18.mai.2020, Folha de S. Paulo
“Não sei se um impeachment contra Jair Bolsonaro tem condições de prosperar. Numa avaliação política, eu diria que, hoje, não. Mas acredito que temos a obrigação moral de deflagrar o processo, mesmo que não tenha êxito. Os crimes de responsabilidade cometidos pelo atual mandatário são tantos, tão ostensivos e tão graves que deixar de acusá-lo equivaleria a coonestar suas atitudes.”
Hélio Schwartsman
O título do artigo de Schwatsman é O dever do impeachment - Temos a obrigação moral de deflagrar o processo, mesmo que não tenha êxito.
Raro alguém falar em “dever moral” nos dias que vivemos. Raro alguém pensar a ética, especialmente com a volta da política baseada no “pragmatismo”.
O significado da palavra pragmatismo no Houaiss é a “Doutrina que preconiza que as ideias devem ter aplicação prática para ter valor.” Simplesmente isso.
Como a Língua é viva, cada vez mais pragmatismo se associa a corrupção moral, na qual a aplicação prática se dá apenas em interesse próprio, geralmente escuso.
A ressalva “mesmo que não tenha êxito” está em oposição a este pragmatismo interesseiro a que me refiro, e enfatiza a obrigação moral de se fazer alguma coisa, mesmo que tão singela quanto escrever estas palavras em um blog que pouca gente lê.
Se a Folha descobre o louco...
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