segunda-feira, 18 de julho de 2016

Escola sem ideologia

A crônica de Marcelo Rubens Paiva deste domingo (18 Julho 2016) intituladaComo assim, escola sem ideologia?” pareceu-me indispensável! Vejamos o que ele diz:

“A escola sem um professor de história de esquerda é como uma escola sem pátio, sem recreio, sem livros, sem lanchonete, sem ideias. É como um professor de educação física sem uma quadra de esportes, ou uma quadra sem redes, ou crianças sem bola.
O professor de história tem que ser de esquerda. E barbudo. Tem que contestar os regimes, o sistema, sugerir o novo, o diferente. Tem que expor injustiças sociais, procurar a indignação dos seus alunos, extrair a bondade humana, o altruísmo.”

            Concordo plenamente, mas Paiva esqueceu-se de falar do papel fundamental do professor, o de desenvolver nos alunos o espírito crítico. Impossível que a escola não transmita uma ideologia, mas que os estudantes possam criticá-la com liberdade. Se não enquanto estudantes, mas certamente na vida adulta, quando forem capazes de pensar, e pensar com a própria cabeça.      

            E Marcelo R. Paiva conclui seu artigo com brilhantismo:

“A escola não cria o filho, dá instrumentos. O papel dela é mostrar os pensamentos discordantes que existem entre nós. O argumento de escola sem ideologia é uma anomalia de Estado Nação.
Uma escola precisa acompanhar os avanços teóricos mundiais, o futuro, melhorar, o que deve ser reformulado. Um professor conservador proporia manter as coisas como estão. Não sairíamos nunca, então, das cavernas.”

            É preciso falar sobre Educação, sempre.



Um comentário:

  1. As ideologias não estão nas escolas, estão no mundo. O homem tem a mania da ideologia. Ainda bem. O que se há de evitar é o fanatismo e o maniqueismo. Cabe à escola mostrar ao aluno a diferença.

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