quarta-feira, 29 de abril de 2015

Mais de Nelson Freire

A música do dia




A última gravação de Chopin, na interpretação de Nelson Freire, já está à disposição dos amantes de ambos, compositor e intérprete, confraria da qual faz parte o Louco.
A orquestra é a Gürzenich-Orchester Köln, regida por Lionel Bringuier (Decca).
A peça principal do CD é o Concerto n.2 para piano e orquestra, op. 21.
Ainda fazem parte da gravação: Impromptu n.3, op. 51; Ballade n.4, op. 52; Berceuse, op. 57; 3 Mazurkas, op. 50; e a “Polonaise héroïque”, op. 53.
Imperdível, na modesta opinião musical do Louco!


O Concerto pode ser ouvido aqui, com Freire e a Osesp, regência de Marin Alsop: https://www.youtube.com/watch?v=iFFVQaItL3E

A geringonça

A foto do dia.


Aqueles que ainda têm vergonha na cara certamente ficariam constrangidos em usar esta geringonça. Os que perderam a vergonha, agora riem, pois gozam de liberdade. 

Christiana Nóvoa, a poeta!



Em 23 de abril último, o Louco postou “Agualusa poeta”, trazendo o belo poema Exorcismo, que foi atribuído ao autor angolano. Para grande surpresa deste blogueiro, quase que simultaneamente ocorreram dois fatos que passo a relatar.
 Primeiro, fui alertado por comentário postado no próprio blog, pelo Mário, a quem já agradeci, de que Agualusa não era o autor do poema. Em seguida, ao chegar ao final da leitura de Teoria Geral do Esquecimento, na última pagina do livro!, encontrei a seguinte nota do autor:
“Agradeço finalmente à poetisa brasileira Christiana Nóvoa, a qual, a meu pedido, escreveu os versos de Ludo, nos capítulos “Haicai” e “Exorcismo”.
Portanto, o Louco caiu na armadilha de Agualusa!
Ele bem que poderia colocar uma nota de rodapé, alertando o leitor para a autoria dos poemas. Em vez disso, tomei-o por bom poeta durante toda a leitura do livro.
Na tentativa de reparar meu erro, reproduzo agora o haicai da Christiana, que, além de muito bonito, casa perfeitamente com a história contada por Agualusa:

Haikai

eu ostra cismo
cá com minhas pérolas
.
.
.
cacos no abismo

O texto que se segue foi retirado do blog da poeta, com o sugestivo título “Nóvoa em Folha”. Trata-se de tentativa do Louco de reparar o engano cometido, em favor de Christiana.


“Christiana Helena Nóvoa Soares Carneiro nasceu em 28 de dezembro de 1968 no Rio de Janeiro. Formou-se em Artes Cênicas (Faculdade da Cidade/RJ) e em Psicologia (PUC-Rio), com especializações em Arte-Educação e Arte-Terapia. Fez teatro, teve loja esotérica, fez mapa astral, deu aula de artes, teve consultório, deu consultoria, fez frila de texto, teve filho (não necessariamente nessa ordem)… e, nesse meio tempo, foi escrevendo poesia.
Em 2004 começou a publicar seus textos na internet e, desde 2005, mantém o blog Nóvoa em Folha.
Ganhou a Bolsa para Autores com Obras em Fase de Conclusão da Fundação Biblioteca Nacional em 2007, pelo poema (inédito) Pirilampo Rastaqüera.
Tem poemas publicados em diversos sites e revistas literárias na internet.
Teve 2 poemas de sua autoria publicados no premiado romance Teoria Geral do Esquecimento, de José Eduardo Agualusa (2012), editado em vários países. Na trama, os poemas são atribuídos à protagonista da história.
Seu primeiro livro de poesia – breviário das pequenas horas - será lançado em breve, pela Editora Patuá.”


Judas, de Amós Oz



A começar pela capa da edição brasileira, Judas, de Amós Oz (Companhia das Letras, 2014) é um grande romance! Foto da magnífica escultura de Constantin Brâncusi (Romênia, 1876 – Paris, 1957), O Beijo, de 1908, ilustra a capa do livro. Nada mais sugestivo! A excelente tradução, diretamente do hebraico, é de Paulo Geiger.
            O autor, nascido em Jerusalém em 1939, é considerado hoje o mais influente escritor israelense, fundador do movimento Paz Agora. Ele defende a coexistência de dois Estados independentes, o palestino e o israelense.
            Em Judas, Oz mistura dois conflitos fundamentais: a criação do Estado de Israel e a consequente e quase insolúvel disputa entre árabes e judeus, e a “criação” do cristianismo, através da relação entre Jesus e Judas Iscariotis. (O livro bem que poderia receber o título de Evangelho segundo Judas Iscariotis.)
            Uma boa dose de erotismo é acrescentada pela ambígua relação entre o jovem Shmuel Asch e a bela viúva Atalia Abravanel, mulher marcada definitivamente pelas funestas consequências da guerra.
            O tema central do livro, a traição, tanto na figura de Judas quanto na do próprio autor, recebe tratamento original: o traidor pode ser o mais leal seguidor.

            Um belo romance!