terça-feira, 21 de agosto de 2018

Abusos na Pensilvânia: alguma repercussão

Há poucos dias este blog reclamou da pouca ou nenhuma repercussão resultante da denúncia de abusos sexuais na Pensilvânia, Estados Unidos, incluindo uma resposta satisfatória do Vaticano. (http://loucoporcachorros.blogspot.com/2018/08/padres-predadores-da-pensilvania.html)
       A resposta através de carta pontificial veio ontem; se satisfatória, é uma outra questão. (Este blog também se manifestou sobre isso: (http://loucoporcachorros.blogspot.com/2018/08/ainda-os-abusos-da-pensilvania.html)
       Hoje surge artigo na Folha de S. Paulo (21.ago.2018), assinado por Mariliz Pereira Jorge, à altura que o escândalo merece, a começar pelo estrondoso título: Por onde anda Deus quando um padre estupra uma criança?
       Afirma Mariliz: “O relato dos casos é de embrulhar o estômago dos mais fortes. Na Argentina, o caso mais estarrecedor é de estupro e espancamento de crianças surdas, cometidos por padres nas cidades de La Plata e Mendoza. Na Austrália, perto de 4.500 denúncias foram feitasàs autoridades eclesiásticas e uma investigação descobriu que 7% dos sacerdotes foram acusados de abuso contra menores. O Ministério Público brasileiro investiga casos denunciados na Paraíba. Tudo em sigilo.” 
       Há uma nova e estarrecedora informação, a de que 
no caso da Pensilvânia o Vaticano sabia de algumas ocorrências desde a década de 1960. Desde então, “padres, bispos, cardeais eram afastados das paróquias e, pasme, transferidos para outras onde cometiam de novo, de novo e de novo monstruosidades contra indefesos. Eram promovidos ou, no máximo, transferidos para Roma, numa aposentadoria compulsória, como essas que acontecem quando gente do Judiciário brasileiro faz merda”, enfatiza Mariliz.
Mariliz bate forte: “Nem Francisco se salva dessa lama em que a Igreja Católica afunda a cada dia. Apesar de ter pedido tolerância zero, teve uma das atitudes que mostram a serviço de quem ele está ao pedir provas das vítimas chilenas, quando esteve no país no ano passado, e foi cobrado por causa dos escândalos envolvendo um padre e um bispo. Não foi o único caso em que se colocou ao lado dos agressores.”
Mariliz demonstra a mesma revolta deste blogueiro diante desses crimes que permanecem e permanecerão impunes; diz ela, “cadê a indignação, a gritaria e os protestos contra essas atrocidades? Tão importante quanto, por onde anda Deus na hora em que um padre estupra uma criança de seis anos?”






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