Quando surge um novo cronista nos jornais de grande circulação pergunto logo Será que emplaca? Quero dizer, será
que o cara é bom?, vai dar conta do recado?, escrever semanalmente não é fácil,
escrever bem, semanalmente, é mais difícil ainda, ou vai durar umas poucas
semanas, substituído por alguém mais competente?
Leio esses novatos com
interesse e genuína curiosidade, além de exercer o pobre espírito crítico de
que disponho. Admito desde já meu sentimento de inveja, pois gostaria de estar
no lugar deles e enfrentar o desafio eu mesmo.
Desta vez me refiro a
Marcius Melhem, ator e humorista, agora colunista do caderno Ilustrada, da
Folha de S. Paulo, aos domingos. Que responsabilidade, meu deus!
Pois a crônica de hoje
(14 mai 17), Dia das Mães, intitulada Vó
Eduarda, pareceu-me ótima! Melhem escreve com correção, o que é
fundamental, mas tem boas histórias para contar, o que o torna, até agora, um
bom cronista.
Não é fácil escrever
sobre questões familiares (memorialista era o Pedro Nava, que já morreu), além
do que tais histórias são limitadas. Mas a da Vó Eduarda vale a pena conferir.
Vó Eduarda, com cinco
filhos, o mais novo com dois meses, moradora de Nilópolis, Rio de Janeiro, nos
idos de 1930, separou-se do marido para viver um grande amor: foi morar com
Olga, com quem viveu grande paixão durante 40 anos.
Que história! O leitor
não precisa de mais nada para ensolarar sua manhã de domingo.
Parabéns, Marcius Melhem.
A crônica, esta coisa típica do Brasil, tem sua mágica. O louco é mestre!
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