quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Ablação genital feminina



O editorial do El País de ontem (9/ago/2016) teve como título “A crueldade da ablação”, ao tratar de tema fundamental, embora com pouco destaque na mídia.
            Fruto da dominação milenar sofrida pelas mulheres, a ablação genital feminina é um crime que atenta contra a saúde pelos riscos de infecção, hemorragia e morte. Além do que nega às mulheres o prazer durante o ato sexual.
O Parlamento da União Africana, órgão consultivo que representa 53 países do continente, acaba de proibir esta prática macabra. O que não significa que ela será abolida automaticamente. Há necessidade de ações efetivas junto às comunidades africanas, se elas desejam caminhar em direção à modernidade.
A Somália é o país com a maior taxa de mutilação genital feminina (98%); a Gâmbia, com uma taxa de 75%, proibiu-a neste ano; a Nigéria também.
Afirma o editorial: “A OMS estima que entre 100 e 140 milhões de mulheres foram brutalmente privadas de seus clitóris, de seus pequenos lábios, grandes lábios ou de tudo ao mesmo tempo. Milhares de pessoas morreram. A ablação não se limita à África e também é objeto de uma grande batalha na Indonésia, Índia e nas comunidades de imigrantes da Europa e dos EUA.”
E conclui: “Passos como os do Parlamento Africano, Gâmbia e Nigéria são fundamentais num caminho que deve conduzir ao banimento definitivo de uma herança incompatível com a sociedade de direitos e igualdade que defendemos para todos.”


Foto: Carmen Secanella

Um comentário:

  1. Seria o caso de toda a humanidade se unir num só grito de reprovação. Mas como é na África...

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