sábado, 10 de fevereiro de 2018

Caça às Bruxas?


O cineasta austríaco Michael Haneke
Foto: Eric Gaillard/Reuters

O austríaco Michael Haneke, um dos maiores cineastas da atualidade, duas vezes vencedor da Palma de Ouro em Cannes, considera que o movimento #MeToo, de denúncia de abusos sexuais, se tornou uma "caça às bruxas" e que gera um novo "puritanismo".
            Ele afirma: "Me preocupa este novo puritanismo, impregnado de ódio aos homens, que nos chega no rastro do movimento #MeToo".
"Enquanto artista, começamos a confrontar o medo ante esta cruzada contra qualquer forma de erotismo".  Segundo ele, O Império dos Sentidos, de Oshima, um dos filmes mais profundos sobre sexualidade, "não poderia ser filmado hoje".
"É claro que qualquer forma de estupro ou abuso sexual deve ser punida. [O grifo é meu.]  Mas esta histeria e as condenações sem julgamento que assistimos hoje me parecem repugnantes".
“Para o diretor de A Fita Branca (Palma de Ouro em 2009) e de Amor (Palma de Ouro e um Oscar em 2012), que não foi objeto de nenhuma acusação, "cada 'shitstorm' (enxurrada de críticas) que essas 'revelações' geram, inclusive nos sites de jornais sérios, envenena o clima no seio da sociedade. Na realidade, no que se refere ao abuso sexual, este ambiente de "caça às bruxas" pode "tornar cada vez mais difícil" um debate "sobre este tema tão importante".

Este blog procura revelar as opiniões mais distintas e divergentes, para que possamos pensar melhor sobre o assunto. Minha admiração por Michael Haneke (e sua A fita branca, um dos melhores filmes que já assisti!) faz com que registre aqui o ponto de vista dele.





Um comentário:

  1. Não custa focar a relatividade da coisa, quando se trata de um tema tão delicado. Como é difícil não exagerar.

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