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quinta-feira, 9 de abril de 2020

500 anos da morte de Raffaello Sanzio



Escola de Atenas (1509-1510)
Palácio Apostólico, Vaticano

As comemorações do aniversário de 500 anos da morte de Raffaello Sanzio, um dos maiores mestres da pintura italiana, foram ofuscadas pelo surto de coronavírus na Itália.
Raffaello Sanzio (Urbino, 6 de abril de 1483 — Roma, 6 de abril de 1520), um dos maiores mestres da pintura e da arquitetura renascentista, morreu com apenas 37 anos. Seu corpo foi sepultado no Panteão, como ele próprio havia solicitado. Mais tarde, seus restos mortais foram exumados e um molde de seu crânio ainda é exibido e preservado, em seu local de nascimento. 


Ressurreição de Cristo (1499–1502)
Museu de Arte de São Paulo

“Raffaello Sanzio nasceu em Urbino, na região de Marche, um dos centros mais importantes do Renascimento italiano, dos quais o legado arquitetônico ainda é totalmente preservado, sendo o seu centro histórico Patrimônio Mundial da UNESCO, desde 1998. 
Filho de Giovanni Santi, poeta e pintor na corte de Urbino, Raffaello Sanzio recebeu de seu pai as primeiras lições de desenho e pintura. Segundo Vasari, já muito cedo o artista tornou-se aprendiz, no ateliê de Pietro Perugino (1446 – 1523), o maior expoente da pintura da Úmbria do século XV - informação que é posta em dúvida pela historiografia recente.  A mãe de Raffaello faleceu em 1491 e seu pai três anos depois, ficando ele órfão aos onze anos de idade.
Raffaello Sanzio é considerado “o culminar de toda a cultura artística ocidental e cristã”, segundo Rodolfo Papa, historiador de arte e presidente da Accademia Urbana delle Arti em Roma: "Raffaello é o modelo indiscutível há séculos de toda a arte sacra da Igreja, ele encarna o ideal de Artista cristã, que combina o estudo da realidade das coisas, o conhecimento antiquário da arte e a penetração espiritual dos textos do Evangelho”, afirma.
Em 1504, Raffaello encontra-se em Florença, onde permanece por quatro anos, aprofundando a grande lição dos mestres florentinos, sendo Florença o berço do período que mais tarde passa a ser definido como "Renascença".
Então, no final de 1508, ele transfere residência para Roma, convocado pelo Papa Júlio II para afrescar as Salas do Vaticano, que ele inicialmente teve que pintar com outros artistas, mas que depois lhe foram confiadas exclusivamente.”


Auto-retrato (1505–1506)
Galleria degli Uffizi, Florença



terça-feira, 23 de outubro de 2018

É de chorar!




Número 16, de Jackson Pollock


Tela do pintor Jackson Pollock pertencente ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro será leiloada para que a instituição possa se capitalizar. 
A obra intitulada "Número 16" pode alcançar US$ 18 milhões (R$ 67 milhões) em Nova York, em novembro, valor menor do que o inicialmente esperado pelo MAM. 
“A ideia é que a venda ajude o museu a criar um fundo cujos rendimentos lhe permitirão se sustentar pelos próximos 30 anos, realizando melhorias de infraestrutura, pessoal e acervo. O custo anual da instituição —privada— é de R$ 6 milhões, bancado por empresas mantenedoras. O déficit atual é de R$ 1,5 milhão.” É o que informa o artigo da Folha de S. Paulo (23 out 2018).
“Esta é a primeira vez que um museu brasileiro se desfaz de uma obra de seu acervo para angariar fundos. "Número 16" data de 1950 e é uma das obras mais valiosas da coleção do MAM.
E assim o Brasil vai se empobrecendo.



terça-feira, 11 de setembro de 2018

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Valor de um museu


Desde o Incêndio não consigo escrever uma linha sequer sobre a tragédia.
            Utilizo-me então de um artifício, eficiente mecanismo de defesa, volto no tempo, procuro na memória a emocionante experiência que vivi ao entrar em um museu, e que guardo comigo como relíquia – peça de museu.
            Aos 12 ou 13 anos, no ginásio, tomei conhecimento da existência da misteriosa Pedra da Roseta, aquela que permitiu o deciframento dos hieróglifos, a maravilhosa escrita dos egípcios. 
A pedra registra um decreto promulgado em nome do rei Ptolomeu V, inscrito em três parágrafos com o mesmo significado: o superior está na forma hieroglífica do egípcio antigo, o trecho do meio em demótico (variante do egípcio tardio), e o inferior em grego antigo. A comparação entre eles permitiu a compreensão dos hieróglifos por Jean-François Champollion em 1822.
Não é preciso dizer que o menino ficou fascinado pela pedra. Muitos anos depois, já adulto, entrei pela primeira vez no Museu Britânico, em Londres. De repente, olha a pedra alí, bem ao meu lado, ao alcance de minha mão. Disfarcei, dei-lhe um leve toque, sem que qualquer fiscal percebesse. (Hoje ela se encontra envolta numa redoma de acrílico, protegida de ingênuos e loucos.)


A emoção daquele momento é a relíquia que guardo comigo, e não há fogo que possa destruí-la. Haverá de perecer com minha morte, mas fica aqui registrada.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Bendegó, o indestrutível!






Foto: Sergio Suiama / MPF

“O maior meteorito já encontrado no Brasil, o Bendegó, com 5,36 toneladas, sobreviveu ao incêndio que destruiu o museu, conforme confirmou agora há pouco o diretor da instituição, Alex Kellner.  A rocha é oriunda de uma região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter e tem cerca de 4,56 bilhões de anos. 
O meteorito foi achado em 1784, em Monte Santo, no Sertão da Bahia. Na época do achado era o segundo maior do mundo. Atualmente, ocupa a 16ª posição.  A pedra espacial integra a coleção do Museu Nacional desde 1888.”



segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Histórias Afro-Atlânticas no MASP



O Instituto Tomie Ohtake e o MASP, duas importantes instituições culturais de São Paulo, juntam-se para criar a belíssima exposição “Histórias Afro-Atlânticas”. São curadores da mostra Adriano Pedrosa, Lilia Schwarcz, Ayrson Heráclito, Hélio Menezes e Tomás Toledo, gente da mais alta qualificação cultural.
            Estão expostas cerca de 400 obras de mais de 200 artistas, tanto do acervo do MASP, quanto de coleções brasileiras e internacionais, incluindo desenhos, pinturas, esculturas, filmes, vídeos, instalações e fotografias, além de documentos e publicações, de arte africana, europeia, latino e norte-americana, caribenha, entre outras. 
“Os empréstimos foram cedidos por algumas das principais coleções particulares, museus e instituições culturais do mundo. Entre elas, destacam-se: Metropolitan Museum, Nova York, J. Paul Getty Museum, Los Angeles, National Gallery of Art, Washington, Menil Collection, Houston, Galleria degli Uffizi, Florença, Musée du quai Branly, Paris, National Portrait Gallery, Londres, Victoria and Albert Museum, Londres, National Gallery of Denmark (SMK), Copenhague, Museo Nacional de Bellas Artes de La Habana e National Gallery of Jamaica.” (O que nos dá a dimensão artística da exposição!)
            A exposição é composta de núcleos temáticos: no Instituto Tomie Ohtake estão Emancipações; Ativismos e resistências; e no MASP, Mapas e margens; Cotidiana; Ritos e Ritmos; Retratos; Modernismos afro-atlânticos; Rotas e transes: Áfricas, Jamaica, Bahia. 
“Histórias afro-atlânticas busca, assim, oferecer um panorama das múltiplas histórias possíveis acerca das trocas bilaterais – culturais, simbólicas, artísticas, etc. – representadas em imagens vindas da África, da Europa, das Américas e do Caribe.” 
O Brasil é um território chave nessas histórias, pois recebeu cerca de 40% dos africanos que, “ao longo de mais de 300 anos, foram tirados de seus países para serem escravizados desse lado do Atlântico (número correspondente ao dobro dos portugueses que se estabeleceram no país para colonizá-lo).”  
Vale lembrar que o Brasil foi o último país a abolir a escravidão, em 1888, por meio da Lei Áurea, que completa 130 anos em maio deste ano.
Exposição belíssima (até 21 de outubro), imperdível mesmo! 




Amnésia

Flávio Cerqueira

(tinta látex sobre bronze, 2015)

Foto: AVianna, ago 2018, S.Paulo