quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Cecília em Pirenópolis









Vale a pena conhecer Pirenópolis!


Fotos: Cecília Vianna, dez 2018

Suzete deseja Feliz Natal


Meu querido André,

escrevo para lhe desejar um feliz Natal e muita saúde em 2019.
            Tenho escrito pouco, nem mesmo respondi sua última carta, com duas ótimas recomendações. Não é desculpa não, mas tenho trabalhado demais. Você não sabe da novidade: abri um salão de beleza! Acredita? Eu dona de meu próprio salão? 
            Tinha gente pensando que eu estava juntando dinheiro para ir a Nova Iorque; que nada, fui juntando meu dinheirinho na surdina, aprendi como aplicar no tal tesouro direto, para o que faltava, fiz um pequeno empréstimo no banco, e pronto, cá estou eu proprietária. 

SALÃO DA SUZETE

            O nome não poderia ser outro porque Suzete com zê é a minha marca de sorte desde que me conheço por gente e sempre que alguém se espanta e pergunta se Susete não é com esse respondo que meu nome é com zê desde o nascimento. Meu pai fez questão de registrá-lo assim e assim há de ficar até o dia de minha morte e depois.
            Eu queria estampar no letreiro que o salão é misto, corta cabelo de homem e de mulher. Mas a coisa hoje está complicada, André, não estamos mais divididos em homens e mulheres. São tantas as variações que é difícil enumerá-las; além dos clássicos masculino e feminino, há o trans-homem, transmulher, travesti, transgênero, homem transsexual, mulher transsexual, pessoa transexual, mulher trans, homem trans, neutro, sem gênero, cross gender, pessoas trans, pessoas MTF, pessoas FTM, e não sei quantos tipos mais. 
            Resolvi a questão:

SALÃO DA SUZETE
– cortamos cabelo sem discriminação –

            É claro que contratei três ajudantes para cortar do resto, porque eu só corto cabelo de homem (e similares). 
            Vai bem o negócio (assim acabo conhecendo NY!), gostaria muito que você visitasse o salão algum dia. Já pensou, se abro uma filial em NY? Daí não volto para o Brasil, só de férias, pra passar o verão na Bahia. Que a coisa aqui tá preta, André, você sabe. Os eleven do supremo não se entendem, tem gente vendo Jesus em pé-de-goiaba, o atual presidente indiciado novamente, o antigo continua preso, o novo alarmando, a Polícia Federal trabalhando freneticamente desde as 6 da matina e não dá conta de prender tanto corrupto vagabundo, o foragido italiano disfarçado de político mineiro, e o pior de tudo, a sofrência comendo solta. 
            (Disso tenho verdadeiro desgosto. Um país que já teve um João Gilberto, um Tom Jobim, um Vinícius de Moraes, a mpb cantada no mundo inteiro, hoje canta sertanejo, sertanejo universitário, e agora, sofrência. Puta-que-o-pariu. Ups!, escapou.)
            Estou providenciando a compra do tal Anthony Marra que você recomendou no blog, que não paro de ler por nada desse mundo. Também por sua orientação comprei Haicais Tropicais, e me encantei com um haicai de Alberto Marsicano:

caem folhas do salgueiro
desejaria varrer o jardim
antes de partir

          Fiquei fã do haicai, que não conhecia, confesso. Mas também gosto muito das quadras no blog de seu irmão Paulo. Ele é mesmo um poeta!
            Fico por aqui, é a última cartinha do ano. Não deixe de me responder o quanto antes. 

Beijo da sempre sua,

                                                           Suzete.
            
            

No aeroporto


O voo estava atrasado. Então puxou conversa com a velhinha ao lado, que parecia uma boa ouvinte. Falou falou falou, falou muito. Às tantas a velhinha puxou de um bloco de papel e escreveu, Desculpe, sou surda.

Hat-trick



Bale comemora seu segundo gol na semifinal.
Andrew Boyers / Reuters

Com hat-trick de Bale, Real Madrid despacha o Kashima e vai à final do Mundial de Clubes.
            Aficionado por futebol, este blogueiro está sempre publicando sobre o vastíssimo vocabulário do esporte, e não pode deixar passar o hat-trick conseguido por Bale, jogador do Real Madrid, contra o Kashima Antlers, no dia de ontem (19 dez 2018).
            Comecemos pela origem do termo: “Na Era Vitoriana, o termo hat-trick referia-se a um truque de magia no qual o mágico aparecia envergando uma cartola. O truque consistia em colocar a cartola, com a abertura virada para cima, sobre uma mesa próxima. Depois, o mágico retiraria três coelhos, um depois do outro, de dentro da cartola. Nos tempos modernos, esta expressão é muito utilizada como referência à marcação de três pontos num só encontro, tanto em futebol como em outras modalidades.”
As variações do hat-trick no futebol são interessantíssimas: basicamente ele ocorre quando um jogador faz, no mesmo jogo, três gols. São computados os gols feitos no tempo regulamentar, acréscimos ou prorrogação. Os gols na disputa por pênaltis após o término da partida não são válidos.
Existe também o hat-trick "sem falhas", em que os gols teriam de ser marcados consecutivamente em apenas um tempo de partida. 
Há ainda o “hat-trick perfeito” (também chamado de "hat-trick de ouro" ou "hat-trick clássico"), em que os gols são marcados em uma mesma partida, um com cada pé e o outro com a cabeça. 
Quando ocorre um hat-trick, o jogador leva a bola do jogo, como recordação da partida.
Parece não haver tradução para o português deste termo inglês.