segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Ainda os abusos da Pensilvânia

O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (20-ago-2018) carta do papa Francisco direcionada aos católicos: ele reconhece que abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica dos EUA foram acobertados (ao menos "301 padres predadores" abusaram de mais de mil crianças). (Como poderia não os reconhecer?)
"Mostramos não ter nenhum cuidado com os pequeninos; os abandonamos", escreveu o papa. 
         “É essencial que nós, como igreja, sejamos capazes de reconhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades perpetradas pelas pessoas consagradas, clérigos e todos aqueles a quem confiamos a missão de zelar e cuidar dos mais vulneráveis", disse.
O papa afirmou ainda que a maioria dos casos "pertençam ao passado”. (Para os abusados, trata-se de um passado que não passa.)
Francisco pediu que todos os católicos ajudem a igreja a "extirpar" a cultura do abuso "em nossas comunidades". 
Ativistas ligados às vítimas de abuso sexual pela igreja expressaram desapontamento em relação à fala de Francisco. É verdade que Francisco chamou os casos de "crimes", ao contrário da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, que se referiu apenas a "pecados e omissões" em resposta ao relatório da Pensilvânia.
"Mais ações, menos palavras", disse Anne Barrett-Doyle, co-diretora da BishopAccountability.org, centro americano que registra casos de abusos pela igreja ao redor do mundo. 
Aquelas pobres crianças, infelizmente, não têm voz própria para se defenderem.




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