quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Rio 2016

            Passados os contratempos e misérias dos preparativos para a Rio 2016, destacados pela mídia nacional e internacional como vergonhosos para o país sede, os jogos que hoje têm início representam um acontecimento de repercussão mundial. Merecem que o Louco abra um espaço para comentar os destaques, para o bem e para o mal, ocorridos durante o evento.
            Comecemos pelo futebol feminino: Sécia 1 x 0 África do Sul.
            Uma pelada! É claro que não pelo sentido estrito da palavra; as jogadoras estavam todas uniformizadas, as suecas, louríssimas, quase todas de rabo-de-cavalo.
            Acho que vou irritar as feministas – ai meu deus! –, mas acho esse tal de futebol feminino uma coisa horrorosa! Chatíssimo. Desde menino, quando jogava bola de segunda a domingo – aos domingos pela manhã e à tarde – aprendi que futebol é jogo para homem. Machismo? Pode ser, mas tornou-se uma verdade entranhada em meu espírito, louco por futebol.
            E então vêm essas mocinhas matando a bola na canela, dando passes errados e lentos, matando com medo a bola no peito, dando cabeçadas sem rumo, raramente aplicando um drible, pois a bola enrosca-se-lhes nas pernas, promovendo um jogo monótono, desajeitado, feio de matar.
Pra mim, não dá.
            As africanas entraram em campo com o jogo perdido. Inferiorizadas pela lourice sueca? Pode ser. Mas as nórdicas de fato têm mais experiência. Resultado, um minguado 1 a 0.
            Daqui a pouco, Brasil x China. Ai ai ai...


Iatrogenia da palavra 2

Em post recente, este blog tratou daquilo que agora convencionou-se chamar de iatrogenia da palavra. Ou seja, não são apenas os efeitos colaterais e as interações medicamentosas que podem causar danos ao paciente; a palavra mal colocada também pode ser danosa.  
(http://loucoporcachorros.blogspot.com.br/2016/07/iatrogenia-da-palavra.html#comment-form )
Como sempre, os comentários do Dr. Paulo Sergio Viana ora corrigem, ora acrescentam, àquilo que aqui é publicado, para honra e alegria do Louco. Dessa vez não foi diferente; eis as observações dele:

“Assim como contribui para o tratamento, pode também levar ao desastre. A palavra é poderosa. Em relação às dificuldades enfrentadas pelos médicos, há que se lembrar que ele deve se abster também de mentir, ainda que por compaixão. Como então falar a verdade sem lesar? Tarefa verdadeiramente difícil!”

            O dilema proposto por Dr. Paulo é verdadeiro, real, cotidiano: como dizer a verdade sem causar dano maior?
            Se o paciente pergunta ao médico sobre a origem e natureza de sua doença, nos dias atuais não há lugar para a mentira, nem aquela dita piedosa (a não ser em casos excepcionais, de pacientes muito graves, em idade muitíssimo avançada, praticamente incapazes de pensar sobre a própria condição física, ou moribundos). A regra é que a verdade deve ser dita; é direito do paciente conhecê-la.
            Apenas uma boa relação médico-paciente, onde a confiança mútua está solidamente estabelecida, permite que se dê uma má notícia, sem que o paciente a receba como uma agressão.
Se isso não pode ser feito numa primeira consulta, melhor esperar,  conversar um pouco mais com o paciente, fazê-lo compreender que o médico realmente pode e deseja ajudá-lo.
Diante das difíceis perguntas formuladas pelo paciente, uma boa técnica é que se responda com outra pergunta. Por exemplo: Por que o senhor está me perguntando isso? Aos poucos, decifrando a linguagem simbólica do paciente, o médico ajuda-o que ele mesmo ofereça as respostas, conhecedor melhor do que ninguém de seu próprio corpo.
Mesmo assim, não se trata de tarefa fácil, como alerta Dr. Paulo. Requer paciência, empatia, e muito cuidado com as palavras.
E o assunto não se esgota aqui...



A barbárie continua, em nome da religião


Uma mulher é açoitada diante de uma multidão em Banda Aceh 
(Indonésia) por infringir a lei islâmica.

“Na província indonésia de Aceh, onde é aplicada a sharia (lei islâmica) desde 2001, ocorreu o açoitamento do mês. Em público, com câmeras e diante de dezenas de pessoas que observam como os infratores da lei recebem os golpes estipulados pelo tribunal islâmico. Os carrascos cobrem o rosto; duas mulheres uniformizadas ajudam a vítima; e a plateia do macabro espetáculo vê e ouve os gestos e gritos de dor dos punidos. Como a jovem da fotografia – tirada na mesquita de Al Furqan – açoitada por se encontrar com um homem que não é seu marido; algo proibido pela sharia.”


Foto: Chaideer Mahyuddin / AFP