Europa por meio das migrações dos primeiros camponeses, em um momento de grandes movimentos populacionais.”  



Vaso campaniforme do Neolítico, encontrado em Sabadell
Phas / Uig / Getty


“Um caso fascinante que ilustra como o Neolítico se estabeleceu é o da cerâmica campaniforme, que se expandiu em grande parte da Europa durante a Idade do Bronze, há cerca de 4.900 anos. A partir da Península Ibérica, especificamente do estuário do Tejo, chegou ao norte e ao leste da Europa, às Ilhas Britânicas, mas também à Sicília e à Sardenha. Além de Portugal e Espanha, essa cerâmica, que não está associada ao uso cotidiano, mas ritual, apareceu na França, Itália, Reino Unido (incluindo a Escócia), Irlanda, Holanda, Alemanha, Áustria, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Dinamarca, Hungria e Romênia. “Sua escala geográfica não tem precedentes no continente até a chegada da União Europeia”, escreve Lalueza-Fox em seu ensaio. Guardando todas as proporções, seu alcance geográfico poderia ser comparado ao de um Tok &Stok do fim da pré-história.”
Conclui Altares: “Nem a genética nem a arqueologia conseguiram desvendar ainda todos os mistérios cruciais que esse período esconde. Também chegou nesse período à Europa o indo-europeu, do qual derivam as línguas faladas por metade da população mundial, um processo sobre o qual ainda existe um intenso debate. A única certeza é que aquela revolução remota mudou tudo e que ainda não acabou.” 




quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Negro e de olhos azuis


Modelo do Homem de Cheddar, que viveu há cerca de 10 mil anos,
quando os primeiros humanos modernos chegaram à Grã-Bretanha.
Foto: Tom Barnes / Channel 4 / Museum of Natural History



A partir de uma análise de DNA, cientistas do Reino Unido reconstruíram a aparência do mais antigo esqueleto de um humano moderno encontrado na Grã-Bretanha, o Homem de Cheddar; ele é ancestral de 10% da atual população branca. Há 10 mil anos, britânicos tinham pele escura e olhos azuis.
            A reportagem é de Fábio de Castro, para O Estado de S. Paulo (7 Fev 2018), e informa que “De acordo com os cientistas, 10% dos habitantes brancos da Grã-Bretanha atual, entre aqueles que têm ancestrais britânicos, descendem dessa primeira população. O fóssil no qual os estudos se basearam, conhecido como Homem de Cheddar, é um esqueleto do período Mesolítico - há cerca de 10 mil anos -, descoberto em 1903 na caverna Gough, na Garganta de Cheddar, em Somerset. A pesquisa foi realizada por cientistas do Museu de História Natural do Reino Unido.”
O modelo do Homem de Cheddar foi feito pela empresa Kennis & Kennis Reconstructions, especializada em reconstruções paleontológicas. Os artistas tiraram as medidas do esqueleto, escanearam o crânio com tomografias e utilizaram uma impressora 3D para produzir uma base para o modelo.



quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Brinquedo de 4,5 mil anos



O boneco de 4,5 mil anos encontrado junto ao corpo de uma criança na Sibéria tem características faciais cuidadosamente trabalhadas; com cerca de 5 centímetros, o objeto entalhado em pedra sabão durante a Idade do Bronze é um dos mais antigos brinquedos já descobertos.
Foto: Andrei Poliakov / IIMK-RAN

                                                                     
            Deu em O Estado de S.Paulo (03 Jan 2018), reportagem de Fábio de Castro:
Um grupo de arqueólogos da Rússia descobriu, no túmulo de uma criança da Idade do Bronze, alguns dos mais antigos brinquedos já registrados na História. Os artefatos de 4,5 mil anos - que incluem as cabeças de um boneco e de um animal de brinquedo - pertencem à cultura Okunev, um grupo étnico pré-Histórico do sul da Sibéria. Os corpos dos bonecos eram feitos de material orgânico e não resistiram à ação do tempo, mas as cabeças se mantiveram preservadas, segundo os arqueólogos.”
A cabeça do boneco, medindo 5 cm, mostra uma face muito bem trabalhada, e foi encontrado em um túmulo de a uma "criança comum", e não algum membro da elite local.
            Uma informação interessantíssima é que, segundo os arqueólogos, a antiga cultura Okunev "não tem paralelos na Sibéria em termos de riqueza e diversidade artística. Segundo Poliakov, o povo Okunev é considerado o grupo étnico mais próximo dos indígenas das Américas.” 
Os ancestrais dos Okunev podem ter sido “os primeiros humanos a povoar o continente americano, há 12,6 mil anos. Eles teriam utilizando embarcações primitivas para aventurar-se ao largo da ponte terrestre coberta de gelo que ligava a Ásia à América do Norte, conhecida como Beríngia.”
Na infância, os brinquedos são fundamentais para o desenvolvimento psíquico da criança, através do exercício da fantasia. Agora sabemos, desde 4,5 mil anos!
            (Em tempo: essa data de 12,6 mil anos para o povoamento da América é bastante discutível, se não completamente errada.)