Para minha
enorme surpresa, recebi pelos Correios, via Sedex, enorme caixa de papelão –
dessas que a gente encontra em supermercado, impressa a marca de conhecido
xampu –, contendo a correspondência de Suzete, a cabeleireira. A remetente,
Dona Osvaldina, mãe de Suzete, enviou-me curto bilhete, informando que havia
encontrado aquela papelada dois anos após a morte da filha, e pensou que talvez
eu soubesse o que fazer com aquilo.
O Folhetim, publicado em O mito do vaso partido e outros escritos
(ExLibris editora, 2010), trazendo a glória e desdita de Suzete, fez com que
Dona Osvaldina mantivesse algum contato comigo após a tragédia, o que justifica
o envio das cartas e demais escritos da filha.
Passei meses lendo a surpreendente
correspondência de Suzete, organizando os textos, trabalho facilitado pelo fato
de que ela escrevia em cadernos de capa dura, “cada um de uma cor”, como a
autora mesma assinalou, à lápis e com letra de professora. O que pretendo agora
é publicar em meu blog alguma parte desta correspondência, por julgar que, se
não há valor literário nos textos, ao menos ficamos sabendo como uma
cabeleireira chegou a tomar tanto gosto pela Literatura, a ponto de mudar sua
vida de forma tão dramática. No futuro, talvez algum especialista em
micro-história possa se interessar pelo fenômeno Suzete, quem sabe.
Para os seguidores do blog que não
leram O mito do vaso partido, publico
aqui o Folhetim, para em seguida revelar algumas das cartas de Suzete. Espero
que gostem.
A deliciosa mentira do cachorro velho!
ResponderExcluirQue felicidade receber seu comentário, Roque! Espero que leia alguma coisa que tenho publicado no blog, da correspondência de Suzete.
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