“O que torna o caso de Bolsonaro especialmente revoltante é que o fracasso do Brasil no manejo da Covid-19 não se deve apenas à incompetência das autoridades, um fato da vida, mas à insistência do presidente em sabotar os poucos consensos científicos sobre a doença a fim de extrair ganhos políticos pessoais. E isso é abominável.”
Hélio Schwartsman
A despeito da opinião de Schwartsman, 52% dos brasileiros afirmam que o presidente não tem nenhuma culpa pelos mais de 180 mil mortos em todo o país até agora.
O desvario que reina no Ministério da Saúde parece que não conta. A ausência de um plano de imunização em massa não conta. A imprevidência na compra de insumos necessários para tratamento e vacinação da população não conta. A falha gritante do tal ministro estrategista – a carta na manga do presidente na difícil escolha de um ministro da saúde subserviente – surpreende até mesmo membros do governo. Então o que conta?
O que conta é o fanatismo em torno de um falso Messias, e quem é fanático não pensa. Conta a ignorância; durante a ditadura militar se dizia que o não cuidar da Educação tinha o propósito de manter o povo na santa ignorância dos que não sabem pensar. Parece que o fenômeno se repete, com a ausência, a falta, a nulidade do Ministério da Educação. Para que educar se já temos um mito?
Até quando, até quando?
E pior: há muita gente de formação universitária (portanto não alheia ao exercício do pensamento) apoiando esse obscurantismo. Um terço dos brasileiros avaliam o governo como "ótimo / bom".
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