sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Atuação de gala

A Seleção contra o Uruguai 

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

 

 

Estava certo de que não voltaria a escrever sobre a Seleção Brasileira, diante do fiasco das últimas apresentações nessas eliminatórias para a próxima Copa do Mundo. Porém, “futebol não tem lógica”, jargão que aprendi ainda criança, levado pela mão de meu pai aos jogos da Esportiva de Guaratinguetá, em companhia de meu querido irmão Paulo.

            O jogo contra a Seleção do Uruguai na noite de ontem, na Arena da Amazônia, foi a confirmação do citado lema. O adversário, que não se encontra na melhor forma técnica, possui garra e fez história na Copa de 50. Faz tempo, é verdade, e sua famosa dupla de ataque, Cavani e Suárez, já deveria estar aposentada.

            Para a alegria do torcedor brasileiro, a Seleção brilhou, revelando criatividade, vontade de vencer e a agressividade necessária, o que há muito não se via. 

A defesa vem jogando bem, é verdade, e ontem não destoou. As novidades ocorreram no meio de campo e ataque. Fred mostrou ótima participação ofensiva. Fabinho foi seguro nos desarmes. Raphinha, o grande destaque do jogo, primeira vez em campo desde o início, em companhia de Paquetá, desequilibraram, ambos jogando abertos pelas pontas.

O primeiro tempo terminou com o placar de 2 a 0, gols de Neymar e Raphinha (assim mesmo, com ph), mas tivemos quatro ou cinco gols perdidos, com ótimas defesas de Muslera. Gabriel Jesus precisa acertar o último chute, ou perderá a posição de titular, se já não perdeu.

No segundo tempo, as substituições feitas por Tite diminuíram o brilho do time; entraram Antony, com boa atuação, Gabigol, autor do quarto gol, Everton Ribeiro, Douglas Luiz e Edenilson. Antes de sair, Raphinha marcou o gol mais bonito do jogo, gol de craque! (Em tempo: é prudente, por ora, não incensar demais este jogador, sob risco de encerrar precocemente uma carreira promissora.)

Para mim, a maior surpresa da partida foi a atuação de Neymar, que vinha jogando muito mal, errando TODOS os passes – as jogadas de ataque terminavam sempre em seus pés –, verdadeiramente irritante. Ontem ele buscou jogo desde o início, se deslocou por todo o campo, driblou, acertou a maioria dos passes, fez tabelas e algumas das firulas de sempre, além do belíssimo primeiro gol do jogo, seu 70º pela Seleção. Foi decisivo para a vitória.

Em noite de gala, o placar de 4 a 1 saiu barato para os uruguaios!

Em novembro o Brasil joga contra a Colômbia e Argentina, mas está praticamente classificado para a Copa do Catar. Bem, lá, a história será outra...

 

2 comentários:

  1. Foi esse o jogo que vi. Belíssima crônica. Esse Raphinha ...

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    1. Adoro esse comentário Foi esse o jogo que vi! Obrigado, Moisés.

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