terça-feira, 30 de abril de 2019

Cachorrada Foto N.8


O amor pelos animais, especialmente por cães e gatos, é característica marcante da nossa família. Em nossa casa, em Brasília, chegamos a ter 7 cachorros e alguns gatos, ao mesmo tempo!
            Na foto, da direita para a esquerda de quem olha, estão Camões, Dora, Berta, Lenda (deitada), Nina Simone e Lola. 




            A fotografia me dá vontade de chorar. Eles estão todos mortos, com exceção de Nina Simone, filha de Camões e Lola, nascida aqui em casa. São perdas sentidas por toda a vida, pessoas da família, e que merecem estar nessa Galeria.

            Camõesinho, Carmoneda, Benito de Paula, Juan de Marco, eram todos apelidos carinhosos, aos quais ele respondia com a cabeça; foi a primeiro a chegar.



Não era mesmo o Benito de Paula?


                Agora temos, além da Nina, as grandes, Falena e Juliete, e as pequenas, Blimunda (ou Branca) e Lila (ou Vermelha).

 




Êta cachorrada!

Sunrise in Hallerbos Forest

Meus quadros favoritos



Vitaliy Shevelev

Pintor ucraniano contemporâneo.

Sabedoria



Tudo pela Educação

Primeira rodada




A primeira rodada do Brasileirão 2019 foi um tremendo sucesso!
            Levando-se em conta as primeiras rodadas da Série A (na era dos pontos corridos), os jogos do fim de semana tiveram a segunda maior média de gols: 3,3 gols por partida, média excelente. Em 2007 a média de gols foi de 3,9.
Palmeiras, Ceará e Athletico-PR foram os times que mais balançaram as redes(típico jargão futebolístico), com 4 gols cada. 
A média de público foi de 20.368 pagantes por partida, um ótimo desempenho. O Grêmio levou 32.318 pagantes para o jogo com o Santos.
A primeira rodada também marcou a estreia do VAR na Série A. Das 10 partidas realizadas, houve consulta ao árbitro em 9 delas, com bons resultados para a arbitragem. O VAR veio para ficar, não há mais o que discutir.
Futebol bom é assim, vontade de jogar e bola na rede. 


 Foto: Marcos Ribolli

Pequeno

Frase do dia

"Jair Bolsonaro está se tornando o presidente das pequenas coisas."

                                                                       Hélio Schwartsman

Evidência


Quando ele presenciou a segunda troca de imperadores no Japão, admitiu que havia envelhecido.

Três microcontos sonolentos


Peso do corpo

Já velho, queria ler alguma coisa antes de dormir, como de hábito. Impossível. O corpo agora exigia repouso. 



Esperança

Pensava: talvez nos poucos minutos que antecedem o sono surja a ideia para um microconto.



Esperança 2

Ao deitar-se, havia sempre a esperança que sonhasse com um microconto perfeito.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Embarcação

Meus quadros favoritos


Vincent van Gogh

Menina e tartaruga

A foto do dia


Gabriela em Búzios!

Foto: Paula Vianna, abr 2019.

É porrada!


Roteiro para curta-metragem


Cenário:

Mesa na calçada de bar –  o conhecido pé sujo – no Bixiga, SP (mas pode ser na Lapa, RJ). Dois homens se encaram, prontos para começar o bate-boca. Um bebe Pitu, o outro groselha. Forma-se uma roda de curiosos em torno da mesa, mas não há ninguém disposto a apartar a briga; todos querem ver o circo pegar fogo.

Cena 1 ( diálogo edificante): 

– Isso é governo de maluco!

– Pelo menos não é de cachaceiro!

– Viado.

– Corno.

– Por que não vai tomá no c*?

– Vai você, seu filho da p*!

Cena 2 (o pau come):

Os dois homens se atracam, puxam o cabelo do outro, mordem o braço perna pescoço, é porrada que não acaba mais, a roda de curiosos engrossa, Ninguém se mete, ninguém se mete!, grita um expectador exaltado, Isso é coisa de homem, isso é coisa de homem!, grita outro sujeito animado com o espetáculo. A cena rola por exatamente 57 segundos.

Cena 3 (epílogo):

Chega curioso desavisado e pergunta: 

– Que furdunço é este?

– Dois marginais desbocados falando de política, mais nada.

CORTA


domingo, 28 de abril de 2019

Ofir e Brazinha olham o mar Foto n.7


Ofir, já grisalho, tinha por hábito passear com o Brazinha, nosso querido cãozinho, desde os tempos em que nós ainda morávamos em Ipanema, e chegar até a praia. (Brazinha andava sem coleira pelas ruas do bairro!)
            Ei-los sentados na pedra do Arpoador, a olhar o mar.  



Ainda sobre pirraças


O último texto do tema Mais 47 cenas de um romance familiar neste blog tratou de cizânias musicas entre o pai e a mãe. (http://loucoporcachorros.blogspot.com/2018/09/quartetos-dissonantes.htmlHá mais para contar.
            Ainda hoje, de tempos em tempos, preciso voltar a Rachmaninoff, e ouvir os concertos para piano nos. 1 e 2, ambos sempre. Essas peças me emocionam toda vez que as ouço, em especial na gravação de Nikolai Lugansky (Warner Classics).
            Ontem, ao ouvi-las pela enésima vez, me perguntei por que preciso voltar a elas; embora goste muito do compositor, ele nem está entre meus preferidos; fica longe de Bach, Beethoven, Mozart, Arvo Pärt, Chopin, Mahler, e mesmo assim volto ao romântico Rachmaninoff e aos concertos para piano.
            A resposta enfim chegou, caída sabe-se lá de onde, em plena audição. Não foram poucas as vezes em que ouvi acirrada discussão entre meus pais, a respeito dos concertos nos. 1 e 2, para piano e orquestra, de Sergei Rachmaninoff. A mãe discorria, exaltada, sobre as qualidades do Número 1, de longe o mais bonito concerto para piano do compositor, segundo ela, com ares de crítica musical. Nem preciso dizer que o pai preferia o Número 2. Preferia porque preferia, sem comentários explicativos, que não dispunha mesmo de conhecimentos musicais para tal. Era só para contrariar: pau-pedra, água-vinho, azul-amarelo, e pronto. Pura pirraça cizânia azedume agastamento arranca-rabo malquerença chaça porfia quizila implicância cisma rusga testilha arenga paliota peguilha rebordosa querela. O motivo não importava.
            Desde então, me lembro bem, eu tenho me esforçado para formar opinião sobre a tal disputa: qual o concerto mais bonito? 
Hoje gosto de ambos, cada qual a seu modo, pacificadamente. Convido o eventual leitor a buscar alguma preferência.

Como explicar?

Charge do dia




Amós Oz com Shira Hadad




Quem gosta de escrever há de compreender perfeitamente a pergunta de Shira Hadad a Amós Oz: “O que impulsiona a sua mão quando escreve?” A resposta do escritor é de extrema delicadeza, e atesta a qualidade de sua literatura (*):

“No pátio do ginásio Rechavia, em Jerusalém, havia um eucalipto no qual alguém tinha gravado um coração trespassado por uma flecha. No coração trespassado, nos dois lados da flecha, estava escrito: Gadi – Ruti. Lembro que já então, eu tinha talvez uns treze anos, pensei: com certeza quem fez isso foi esse Gadi, não Ruti. Por que fez isso? Ele não sabia que amava Ruti? Ela não sabia que ele a amava? E parece que já então eu disse comigo mesmo: talvez algo dentro dele soubesse que isso ia passar, que tudo passa, que esse amor ia acabar. Ele quis deixar alguma coisa. Quis que restasse uma lembrança desse amor quando ele passasse. E isso é muito parecido com o ímpeto de contar histórias, escrever histórias; salvar alguma coisa das garras do tempo e do esquecimento.”

            Mesmo muito longe de dispor da arte de Amós Oz (que é capaz de contar uma história a partir de um coração gravado numa árvore),  penso que também quero deixar alguma coisa, em especial para as pessoas mais próximas, familiares, e uns poucos amigos. Apenas isso, deixar alguma coisa.
            Shira pergunta ainda “de onde vem a história”? E Amós Oz responde com fragmento de belíssimo poema de Ana Akhmátova, que ele traduziu do inglês, versão de Stephen Berg, para o hebraico, e agora traduzido para nós por Paulo Geiger, e com tantas traduções o poema continua lindo!

“E às vezes fico sentada. Aqui. Ventos do mar gelado
sopram por minhas janelas abertas. Não me levanto, não
as fecho. Deixo o ar me tocar. Congelo.
Crepúsculo vespertino ou aurora, as mesmas nuvens brilhantes.
Um pombo bica um grão de trigo em minha mão estendida,
e esta amplidão, sem fronteiras, da brancura das páginas na coluna
                                                                           [em que escrevo –
Um solitário e nebuloso impulso ergue minha mão direita, 
                                                                                  [me conduz,
muito mais antigo do que eu, ele vem e desce,
azul como um olho, sem deus, e começo a escrever.”

            Qualquer coisa, muito mais antiga do que eu, que vem e desce, e me pacifica por dentro.


(*) Em Do que é feita a maçã, de Amóz Os com Shira Hadad, Companhia das Letras, 2019, tradução do hebraico de Paulo Geiger. Bela capa, com ilustração de Kiko Farkas.
            

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Rainha da casa Foto N.6


Chegou a rainha da casa, quando os irmãos já estavam crescidinhos. Foram os dois (para o bem ou para o mal) que escolheram o nome da menina (e os pais aceitaram a sugestão): Maria Helena! (Hoje ela usa apenas Helena.)
            Nasceu em Guaratinguetá, na Maternidade Frei Galvão, o santo brasileiro! As duas primeiras fotos foram tiradas em frente a nossa casa, à Rua Domingos Rodrigues Alves.
            A preferida do pai, linda, corajosa, mas um pouco enfezada. Louca por melancia. (Ainda é.)






Esta última, foto de studio!

Grrrrr...

Política sem palavras


Grrrrrr...

terça-feira, 23 de abril de 2019

Devassa


Precisou submeter-se a uma tomografia de crânio. Ao dar o laudo, o radiologista encontrou pensamentos inconfessos.

Breno Viana & irmãos Foto N.5


Conjunto antológico!
            Acima à esquerda vemos nosso querido avô Breno Viana, em frente à sua casa em Guaratinguetá, Rua Costa Braga 90, trazendo no colo o cabeçudo estrábico. As paredes externas eram cobertas pela hera, mais tarde retirada.
            Presumo que Ofir tenha sido o fotógrafo. Belo enquadramento!


Acima à direita, Paulo André em seus incríveis velocípedes! Cabelos bem cortados, repartidos caprichados. Muito sol, a revelar a sombra da cabeça do implacável fotógrafo no canto inferior direito. Quintal de nossa casa em Guaratinguetá.
O irmão mais novo já era maior que o cabeçudo estrábico.

À direita ao centro, Paulo Sergio em seu trono. Não me lembro desta casa, talvez em Taubaté. Certamente em Taubaté, SP.
À direita em baixo, os dois irmãos. Quando Paulo nasceu, eu estava lá, esperando por ele.
Em baixo à esquerda, a mãe com o segundo filho ao colo. Ela repetia sempre que ele era muito pesado.

Bisavó Foto N.4


            No alto da escada, à porta da pequena casa situada em Floriano, RJ, vemos a avó de Ondina, nascida em Marselha, França, segundo consta a lenda. Nossa bisavó, portanto, tetravó de minhas filhas e sobrinhas. Da Gabriela, não sei o que ela é!  


Ondina, uma menina linda!

Casamento Foto N.3


Nesse conjunto, comecemos pela foto inferior no meio, onde se vê o casal – ambos de chapéu, coisa muito chique – em São Paulo, logo após o casamento.
            A foto da direita e a superior ao centro, estou quase certo de foram tiradas em Guaratinguetá, após o casamento.
            A foto inferior à esquerda é especial e será ampliada a seguir.



O cabeçudo estrábico a caminho!

Cabeçudo Foto N.2


A segunda foto da Galeria de Família não foi escolhida por vaidade ou por razões de ordem narcísica. Foi escolhida porque é muito engraçada! E ainda porque o bebê era muito bonitinho, embora um tanto cabeçudo e levemente estrábico.
            Seus pais deram-lhe o nome de André Luiz.



             Naquele tempo, primeira metade do século passado, era comum este tipo de composição fotográfica, para álbuns de recém-nascidos.

Galeria de Família Foto N.1


Este blog inicia hoje um novo marcador: Galeria de Família
          A ideia é preservar fotos antigas, perdidas no tempo, desconhecidas da maioria dos membros de nossa família, agora digitalizadas. Aqueles que desejarem guardar algumas delas, não façam cerimônia, é só copiar.
          Não poderíamos iniciar a Galeria com duas pessoas que não fossem nossos pais, Ofir e Ondina. E como eram bonitos!






          Não posso confirmar a idade de ambos nessas fotografias; sei apenas que ainda eram solteiros. Talvez namorando...

OBS.: Clique para ampliar! Você vai se surpreender!
            

Represália



Mais de 300 pessoas morreram na série de atentados 
com explosivos contra hotéis de luxo 
e igrejas no Sri Lanka 
Foto: Ishara S. Kodikara /AFP


Deu no Estadão hoje:  “As primeiras informações sobre a investigação dos atentados que causaram mais de 300 mortes em Sri Lanka no último domingo, 21, mostram que o grupo National Thowheeth Jama'ath (NTJ) agiu em represália ao recente massacre que matou 50 pessoas em mesquistas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia.” 

“O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assumiu nesta terça-feira, 23, a autoria da série de atentados no Sri Lanka. "Os executores do ataque que teve como alvo os cidadãos dos países da coalizão e cristãos antes de ontem são combatentes do Estado Islâmico", disse em comunicado uma fonte de segurança à agência "Amaq", que é vinculada aos jihadistas, cuja autenticidade não pôde ser verificada.”  

Ou seja, a religião continua matando, quando não pela teologia, mata em represália. Matanças sem fim.



segunda-feira, 22 de abril de 2019

Helena brilhando


Nossa irmã Maria Helena Viana participa de travessia na serra de Araras, com 12 km de caminhada pesada, subida de 1.300m, com escalada em corda, como mostra uma das fotos. Pena que eu não possa revelar a idade dela. Mas ninguém ia mesmo acreditar...



Para quem não conhece, ela está no alto da foto, de boné.



Serra das Araras




Helena escalando uma pedra enorme!

P.S.: ainda não sei quem é o fotógrafo.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Dura franqueza


Sua dura franqueza ofendia. Depois percebemos que as críticas procediam. Acabou-se a ofensa, mas só depois da morte dela.

Salve-se quem puder

Charge do dia


André Dahmer

Sarcasmo


ígnea lâmina 
queima corta lanha retalha
sem ruído
sem perfurar
sem degolar
só doer
lâmina que ri
da fina precisa incisão
palavra inoxidável
inexorável
gume asséptico
a sangrar por filetes
a pele fina do idiota desprovido de armadura

o puro gosto de ferir

                               Paulo Sergio Viana


 Para ler outros textos e poemas do autor, clique em:

https://blogdopaulosergioviana.blogspot.com/2019/04/sarcasmo.html


(Não resisto a um comentário sobre o poema acima. Belo na forma, contemporânea porém de bom gosto; o tema é precioso, abordado de forma igualmente moderna. O poema é seco ferino mordaz, como se o poeta de repente readquirisse a armadura feita de pele cascuda, agora pronto para lutar contra o "puro gosto de ferir". O poema é lindíssimo, não perde em nada para os melhores já escritos em nossa língua portuguesa nos dias de hoje.)

Punição exemplar


Denunciado por assédio sexual, o diretor encharcou a aluna com querosene e ateou fogo.

De onde vem a poesia?

Por Raul Drewnick (19 abr 2019), para o Estadão.

De onde vem a poesia? E para onde vai?”, pergunta o jornalista, cronista e poeta Raul Drewnick. E nos oferece algumas pérolas:

ORIGENS
O poema não vem
da vontade só
nem só do pensamento
vem da vontade
vem do pensamento
e algum tanto
tantos por cento
(por que tanto
constrangimento?)
da emoção e do sentimento.

FERNANDOS
campos reis soares caeiro –
para ser grande
pessoa fragmentou-se inteiro.

PERFIL
Não sou propriamente louco
mas tenho
algumas ideias promissoras.

REGRINHA
Não assuma ares de Ovídio
Nem de Horácio. Seja você
E tudo será mais fácil.
     
COERÊNCIA
Ando tão alienado
que até a encontros comigo
tenho faltado.
   
LÓGICA LITERÁRIA
Melhor um jabuti
na mão
que dois nobéis voando.

ESTILO
Procrastinar
é o modo mais esnobe
de adiar.

DEFINIÇÃO
Tentar definir uma rosa
É um erro.
Insistir no erro é poesia.
  
DOIS BICUDOS
De todos os inimigos do amor
o mais comum
é o amor-próprio.
   
ESPECIALISTA
Um gramático é quem entende o afeto
que une um verbo transitivo
ao seu objeto dileto.

CRUZEIRO
Cheguei a flutuar
como um passarinho
até alguém gritar
homem ao mar.




quinta-feira, 18 de abril de 2019

Tarsila no MASP


Autorretrato de Tarsila do Amaral.

“Por que Tarsila do Amaral inspira?” Este é o titulo do artigo para El País (15 abr 2019) escrito por Tarsilinha do Amaral, advogada, sobrinha-neta da artista e representante do espólio de Tarsila do Amaral.
          Inspira o texto a maior exposição de Tarsila já realizada na história, organizada pelo MASP e inaugurada recentemente. Informa Tarsilinha: “Há poucas semanas, um dos mais importantes museus do mundo, o MoMA, adquiriu para o seu acervo a obra “A Lua” (1928), que já está exposta na sua principal sala, ao lado de um importante quadro de Picasso. O mercado estima que a venda tenha se dado com um valor em torno dos 20 milhões de dólares, algo inédito para a pintura brasileira e que fez aumentar exponencialmente o valor de toda a obra da artista. Com esta venda, Tarsila entrou no rol dos maiores pintores de todos os tempos. Estima-se que Abaporu, vendido em 1995 por 1,5 milhões de dólares, hoje possa valer mais de 100 milhões de dólares.”
          Outra interessante informação de Tarsilinha: “Como sua sobrinha-neta homônima, conheço e contemplo a obra de Tarsila desde muito pequena. Ao entrar na exposição montada com maestria pelo MASP, lembro da casa dela e das paredes das casas de meus familiares, que já foram decoradas com as peças, hoje valorizadas internacionalmente. Tarsila adorava presentear os parentes com seus trabalhos.”
          “E ao rever sua obra, entendo cada vez mais seu vanguardismo feito em voz baixa. Digo isso porque Tarsila era discreta. A partir da mais icônica de suas obras, Abaporu, Tarsila inspirou o manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. Não o escreveu, nem o leu em voz alta no Theatro Municipal de São Paulo. Inspirou-o.”
          “Em uma época na qual a pintura retratava majoritariamente personagens brancos, Tarsila criou “A Negra”, exposta no MoMA e agora no MASP com a devida importância afetiva que a personagem ali representada tinha para a artista. A família pouco sabe sobre a mulher real retratada na obra, porém, no Álbum de viagens da artista, uma foto bastante semelhante a este quadro dá a dimensão dessa relação afetiva."


A Negra (1923)

          Em “Operários”, Tarsila representou de forma crítica e direta a pirâmide da desigualdade social no Brasil desde sempre. "Tarsila era filha de aristocratas. Nascida no final do século XIX, foi criada para ser esposa e mãe. Ousou fazer diferente. Ousou escolher o lugar que queria ocupar no mundo, agiu para isso. Ousou escolher as cores caipiras, a despeito dos grandes mestres com quem estudou. Ousou divorciar-se do primeiro marido, se apaixonar e casar com o escritor Oswald de Andrade, ser abandonada por ele, e ousou ainda casar-se novamente com um homem vinte anos mais novo que ela.”
          Ela pintou Abaporu para dar de presente a Oswald, seu marido na época - "para mim, um autorretrato de uma mulher apaixonada." 


Abaporu (1928)

          Tarsila dizia que queria ser a pintora do Brasil; a exposição “Tarsila Popular”, em cartaz no MASP, mostra que ela conquistou este lugar na arte brasileira. 




Céu de Buzios

A foto do dia


Búzios, RJ

Foto: Cecília Vianna, abr 2019, com enquadramento perfeito!

Silêncio apenas




Com a chegada do irmão, a conversa corria animada. Súbito, dois dias de silêncio. Algo errado? Não, apenas o silêncio, e nada mais.


Aos interessados, vejam a bela versão do irmão:

https://blogdopaulosergioviana.blogspot.com/2019/04/reencontro.html


sábado, 13 de abril de 2019

Educação sexual

Charge do dia



Enviada por Cecília Vianna, diretamente de New Orleans.

Deseducação domiciliar


“Ao avançar no ensino domiciliar, Bolsonaro prioriza 7 mil em vez de trabalhar para 45 milhões.” É o que afirma Renata Cafardo para O Estado de S.Paulo (12 abr 2019).
            Os custos ficarão por conta do Ministério da Educação (MEC), apesar de ter sido elaborado pela pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos.  
            A explicação para o mais recente absurdo na Educação é simples: “O homeschooling se tornou uma pauta da bancada evangélica, que ajudou a eleger Bolsonaro. Isso porque o tema está ligado intimamente aos valores conservadores e à crítica à escola atual. Os mesmos deputados e senadores que lutam pela educação domiciliar também querem o Escola sem Partido, defendendo que colégios não discutam assuntos como sexualidade ou gênero.”  
“Em casa, pais ensinam o que querem e como querem. Crianças e jovens perdem a primeira experiência de socialização e de contato com a diversidade. Ao focar nessa política, o governo pode estar não só deixando de melhorar a aprendizagem de quem está na escola, como piorando a dos que saíram dela.”
E o país afunda na ignorância.
          Em princípio, os pais têm direito a escolher o tipo de educação que querem dar aos filhos. Suponhamos que planejam velejar pelo mundo durante dois anos, ou isolar-se na Floresta Amazônica para conviver com determinada tribo de índios, para uma pesquisa antropológica. Necessariamente eles deverão propiciar a educação dos filhos em tais circunstâncias. 
         Estamos falando, pois, de situações excepcionais. O resto é propaganda político-ideológica. Não muda em nada a situação atual da precária Educação brasileira.