Unida Vermelha, força de elite do Talibã, no distrito de Alingar / Jim Huylebroek / New York Times
O artigo de ontem (12 ago 2021) – A vitória do Talibã – de autoria de Guga Chacra, para O Globo, oferece ao leitor uma boa visão da tragédia que se anuncia no Afeganistão.
Guga afirma: “O Talibã ganhou a Guerra do Afeganistão após 20 anos de presença militar dos EUA. ...Os avanços do grupo nas últimas semanas, conquistando mais de 10 das 32 capitais provinciais e com o controle da maior parte do país, provam que ambos [Trump e Biden] estão corretos. Há um risco crescente de os extremistas reconquistarem Cabul.”
“Derrubar o Talibã do poder não foi difícil em 2001. Aliás, não é complicado para as Forças Armadas dos EUA removerem muitos dos regimes espalhados pelo mundo. Apenas neste século, levaram adiante “mudança de regime” em Iraque, Líbia e no próprio Afeganistão. O problema americano é o que fazer depois de tirar um regime como o do Talibã. Não dá para transformar o Afeganistão em uma democracia como a norueguesa. Todas as instituições precisam ser construídas do zero.
Até houve avanços.”
“Há anos, o Talibã vem impondo derrotas às forças do governo. Para complicar, o Estado Islâmico também estabeleceu bases no Afeganistão e tem realizado uma série de ataques terroristas contra minorias xiitas, como os hazaras. O grupo só não ganhou mais espaço porque foi contido pelo Talibã — as duas organizações são inimigas, apesar de serem jihadistas e seguirem uma vertente ultrarradical do Islã sunita.”
“O Talibã é uma organização ultra-extremista e medieval, assim como o Estado Islâmico. Certamente, o grupo afegão irá oprimir as mulheres e perseguir minorias. A diferença está no fato de o Talibã não realizar ataques terroristas ao redor do mundo. Para os EUA, em meio à fadiga de tantas guerras, isso basta.”
A Humanidade caminha em passos lentíssimos; às vezes, para trás. O Talibã nos remete à Idade Média.
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