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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Buraco negro da Via Láctea



Primeira imagem do buraco negro supermassivo 

Sagitário A*, no centro da nossa galáxia - EHT

 


“Pela primeira vez, astrônomos conseguiram registrar a região de sombra do buraco negro gigante que mora no coração da nossa galáxia, a Via Láctea. O resultado, obtido pelo consórcio internacional EHT (sigla inglesa para Telescópio do Horizonte dos Eventos), foi apresentado em evento organizado em Washington pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA. (12 mai 2022)

O nome do projeto, que tem a liderança de pesquisadores do Centro para Astrofísica Harvard-Smithsonian, faz alusão à fronteira matemática que separa o ponto de não retorno de um buraco negro. Cruzado o horizonte dos eventos, a gravidade do objeto é tão grande que nada pode escapar dele, inclusive a luz. Daí vem o nome dessa classe de astros, bem como sua aparência esperada: uma sombra escura, correspondente à região de onde a luz não pode mais escapar.

A previsão da aparência visual de um buraco negro se tornou realidade observada em 2019, quando a equipe do EHT apresentou a primeira imagem direta da sombra de um buraco negro –no caso, do objeto gigante que mora no coração da galáxia M87, a 53,5 milhões de anos-luz de distância, com massa equivalente à de 6,5 bilhões de sóis.

Foi o ponto culminante de um trabalho de décadas, explorando uma técnica conhecida como interferometria de base muito longa, cujo objetivo é combinar observações feitas por vários telescópios avulsos separados por longa distância em uma única imagem. Isso equivale, grosso modo, a ter um telescópio cuja área é do tamanho da maior distância entre os diferentes elementos.

A primeira observação da equipe do EHT foi realizada em 2006, e os dados que geraram a imagem do buraco negro gigante de M87 foram colhidos a partir de oito conjuntos de radiotelescópios, espalhados por Europa, Estados Unidos, Chile e até mesmo o polo Sul. Na prática, foi como ter um telescópio do tamanho da própria Terra. E só assim foi possível detectar a sombra do objeto.

O plano original sempre foi mirar dois objetos: além do buraco negro de M87, o alvo mais óbvio –o buraco negro do centro da nossa própria galáxia, objeto conhecido como Sagitário A* (pronuncia-se "a-estrela" e, claro, está na constelação de Sagitário). Só que ele se mostrou mais desafiador. Apesar de muito mais perto, a cerca de 30 mil anos-luz da Terra, ele também é bem menor, com massa de 4 milhões de sóis.

Isso, por sua vez, faz com que o gás cercando o buraco negro, prestes a cair nele em velocidades próximas à da luz, completasse uma volta ao redor de Sagitário A* em questão de minutos. Isso criava complicações para enxergar a sombra do buraco negro, em comparação com o que foi feito com M87, onde o gás, embora viajando à mesma velocidade, levava muito mais tempo para circular o horizonte dos eventos.

Em 2019, o grupo do EHT disse ter resultados de Sagitário A*, mas mais difíceis de processar. E ninguém sabia àquela altura o quanto seria possível extrair dos dados, apresentados agora. "O resultado foi uma imagem que, até terminarmos a análise, não tínhamos certeza de que poderíamos obter", disse Vincent Fish, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Agora, temos pela primeira vez uma visão próxima do monstrengo que mora no coração da nossa galáxia.

​            "São agora dois laboratórios para testar nossas predições", disse Feryal Özel, da Universidade do Arizona, ao apresentar a nova imagem, ao lado da imagem do buraco negro de M87. De acordo com ela, a imagem segue muito de perto o que previa a relatividade geral de Albert Einstein, nossa melhor compreensão da ​gravidade.

A análise completa dos resultados foi publicada em uma edição especial do periódico The Astrophysical Journal Letters.”

 

https://www1.folha.uol.com.br/blogs/mensageiro-sideral/2022/05/astronomos-obtem-imagem-do-buraco-negro-no-centro-da-via-lactea.shtml

 

 

 

quinta-feira, 31 de março de 2022

Hubble ainda vive!

 

A estrela mais distante já vista, em imagem do Hubble,

cuja luz viajou por 12,9 bilhões de anos até chegar à Terra

NASA, ESA, STScI, B. Welch (JHU)

 

 

“Hubble bate recorde e detecta estrela mais distante já vista”: reportagem de Salvador Nogueira para Folha (30.mar.2022). 

“O Telescópio Espacial Hubble bateu mais um recorde, ao registrar a estrela mais distante já vista. Ela pertence a uma galáxia cuja luz partiu de lá apenas 900 milhões de anos depois do Big Bang, o evento que deu origem ao Universo como o conhecemos hoje.”

“Em circunstâncias normais, é impossível observar estrelas individuais mesmo em galáxias mais próximas. O resultado só foi possível por conta de um efeito previsto pela relatividade geral de Albert Einstein, as lentes gravitacionais. O físico alemão concluiu que objetos com alta massa que se interpõem entre nós e outros mais distantes podem desviar os raios luminosos pela gravidade, agindo efetivamente como uma imensa lente no espaço, capaz de distorcer e amplificar a luz no seu caminho até nós.”

      “O novo achado identificou que no ponto mais intenso da lente, onde havia maior magnificação, estava localizada uma estrela dessa galáxia de fundo, agora designado WHL0137-LS, astro que os pesquisadores liderados por Brian Welch, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, apelidaram de Earendel, palavra do inglês arcaico que significa "estrela da manhã" ou "luz ascendente". Imagens posteriores do mesmo objeto mostraram que essa magnificação persistiu por 3,5 anos.”

“O fenômeno tornou a estrela mais de mil vezes mais brilhante do que de fato é, o que permitiu um estudo inicial a seu respeito. Também foi possível determinar que se trata da estrela mais distante, portanto mais antiga, já observada. Afinal, quanto mais longe um objeto, maior o tempo que a luz dele leva para chegar até nós. No caso em questão, a luz viajou por 12,9 bilhões de anos antes de ser detectada pelo Hubble, o que coloca a imagem como um retrato fiel de uma estrela nascida e criada apenas 900 milhões de anos após o Big Bang (estima-se que o Universo tenha 13,8 bilhões de anos).”

“Ou seja, o melhor sobre Earendel está por vir. E podemos apostar que o Webb tem tudo para bater esse recorde e encontrar estrelas ainda mais distantes e primitivas no futuro próximo.”

 

Isso é Ciência! Descobertas se sucedem interminavelmente. Não há verdades definitivas. 

 

https://www1.folha.uol.com.br/blogs/mensageiro-sideral/2022/03/hubble-bate-recorde-e-detecta-estrela-mais-distante-ja-vista.shtml

 

sábado, 12 de fevereiro de 2022

James Webb faz selfie

 

Primeira imagem enviada pelo telescópio James Webb,

mosaico com 18 pontos brancos em um fundo preto,

todos mostrando o mesmo objeto: a estrela HD 84406

da constelação Ursa Maior - AFP/Nasa


Selfie tirada pelo telescópio James Webb após ajustar

os equipamentos no espaço - AFP/Nasa

 

 

De Washington/AFP: “Telescópio James Webb avista sua primeira estrela e tira selfie” (11 fev 2022). 

“O Telescópio Espacial James Webb avistou sua primeira estrela, embora não exatamente esta noite, e até tirou uma 'selfie' para registrar o momento, anunciou a Nasa nesta sexta-feira. Essas etapas fazem parte de um processo de meses de alinhamento do enorme espelho dourado do observatório que os astrônomos esperam que ajude a desvendar os mistérios do início do universo. A primeira fotografia enviada do cosmos é mais do que impressionante. São 18 pontos brancos difusos em um fundo preto, todos mostrando o mesmo alvo: HD84406, uma estrela solitária e brilhante na constelação da Ursa Maior.”

“Os 18 pontos foram capturados pelo espelho principal em 18 segmentos individuais, e a imagem agora é a base para alinhar e focar essas peças hexagonais.

“O observatório de US$ 10 bilhões foi lançado ao espaço da Guiana Francesa em 25 de dezembro e agora está em uma órbita alinhada com a Terra ao redor do Sol, a cerca de 1,5 milhão de quilômetros do nosso planeta, em uma região do espaço chamada de segundo ponto de Lagrange.”

“O Webb começará sua missão científica neste verão, que inclui usar seus instrumentos de alta resolução para voltar no tempo 13,5 bilhões de anos até a primeira geração de galáxias que se formaram após o Big Bang.”

“A luz visível e ultravioleta emitida pelos primeiros objetos luminosos foi esticada pelo Universo em expansão, chegando hoje na forma de infravermelho, que o Webb está equipado para detectar com clareza sem precedentes.

Sua missão também inclui um estudo de planetas distantes, conhecidos como exoplanetas, para determinar sua origem, evolução e habitabilidade.”




            E há quem não acredite na Ciência!

 

 

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/02/telescopio-james-webb-avista-sua-primeira-estrela-e-tira-selfie-veja-fotos.shtml

 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

JAMES WEBB hoje!

 


JAMES WEBB
"Estou atualmente a 1.229.000 quilômetros de distância da Terra. Ainda falta eu percorrer 271 mil quilômetros para eu chegar ao meu local de trabalho. um ponto de Lagrange L2 - um local gravitacionalmente estável no espaço. Já concluí mais de 84% de minha viagem."

sábado, 8 de janeiro de 2022

Duas galáxias se fundem

Fotografia 




Astronomiaum @Astronomiaum no Twitter

 

Essa foi a primeira imagem do telescópio espacial Hubble registrada em 2022. A imagem mostra duas galáxias se fundindo no espaço profundo, que fica a cerca de 215 milhões de anos-luz de distância. Perfeitas!  NASA/ESA


Para o leigo, dá para entender isso, a fusão de duas galáxias? É mais que o fim do mundo! É o fim do Universo!


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

O James Webb está sendo lançado agora

 



https://oglobo.globo.com/mundo/maior-mais-caro-telescopio-espacial-observatorio-james-webb-decolara-depois-de-25-anos-tentara-enxergar-primeiras-galaxias-do-universo-25330675

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Cataclismo cósmico



Representação da fusão entre um buraco negro,
no centro, e uma estrela de nêutrons.
Instituto Max Planck

 

 

“Dois detectores de ondas gravitacionais na Europa e nos Estados Unidos captaram o sinal de um cataclismo cósmico que nunca havia sido observado: a colisão entre buracos negros e estrelas de nêutrons.

Os dois eventos detectados ocorreram há centenas de milhões de anos. Desde então, as ondulações que produziram no espaço-tempo estão viajando em direção à Terra à velocidade da luz. Há muitos anos, os físicos utilizaram as equações da relatividade geral de Albert Einstein e calcularam o tipo de onda gravitacional que um evento como esse produziria. Os dois sinais captados agora pelos detectores LIGO, nos Estados Unidos, e Virgo, na Europa, coincidem com as previsões feitas pelo físico alemão há um século.” 

Reportagem de Nuño Domínguez para El País (29 Jun 2021) .


                     Isso é fantástico!

 

https://brasil.elpais.com/ciencia/2021-06-29/captado-um-sinal-de-ondas-gravitacionais-nunca-visto.html

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Imagem de um buraco negro



A imagem feita graças a colaboração internacional chamada
Event Horizon Telescope 
Foto: European Southern Observatory / AFP


Da Redação de O Estado de S.Paulo (10 abr 2019): “Astrônomos revelam primeira imagem de um buraco negro. O primeiro 'monstro cósmico' a ser registrado foi detectado no centro da galáxia M87.”
A imagem de um buraco negro foi apresentada ao mundo nesta quarta-feira pela primeira vez na história da astronomia: um círculo escuro no meio de um disco resplandecente, no centro da galáxia M87, a cerca de 50 milhões de anos-luz da Terra. 
"Uma distância difícil de imaginar", diz Frédéric Gueth, astrônomo e vice-diretor do Instituto de Radioastronomia Milimétrica (IRAM) na Europa."
“A imagem foi feita graças a uma colaboração internacional chamada Event Horizon Telescope (EHT), que reúne quase uma dúzia de radiotelescópios no mundo, da Europa ao Polo Sul, passando pelo Chile e Havaí. Combinando esses observatórios, como se fossem pequenos fragmentos de um gigante por meio de uma técnica chamada interferometria, os astrônomos puderam ter um observatório virtual do tamanho da Terra, com o qual "um jornal aberto em Paris poderia ser lido de Nova York", segundo Gueth.”
            E a Ciência caminha, lentamente, às vezes de forma espetacular, como este registro.     


https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,astronomos-revelam-primeira-imagem-de-um-buraco-negro,70002786184


Informações adicionais (11 abr 2019):

Embora o buraco negro, por definição, não possa ser visto, o gás que cai nele é aquecido a milhões de graus e brilha. Contra essa iluminação de fundo há uma silhueta escura que é a sombra do buraco negro. Tudo isso aparece bastante desfocado porque o tamanho da imagem excede a resolução máxima do EHT.
O anel luminoso que envolve o horizonte de eventos é assimétrico porque o buraco negro está em rotação. Na região inferior, a luz se move em direção ao observador e aparece mais brilhante, enquanto na parte superior a luz se afasta e aparece mais tênue. Isso permitiu determinar que o buraco negro gira no sentido horário.