“A partir de observações feitas pelo Alma, o maior
radiotelescópio do mundo, dois grupos internacionais de cientistas detectaram
mais uma vez, no espaço, moléculas pré-bióticas – um dos ingredientes
necessários para a existência de vida. Dessa vez, os astrônomos descobriram o
composto orgânico isocianato de metila,
em imensas nuvens de poeira que encobrem um sistema de estrelas recém-formado,
a uma distância de 400 anos-luz da Terra.”
A
reportagem é de Fábio de
Castro, para O Estado de S. Paulo (20 Junho 2017). A descoberta é importante para o entendimento de como surgiu a
vida na Terra.
A estrutura do isocianato de metila é semelhante
às ligações peptídicas, que fazem com que os aminoácidos se mantenham unidos em
uma proteína. “Essa família de moléculas orgânicas está envolvida na síntese de
peptídeos e aminoácidos, que, na forma de proteínas, são a base biológica para
a vida como conhecemos”, disse um dos autores dos estudos, Niels Ligterink, do
Observatório de Leiden (Holanda).”
Afirma o
repórter: “O Alma já havia detectado outras moléculas orgânicas no espaço, como
açúcares e metanol, mas os novos estudos, publicados na revista Notices of the Royal Astronomical Society,
sugerem que moléculas orgânicas complexas podem surgir muito cedo durante a
evolução de estrelas semelhantes ao Sol.”
O Alma fica localizado no deserto do
Atacama, no Chile, foi projetado para “enxergar o invisível”, ou aquilo que os
astrônomos chamam de “Universo frio”: “fraquíssimas radiações lançadas ao
espaço pelos objetos astronômicos que não emitem, nem refletem luz, como a
poeira espacial.”
Foto: Ariel Marinkovic / EFE