segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Santa Catarina de Alexandria, por Caravaggio

 Meus quadros favoritos



“Santa Catarina de Alexandria é uma pintura de 1598-1599 do mestre do barroco Michelangelo Merisi da Caravaggio, que se encontra atualmente no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid. A pintura fez parte da colecção do cardeal Francesco Maria Del Monte; Santa Catarina de Alexandria, juntamente com Santa Maria Madalena, incluía-se nos santos favoritos do cardeal Del Monte; foi pintada por sugestão deste prelado quando Caravaggio estava hospedado no seu Palácio Madama. 

O quadro representa Santa Catarina de Alexandria, que, de acordo com a tradição cristã, foi uma virgem santa, martirizada no início do século IV sob o imperador romano Magêncio, ou Maximino Daia. De acordo com sua hagiografia, Catarina era uma princesa e uma erudita notável, que se converteu ao cristianismo por volta dos quatorze anos, e que depois converteu centenas de pessoas ao Cristianismo, tendo sido martirizada pela religião que professava por volta dos 18 anos de idade. 

A postura da Santa Catarina é animada por uma expressão vívida do olhar que dá um efeito de espontaneidade à cena associado à cumplicidade da luz que jorra de cima e da direita. A Santa Catarina é representada como uma mulher moderna, nobre, vestida com roupas luxuosas, descansando sobre uma almofada de damasco, com apenas uma subtil auréola a indicar a santidade (muito rara, se não mesmo a única na iconografia do pintor), mas sem os raios de luz divina, seios nus ou lábios entreabertos como na tradição figurativa, mas pálida e humana, com um olhar interrogativo que, como sublinha Robb, denota a incerteza e os dedos pousados sobre a lâmina longa que já está avermelhada indicam o sangue do martírio. 

A figura da Santa Catarina domina completamente a pintura, podendo o fluxo de luz que vem de cima ser um símbolo da graça divina. Atrás da Santa Catarina vê-se uma representação realista de um instrumento de tortura, a roda dentada, de que se vêm os raios de madeira e dois dentes laterais ao alto, que, no entanto, está desconjuntada, faltando cerca de um quinto do aro exterior, sendo uma referência à lenda do seu martírio, segundo a qual a roda de tortura a que ia ser sujeita se quebrou. Sobre o travesseiro está um símbolo da iconografia tradicional do martírio, a palma, que cruza a lâmina sangrenta (reflexo do travesseiro) da espada com a qual ela foi decapitada.

Para o semblante da Santa Catarina, Caravaggio usou o rosto de Fillide Melandroni, conhecida prostituta em Roma de quem se apaixonou e que seria a causa de muitos males dele. Fillide foi de novo retratada por ele em Conversão de Madalena, em Judite e Holofernes e num retrato que foi destruído em Berlim durante a II Guerra Mundial.”  

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarina_de_Alexandria_(Caravaggio)

 

Tudo pelo emprego

Charge do dia 



Iotti

De Lisboa a Singapura

Eu amo mapas 


A mais longa viagem de trem!

Mais uma narrativa



“Palavras em voga na língua, em detrimento 
de outras até há pouco usuais” - Ruy Castro

 

 

Poucas coisas são tão vivas quanto a língua que falamos. Ela muda com velocidade de um raio, e basta um raio para que surjam palavras novas, para que palavras velhas ganhem novos significados, sem contar a inevitável intromissão das línguas estrangeiras, sempre tentando furar nosso teto linguístico.

            Os mais jovens criam com naturalidade e sem-cerimônia novos usos para as palavras; os mais velhos, os rabugentos, possuídos pela ‘missão de preservar a pureza da língua’, reagem vociferando em vernáculo puro. De nada adianta reagir.

            Foi o que aconteceu recentemente com a palavra ‘narrativa’. (Tenho a impressão de que a CPI da Covid, realizada pelo Senado Federal, acabou por selar a mudança, depois da narrativa ser empregada milhões de vezes em cada sessão.) Bom rabugento que sou, tomei por ela pavorosa ojeriza. 

            O grande Ruy Castro escreveu sobre o assunto hoje na Folha de S.Paulo, com a precisão de sempre. 

 

“Narrativa, até há pouco, era uma narração, uma história, um conto. "Os Lusíadas", de Camões, era uma narrativa poética; "Dom Casmurro", de Machado de Assis, uma narrativa de ficção; "Os Sertões", de Euclides da Cunha, uma narrativa histórica. Mas a palavra caiu para a 2ª divisão. Narrativa é agora uma história fabricada, que se tenta impor como verdade, e assim a tratam os políticos. Quando um deles é acusado de roubar ou mentir, diz que isso é uma "narrativa". Claro que essa resposta também é uma "narrativa".

 

            Narrativa virou sinônimo de mentira! Adotaram o novo significado políticos, comentaristas de política e, por que não, cronistas e desocupados... E salve salve a língua brasileira! 

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2021/12/chovendo-pacas-nao-o-bicho.shtml

 

Paula acima do nível do mar

A  foto do dia


 
Paula Vianna em Fernando de Noronha

Dez 2021