quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Cristianização

 

 

Cristiano Machado



Centrão aposta em 'cristianização' de Bolsonaro após pesquisa mostrar rejeição de 55%.”

            Adianto ao meu eventual leitor que não estou nem um pouco interessado no fato político em questão. O que me chamou a atenção, quando o vi pela primeira vez – grudei mesmo na palavra –, foi o termo “cristianização”!

            Pensei pensei pensei, busquei alguma associação com o cristianismo, a influência religiosa na política está em alta no momento, talvez algum tipo de doutrinação; mas nada, não encontrei solução para o que parecia um mistério para mim.

Até que deparei hoje com o texto de Gerson Camarotti, para o g1 (15 dez 2021): “No jargão eleitoral, termo 'cristianização' é usado quando candidato é abandonado pelos próprios aliados”.

Afirma o comentarista político: “Pesquisa caiu como uma bomba sobre avaliação do governo Bolsonaro. Lideranças de partidos do Centrão ouvidas pelo blog já trabalham com o cenário de "cristianização" da candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, diante da rejeição recorde do governo.”

 E Camarotti explica: “Trata-se de uma referência aos anos 1950, quando o então candidato à Presidência Cristiano Machado foi traído pelos companheiros de PSD, que optaram por apoiar Getúlio Vargas, do PTB.” 

            Fui conferir na Internet e encontrei que “Cristiano Monteiro Machado (Sabará, 1893 - Roma, 1953), filho de Virgílio Machado e de Marieta Monteiro Machado, formou-se Bacharel pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro em 1918. Foi prefeito de Belo Horizonte de 1926 a 1929 e concorreu à Presidência da República em 1950 pelo PSD. As principais chapas concorrentes foram as de Eduardo Gomes - Odilon Braga, da UDN, e Getúlio Vargas - Café Filho, da aliança PTB-PSP.”

O Partido Social Democrático acabou apoiando Getúlio Vargas. Cristiano Machado insistiu em se candidatar, mesmo sem o apoio do partido, o que deu origem ao termo "cristianização", quando o candidato é abandonado pelo seu próprio partido para apoiar outro nome de maior peso.

Em 1953 Machado foi nomeado embaixador do Brasil no Vaticano, mas faleceu um pouco depois, em Roma.

 

Ao término desta crônica, fico com a impressão que somente eu não conhecia essa história. Santa ignorância!

 

 

https://g1.globo.com/politica/blog/gerson-camarotti/post/2021/12/15/centrao-aposta-em-cristianizacao-de-bolsonaro-apos-pesquisa-mostrar-rejeicao-de-55percent.ghtml

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristiano_Machado

 

Gravata ou bravata?

Política sem palavras 



Ministro Tarcísio de Freitas

Autoengano

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Nando Motta