terça-feira, 19 de maio de 2020

Uma obrigação moral

18.mai.2020, Folha de S. Paulo 


“Não sei se um impeachment contra Jair Bolsonaro tem condições de prosperar. Numa avaliação política, eu diria que, hoje, não. Mas acredito que temos a obrigação moral de deflagrar o processo, mesmo que não tenha êxito. Os crimes de responsabilidade cometidos pelo atual mandatário são tantos, tão ostensivos e tão graves que deixar de acusá-lo equivaleria a coonestar suas atitudes.”

                                                               Hélio Schwartsman


O título do artigo de Schwatsman é O dever do impeachment - Temos a obrigação moral de deflagrar o processo, mesmo que não tenha êxito.
            Raro alguém falar em “dever moral” nos dias que vivemos. Raro alguém pensar a ética, especialmente com a volta da política baseada no “pragmatismo”.
            O significado da palavra pragmatismo no Houaiss é a “Doutrina que preconiza que as ideias devem ter aplicação prática para ter valor.” Simplesmente isso.
            Como a Língua é viva, cada vez mais pragmatismo se associa a corrupção moral, na qual a aplicação prática se dá apenas em interesse próprio, geralmente escuso.
            A ressalva “mesmo que não tenha êxito” está em oposição a este pragmatismo interesseiro a que me refiro, e enfatiza a obrigação moral de se fazer alguma coisa, mesmo que tão singela quanto escrever estas palavras em um blog que pouca gente lê.



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