sábado, 3 de julho de 2021

O pênalti




O pênalti, tiro livre cobrado a 11 metros do gol, é o momento supremo de qualquer jogo de futebol, seja convertido em gol ou não. Foi imortalizado por Neném Prancha, com a frase “O pênalti é tão importante que devia ser cobrado pelo presidente do clube.” 
             É proibido perder um pênalti. Se o goleiro defende, torna-se um herói. Se a bola entra, quem a chutou não fez mais que a obrigação. Como pesa a responsabilidade para o batedor! 
             Com o avanço da tecnologia a serviço do esporte, não é raro que o goleiro seja informado das preferências do batedor, em que canto ele chuta com mais frequência, em que altura e com que força, tudo gravado no laptop do treinador de goleiros. Isso deve ser um pesadelo para o cobrador, Será que ele já sabe onde vou chutar, Então vou trocar de lado, Mas se eu errar o chute?
             Foi então que o jogador de pouca técnica, quase sempre um zagueiro, inventou o chute no meio do gol: o goleiro pode cair para qualquer lado, que a bola entra com força no meio do gol. Invariavelmente o goalkeeper, como se dizia antigamente, dá um soco de frustração e raiva no gramado, Por que não fiquei parado!? Porém, como os zagueiros não primam mesmo pela técnica, muita vez a bola passa por cima da trave e vai se perder no estacionamento do estádio.
              Bem me lembro de quando surgiu a paradinha na hora de bater o pênalti. Ela foi criada por Pelé, na década de 1960. Em amistoso contra o River Plate, em 1962, Pelé fez a paradinha, mas o árbitro anulou o gol. A FIFA condenou a atitude do juiz e desde então a manobra passou a valer. Segundo o próprio Pelé, foi o imortal Didi, criador da “folha seca”, quem inventou a jogada.
              Mais recentemente surgiu a cavadinha: o batedor dá um toque sutil por baixo da bola, que encobre o defensor e morre no fundo do gol, chorando na rede, para humilhação do goleiro. Se o cobrador erra e o chute sai fraquinho, a pelota nas mãos do goleiro, a vaia é certa!
              A última invenção em matéria de pênalti é de autoria do português Cristiano Ronaldo. É mesmo um fenômeno a cobrança! Ele corre para a bola e ao calcar o pé de apoio no chão rente ao lado esquerdo da bola, esta se levanta por alguns poucos centímetros, algo imperceptível a olho nu, o suficiente para o artilheiro pegar o chute na cara da bola, com violência espantosa! O replay mostra a incrível manobra!
              A batida de pênalti indefensável é aquela em que a bola é chutada alta, no canto, com força, mas é para quem sabe.
              Para minha tristeza, o meu Palmeiras perdeu dois campeonatos recentemente, em cobranças de pênaltis. E pênalti não se perde, Seu Abel. (O técnico é sempre o culpado.)

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