O editorial do El País de ontem (9/ago/2016) teve como título “A crueldade da
ablação”, ao tratar de tema fundamental, embora com pouco destaque na mídia.
Fruto da dominação
milenar sofrida pelas mulheres, a ablação genital feminina é um crime que atenta
contra a saúde pelos riscos de infecção, hemorragia e morte. Além do que nega
às mulheres o prazer durante o ato sexual.
O Parlamento da União Africana, órgão
consultivo que representa 53 países do continente, acaba de proibir esta
prática macabra. O que não significa que ela será abolida automaticamente. Há
necessidade de ações efetivas junto às comunidades africanas, se elas desejam
caminhar em direção à modernidade.
A Somália é o país com a maior taxa de
mutilação genital feminina (98%); a Gâmbia, com uma taxa de 75%, proibiu-a
neste ano; a Nigéria também.
Afirma o editorial: “A
OMS estima que entre 100 e 140 milhões de mulheres foram brutalmente privadas
de seus clitóris, de seus pequenos lábios, grandes lábios ou de tudo ao mesmo
tempo. Milhares de pessoas morreram. A ablação não se limita à África e também
é objeto de uma grande batalha na Indonésia, Índia e nas comunidades de
imigrantes da Europa e dos EUA.”
E conclui: “Passos como
os do Parlamento Africano, Gâmbia e Nigéria são fundamentais num caminho que
deve conduzir ao banimento definitivo de uma herança incompatível com a
sociedade de direitos e igualdade que defendemos para todos.”
Foto: Carmen Secanella
Seria o caso de toda a humanidade se unir num só grito de reprovação. Mas como é na África...
ResponderExcluir