O Instituto Tomie Ohtake e o MASP, duas importantes instituições culturais de São Paulo, juntam-se para criar a belíssima exposição “Histórias Afro-Atlânticas”. São curadores da mostra Adriano Pedrosa, Lilia Schwarcz, Ayrson Heráclito, Hélio Menezes e Tomás Toledo, gente da mais alta qualificação cultural.
Estão expostas cerca de 400 obras de mais de 200 artistas, tanto do acervo do MASP, quanto de coleções brasileiras e internacionais, incluindo desenhos, pinturas, esculturas, filmes, vídeos, instalações e fotografias, além de documentos e publicações, de arte africana, europeia, latino e norte-americana, caribenha, entre outras.
“Os empréstimos foram cedidos por algumas das principais coleções particulares, museus e instituições culturais do mundo. Entre elas, destacam-se: Metropolitan Museum, Nova York, J. Paul Getty Museum, Los Angeles, National Gallery of Art, Washington, Menil Collection, Houston, Galleria degli Uffizi, Florença, Musée du quai Branly, Paris, National Portrait Gallery, Londres, Victoria and Albert Museum, Londres, National Gallery of Denmark (SMK), Copenhague, Museo Nacional de Bellas Artes de La Habana e National Gallery of Jamaica.” (O que nos dá a dimensão artística da exposição!)
A exposição é composta de núcleos temáticos: no Instituto Tomie Ohtake estão Emancipações; Ativismos e resistências; e no MASP, Mapas e margens; Cotidiana; Ritos e Ritmos; Retratos; Modernismos afro-atlânticos; Rotas e transes: Áfricas, Jamaica, Bahia.
“Histórias afro-atlânticas busca, assim, oferecer um panorama das múltiplas histórias possíveis acerca das trocas bilaterais – culturais, simbólicas, artísticas, etc. – representadas em imagens vindas da África, da Europa, das Américas e do Caribe.”
O Brasil é um território chave nessas histórias, pois recebeu cerca de 40% dos africanos que, “ao longo de mais de 300 anos, foram tirados de seus países para serem escravizados desse lado do Atlântico (número correspondente ao dobro dos portugueses que se estabeleceram no país para colonizá-lo).”
Vale lembrar que o Brasil foi o último país a abolir a escravidão, em 1888, por meio da Lei Áurea, que completa 130 anos em maio deste ano.
Exposição belíssima (até 21 de outubro), imperdível mesmo!
Amnésia
Flávio Cerqueira
(tinta látex sobre bronze, 2015)
Foto: AVianna, ago 2018, S.Paulo