O anúncio do novo projeto arquitetônico do Museu de Arte do Espírito Santo (Maes) mexeu com as redes sociais. O museu, recém reformado, aparece coberto por um gigantesco ovo branco. Reportagem de Clara Balbi para a Folha de S. Paulo (26 mar 2021).
Houve comentários indignados nas redes sociais, criticando a poluição visual causada em Vitória pela da intervenção. “Até um abaixo-assinado foi criado, sério apesar do nome – "não queremos um ovo em cima do Museu de Arte do Espírito Santo", afirma Balbi.
Ocorre que, “nem o projeto, nem o seu patrocinador, a Da Silva Brokers, existem, porém — são uma obra de "Tirante", primeira exposição virtual do Maes. Mesmo o CEO do suposto conglomerado, Antonio da Silva, foi na verdade inventado pelo artista alemão Anton Steenbock.”
Steenbock comenta as reações do público ao projeto: "Elas são interessantes porque mostram os dois lados. Há quem considere o projeto moderno, novo. Outros acham horrível, um ataque ao patrimônio. E essa discussão é o principal, porque o projeto acontece na cabeça das pessoas. Chamo esses projetos de uma vacina, porque, ao darem uma pequena dose de algo que só é real na imaginação das pessoas, elas então criam anticorpos e ficam mais atentas àquilo que pode limitar a liberdade delas."
Este é um belo exemplo do que poderia ser denominado “arte virtual”: uma construção que nunca existiu, que foi criada para nunca existir, e mesmo assim, passou a existir na cabeça de muita gente. Arte é bem isso, uma provocação. Se é bela ou não, isso é outra questão.
Eu gostei do ovo gigante: há de aumentar o número sempre pobre de visitantes ao museu.
De fato, provocante. Bem ao gosto do louco... Esses artistas são inventivos!
ResponderExcluir