segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Mata Atlântica de Sebastião Salgado


 

Fazenda Bulcão no ano 2000, antes do início 

do projeto de restauração

Foto: Sebastião Salgado

 



Fazenda Bulcão, em Aimorés, foto de 2013,

mais de uma década depois de ter início

processo de restauração do ecossistema. 

Foto: Sebastião Salgado

 

 

Entrevista de Sebastião Salgado para Giovana Girardi, para O Estado de S.Paulo (21 fev 2021), revela que ele e sua mulher Lélia Wanick herdaram a fazenda que tinha sido do pai do fotógrafo no fim da década de 1990. “A propriedade, que em seu auge chegara a abrigar 2 mil cabeças de gado, não tinha mais condições para dar suporte nem para 200. A água tinha praticamente desaparecido como resultado da retirada de toda a vegetação nativa de Mata Atlântica.”

“A maior parte da fazenda Bulcão, em Aimorés (na divisa de Minas Gerais com Espírito Santo), foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com o objetivo de restaurar aquele ecossistema, e o casal criou o Instituto Terra, hoje uma das principais iniciativas de restauração da Mata Atlântica no País.” 

O Instituto criou viveiro, plantou mudas e expandiu o plano para a degradada vizinhança no Vale do Rio Doce. “Em mais de 20 anos, 6 milhões de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica foram produzidas. Os projetos de recuperação em andamento atingem 2,1 mil hectares e 2 mil nascentes.” 

“Com isso tudo em mente, o Instituto Terra lança nesta segunda, 21, a campanha Refloresta, com música inédita do Gilberto Gil de mesmo nome, com o objetivo de incentivar esse projetos. A campanha aproveita também como mote o fato de que em 2021 começa a chamada Década da Restauração, nomeada pela ONU para promover atividades de restauração de ecossistemas e reflorestamento.”

 

Empolgado com o projeto, Salgado conclui: “Hoje, até onça, que tinha desaparecido da região nos anos 1930, voltou. Os macacos também voltaram. Quando já tínhamos água, pensamos em reintroduzir jacarés. Mas tínhamos uma bióloga grávida que teve um pesadelo de que o jacaré ia comer o bebezinho dela. Falamos para ela ficar tranquila, abandonamos a ideia. Mas passados alguns meses, um dia veio um funcionário correndo mostrar uma foto no celular. Era um jacaré chegando sozinho, todo empoeirado. Veio pela estrada, pelo mato. Algum passarinho, algum inseto contou para ele que ali tinha uma área protegida para ele viver e ele voltou.”

Grande Sebastião Salgado!

 

https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,sebastiao-salgado-lanca-campanha-com-musica-de-gil-por-restauracao-florestal,70003623220

 

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